R.B. 4/MAR/20 "Uma esquerdista infiltrada"



"Uma esquerdista infiltrada"

São Paulo, 4 de março de 2020 (QUARTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando reduzir as perdas acumuladas no ano (-8,7%), acompanhando a melhora do “humor” nas principais bolsas mundiais, beneficiada pela valorização das commodities e impulsionada pela divulgação de bons resultados corporativos de empresas brasileiras, com a BRF, e (2) o DÓLAR pode cair, tentando um “ajuste técnico” após 10 pregões seguidos de alta, acompanhando os mesmos motivos que devem animar a bolsa tupiniquim e elevar o fluxo positivo de recursos externos.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -1,0% (aos 105.537pts), devolvendo os ganhos da abertura, quando na máxima atingiu 108.804pts, com bom volume de negócios (R$ 34,4bi) e prejudicada pelo novo aumento dos “temores” sobre o impacto do coronavírus na economia mundial e (2) o DÓLAR subiu 0,5% à R$ 4,51, batendo um novo recorde histórico de alta e superando facilmente os R$ 4,50, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pelo aumento das “apostas” de novos cortes da taxa básica de juros tupiniquim.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão -1,2%, revertendo ganhos do começo do pregão e pressionada por ações do setor de construção % e China 0,7%, acompanhando o movimento de recuperação das principais bolsas mundiais no dia anterior, (2) da EUROPA, em mais um dia de recuperação de perdas recentes, Inglaterra 0,9%, França 1,1% e Alemanha 1,1%, diante da expectativa de possíveis medidas de estímulo à economia para se contrapor aos efeitos do surto de coronavírus e (3) dos EUA, após um pregão com bastante volatilidade, S&P -2,8%, DJ -2,9% e NASDAQ -3,0%, com destaques de queda para as ações dos bancos, como Goldman Sachs (-2,9%), JPM (-3,7%) e Wells Fargo (-4,1%), diante da análise de que o inesperado corte da taxa básica de juros do país indica que a situação é mais grave do que se previa.

Na manhã de ontem, os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G7 realizaram teleconferência na qual se mostraram dispostos a usar "todas as ferramentas de política apropriadas para garantir crescimento forte e sustentável e se salvaguardar de riscos negativos".

Surpreendendo o “mercado”, que em um primeiro momento ficou otimista e depois ficou preocupado, o FED (“BC” dos EUA) anunciou um corte extraordinário e inesperado de -0,5% na taxa básica de juros norte-americana para uma faixa de 1,00% a 1,25% ao ano.

Diante do inesperado corte da taxa básica de juros norte-americana, já é quase unanime a “aposta” de que na reunião dos dias 17 e 18/MAR/20 o BC tupiniquim também cortará sua taxa básica de juros, aumentando assim a pressão de alta do dólar frente ao real.

Destoando do senso comum, José Júlio Senna, economista da FGV e ex-diretor do BC, afirmou que o BC tupiniquim deve relutar em reduzir a taxa básica de juros brasileira, pois a pressão sobre o dólar aumentará.

Citando a redução da atratividade do país, o banco americano Goldman Sachs diminuiu a sua previsão de crescimento do Brasil este ano para 1,5% e passou a prever 2 cortes na taxa básica de juros, que fecharia o ano em 3,75%.

Mostrando, mais uma vez, que é “um liberal de araque”, o presidente Bolsonaro pediu para Paulo Guedes, ministro da Economia, estudos para conceder incentivos fiscais para transformar a Ilha de Marajó, no Pará, em uma Zona Franca.

Liberal quando lhe convém, ontem Bolsonaro puma medida provisória que recria os sorteios de prêmios na televisão, iniciativa proibida no final dos anos 1990, atendendo a um pedido de emissoras de televisão aliadas ao governo federal, como Record, Band e RedeTV.

Otimista, ontem a BRF anunciou que espera um crescimento de suas vendas por conta da proibição do consumo de animais silvestres na China, ressaltando também que ainda não teve problemas logísticos para a exportação para o referido país asiático.

Política:

Arregaçando as mangas para trabalhar, ontem Paulo Guedes, em encontro com representantes de movimentos civis, apresentou um ambicioso cronograma que prevê a aprovação de 12 projetos econômicos pelo Congresso até JUL/20.

Ontem, após 12 anos de uma “camarada enrolação”, a primeira Turma do STF finalmente começou a julgar uma ação penal contra o nefasto deputado Paulinho da Força, acusado de se beneficiar de um esquema de desvios de recursos do BNDES que teve grande repercussão quando foi revelado, em 2008.

Alvo da ira da opinião pública, Davi Alcolumbre, presidente do Senado, confrontou pela primeira vez os parlamentares do Muda Senado ao dizer que, de agora em diante, responderá aos ataques contra ele com representações no Conselho de Ética.

Vivendo cada dia mais em uma realidade paralela, Bolsonaro passou o dia em reuniões, recebeu o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ouviu seu ministro da Economia, Paulo Guedes, mandou para o Congresso 3 projetos de lei para regulamentar o Orçamento impositivo, mas avisou pelo Twitter que não fez nenhum acordo, e que a execução do Orçamento da União ficará integralmente mantida, preservada a autonomia do Executivo.

Alertando que o buraco nas contas públicas previsto para este ano é de R$ -124bi, Amoedo, presidente do partido NOVO, afirmou que a discussão correta deveria ter sido a economia dos R$30 bi do Orçamento, dinheiro que o Estado não tem, e não se o recurso ficará com o Executivo ou Legislativo.

Para agradar Bolsonaro, de quem se torna cada dia mais “parceiro”, o STF julga hoje uma série de ações que podem redefinir algumas regras eleitorais aprovadas nos últimos anos, em especial a que pode dar impulso à coleta de assinaturas da Aliança, o novo partido que o presidente quer criar.

Até agora com “carta branca” do presidente Bolsonaro, ontem, 1 dia antes de assumir seu cargo no governo, Regina Duarte mandou demitir 6 olavistas da Secretaria da Cultura, entre eles o imbecil que afirmou que o rock é um ritmo satânico, e por este motivo já é injustamente considerada “uma esquerdista infiltrada” pelos bolsominios tapados.

Crítica:

Vagabundos lutando para os pagadores de impostos seguirem bancando suas mordomias, entidades do funcionalismo público já traçam um plano de atuação no Congresso contra a proposta do governo que amplia as possibilidades de contratações provisórias de servidores.

Com o objetivo claro de influenciar nas decisões do governo e obviamente proteger seus monopólios, André Gerdau (Gerdau), Carlos Jereissati Filho (Iguatemi), Fábio Coelho (Google), Jerome Cadier (Latam Airlines) e Juliana Azevedo (P&G) são alguns dos 40 nomes que vão formar o novo conselho de empresários que Paulo Skaf vai lançar na Fiesp e cuja primeira reunião terá a presença de Bolsonaro e Paulo Guedes.

Mostrando toda sua incoerência, um grupo de feministas idiotas, acéfalas e de sovaco cabeludo levou ontem um varal de calcinhas para protestar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a única que elegeu apenas homens, por mais presença feminina na política.

PAZ, amor e bons negócios;

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