R.B. 28/ABR/20 "Comunistas e ditadores a colocando suas manguinhas de fora"



"Comunistas e ditadores a colocando suas manguinhas de fora"

São Paulo, 28 de abril de 2020 (TERÇA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, com “boas chances” de fechar o dia acima dos 80.000pts, ampliando os ganhos acumulados no mês (7,1%) e reduzindo as perdas registradas no ano (-32,3%), diante da redução das tensões políticas no Brasil e da manutenção do “humor positivo” nas principais bolsas mundiais e (2) o DÓLAR pode cair, devolvendo uma parte da forte alta acumulada no mês (9,5%) e no ano (41,8%), influenciado pelos leilões de venda do BC e pela expectativa de aumento do fluxo positivo de recursos externos.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 3,9% (aos 78.239pts), acompanhando a melhora do “humor” nas principais bolsas mundiais, beneficiada pela valorização das commodities e aliviada com a manutenção, e com o fortalecimento, de Paulo Guedes no ministério da economia e (2) o DÓLAR caiu -0,1% à R$ 5,66, tentando um “ajuste técnico” após fechar o pregão anterior registrando a maior alta diária desde 18/MAR/20, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e aliviado com a redução das tensões na bolsa tupiniquim.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 2,7% e China 0,3%, com investidores animados com os sinais de reabertura econômica e também com as medidas do BC japonês, que anunciou que continuará a comprar títulos da dívida de empresas e do país, (2) da EUROPA, Inglaterra 1,6%, França 2,6% e Alemanha 3,1%, beneficiadas por boas notícias corporativas e também repercutindo o otimismo com a retomada gradual de atividades econômicas em países paralisados pela pandemia e (3) dos EUA, impulsionadas pelo mesmo motivo que animou as demais bolsas mundiais, S&P 1,5%, DJ 1,5% e NASDAQ 1,1%, com destaques de alta para as ações dos bancos, como Citigroup (8,0%), Wells Fargo (5,5%) e JPMorgan (4,3%).

Dando uma lição a ser seguida pelo BC tupiniquim, ontem, ao anunciar a manutenção da taxa básica de juros do seu país, o BC japonês ressaltou que manteve os juros inalterados pois cortá-los, neste momento de pandemia, não ajudará a impulsionar a demanda por crédito.

Após mais uma semana de quarentena por conta da pandemia de coronavírus, sem perspectivas de fim saída, o “mercado” (1) reduziu, de -2,96% para -3,34%, suas “apostas” para o desempenho do PIB em 2020, (2) manteve em 3,00% suas projeções para a taxa básica de juros do país, atualmente em 3,75%, no final deste ano e (3) diminuiu, de 2,23% para 2,20%, suas expectativas para a inflação medida pelo IPCA em 2020.

Mostrando que lhe resta o mínimo de lucidez, Bolsonaro afirmou que o ministro Paulo Guedes continuará a ser o único a "decidir" sobre a economia, dando o "norte" ao resto da administração, o que contribuiu para mitigar temor do mercado quanto a eventual perda do segundo pilar do governo, após a ruidosa e desastrosa saída de Sérgio Moro.

Ainda afagando Paulo Guedes, o presidente Bolsonaro decidiu ontem congelar o programa Pró-Brasil elaborado, sem a participação do referido ministro da economia, supostamente para estimular, ao custo de R$ 215bi, a retomada econômica com obras públicas.

Com coragem para dizer as verdades duras, Paulo Guedes, brilhante ministro da economia, afirmou ontem que os servidores públicos, que tem emprego e salários garantidos, não podem ficar em casa, com geladeira cheia, enquanto brasileiros perdem emprego e por isto devem dar sua cota de sacrifício e não terem aumento salarial pelo período de um ano e meio.

Ajudando no controle da inflação, apenas nos últimos 30 dias, em um cenário de queda abrupta da demanda e de retração histórica das cotações internacionais do petróleo, no Brasil a gasolina caiu -7,1% e o diesel recuou -15,4%.

Reforçando outros pilares de seu governo, além de Guedes, Bolsonaro se reuniu na manhã de ontem Palácio da Alvorada com os ministros da Agricultura, Tereza Cristina, da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, também para amenizar a sensação de perda de força após o desembarque de Moro.

-    A Embraer caiu -7,5%, após o naufrágio do acordo com a Boeing sobre a divisão de aviação comercial da companhia brasileira.
-    A Lufthansa subiu 9,2% na bolsa da Alemanha, em meio a relatos de que a empresa pode receber auxílio governamental para superar a crise.
-    O Deutsche Bank disparou 12,0% na bolsa da Alemanha, depois de a empresa informar que reportará lucro de 66 milhões de euros no primeiro trimestre, acima das previsões do mercado.

Política:

Supostamente indignados com a atitude de Moro de enviar para o JN conversas que teve com Bolsonaro para provar que o presidente tentava interferir nas investigações da PF, a ala militar do governo abandonou o apoio ao referido ex-ministro da justiça.

Após dizer que o plano do PT é sangrar o presidente até 2022, Thomas Traumann, que foi chefe da Secom no governo Dilma, afirmou que entre negociar com um Bolsonaro enfraquecido e um Mourão imprevisível, os deputados preferem o primeiro.

Mostrando a enorme força do ex-ministro da justiça, segundo uma pesquisa divulgada hoje 64% dos brasileiros consideraram ótimo ou bom o trabalho de Sergio Moro e, sobre os motivos de seu pedido de demissão, 52% dos entrevistados disseram acreditar nele e 20% em Bolsonaro.

Mostrando mais uma vez que Bolsonaro é o melhor amigo do amigo do Lula, Toffoli, ex-assessor de Dirceu e atual presidente do STF, agora tem um ex-assessor no Ministério da Defesa (Fernando Azevedo e Silva) e outro ex-assessor no Ministério da Justiça (André Mendonça).

Acabando de armar sua máfia para impedir as investigações contra seus filhos bandidos, na madrugada de hoje o presidente Bolsonaro nomeou o advogado André de Almeida Mendonça, ex-assessor de Toffoli, para o comando do Ministério da Justiça, e o delegado Alexandre Ramagem, amigo dos seus filhos, para o comando da Polícia Federal.

Como já era de se esperar, Celso de Mello, ministro do STF, atendendo um pedido da PGR, determinou a abertura de inquérito para investigar as acusações que Sergio Moro fez contra o presidente Bolsonaro ao pedir demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Crítica:

Se descobrem que o coronavírus pega mais de uma vez na mesma pessoa, o que devemos fazer (a) ficarmos presos em casa por quase 2 anos até acharem uma vacina ou (b) nos prepararmos e, com cuidado, sair de casa para enfrentar a doença que mata menos de 0,5% da população e quase 0% das crianças e dos adolescentes.

Com “comunistas e ditadores a colocando suas manguinhas de fora”, (1) a economista Celina Machado afirmou que a lei geral de proteção de dados deve ser repensada, permitindo o uso de dados de telefonia móvel para monitorar as pessoas e sua rede de contatos e (2) Sergio Werlang, professor da FGV e ex-diretor do BC, afirmou que, até que se encontre uma vacina para o coronavírus, o isolamento forçado garante as liberdades individuais.

PAZ, amor e bons negócios;

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