R.B. 12/DEZ/18 "Suas manguinhas de fora"



"Suas manguinhas de fora"

São Paulo, 12 de dezembro de 2018 (QUARTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, recuperando perdas ainda acumuladas no mês (-3,5%), acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas mundiais, impulsionada pela valorização das commodities e beneficiada pela gradativa melhora das perspectivas para o futuro da economia tupiniquim e (2) o DÓLAR pode cair, com “boas chances” de zerar a alta acumulada no mês (1,2%), influenciado pelos mesmos motivos que devem impulsionar a bolsa brasileira e elevar a expectativa de aumento do fluxo positivo de recursos externos oriundos de exportações, captações e investimentos.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,6%, tentando iniciar um movimento de recuperação após 3 pregões seguidos de queda, mesmo com a manutenção da volatilidade, já que desta vez foi beneficiada pela valorização das commodities e impulsionada pela melhora das perspectivas para a economia tupiniquim e (2) o DÓLAR caiu -0,2% à R$ 3,91, em um “leve ajuste técnico” após 5 sessões consecutivas de alta, seguindo a melhora do “humor” na bolsa tupiniquim e influenciado pelos leilões de venda do BC.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão -0,3%, com destaques de queda para as ações das montadoras e do setor de tecnologia, prejudicadas pela valorização da moeda local (iene) frente ao dólar e China 0,4%, beneficiadas pelos sinais de trégua na “guerra comercial” entre Washington e Pequim, (2) da EUROPA, recuperando parte de perdas recentes, Inglaterra 1,3%, França 1,3% e Alemanha 1,5%, apoiadas por sinais positivos no diálogo sobre comércio entre EUA e China, pela divulgação de ados melhores do que o esperado da economia da alemã e com destaques de alta para as empresas do setor de energia, como BP (1,5%), E.ON (2,7%) e Total (1,0%) e (3) dos EUA, sem uma tendência única, devolvendo quase todos os ganhos da abertura, após um pregão com bastante volatilidade, S&P -0,1%, DJ -0,2% e NASDAQ 0,2%, divididas entre a redução das tensões comerciais com a China e a ameaça de Trump de paralisar a máquina pública federal caso o Congresso norte-americano não aprove o financiamento para a construção de um muro na fronteira com o México.

Tentando colher créditos, Trump, presidente dos EUA, afirmou que interviria na prisão da alta executiva chinesa detida no Canadá, colocada horas depois em liberdade condicional, se isso ajudasse os EUA nas negociações comerciais com a China.

David Lipton, número 2 do FMI, afirmou que vê “nuvens de tempestade” na economia mundial e recomendou que, para dissipa-las, (1) os EUA contenham sua política fiscal expansionista, (2) a China abra mais sua economia e proteja a propriedade intelectual, (3) a União Europeia fortaleça suas instituições diante do Brexit e de outros desafios e (4) os mercados emergentes fortaleceram suas defesas contra choques, inclusive a normalização dos juros nas economias avançadas.

“Coberto de razão”, Luis Oganes, chefe de pesquisa em mercados emergentes do banco J.P. Morgan, “alertou” que a aprovação da reforma da Previdência tupiniquim é uma peça-chave para devolver o equilíbrio fiscal ao país e pode separar o Brasil dos demais emergentes em 2019, ano que promete ser mais desafiador para as economias em desenvolvimento.

Montado um “dream team da economia tupiniquim”, Paulo Guedes, futuro ministro de Bolsonaro, confirmou ontem que o deputado tucano Rogério Marinho, com notável conhecimento técnico e ótimo transito político no Congresso Nacional, será o secretário especial da Previdência em sua gestão e terá como missão principal ser o “embaixador” da proposta de reforma da Previdência, cuja meta é ser aprovada no primeiro semestre de 2019.

Para melhorar as contas públicas, o governo Bolsonaro, além de aumentar a alíquota previdenciária para servidores federais civis e militares, pode também acabar com a isenção para algumas aplicações financeiras, como LCIs e LCAs, tributar fundos exclusivos de investimento e tributar lucros distribuídos e dividendos, o que se acontecer estimulará ainda mais o investidor tupiniquim a mandar dinheiro para o exterior.

Dando uma ótima notícia para os empresários tupiniquins, foi aprovado ontem na Comissão especial da Câmara uma proposta de reforma tributária que unifica tarifas, extinguindo 10 tributos, que serão substituídos por 2 novos impostos.

-    A Gol disparou 13,0%, como reflexo do pedido de recuperação judicial da Avianca.

Política:

Como que atuando com o mantra “quanto pior melhor”, a nefasta atual bancada de deputados federais aprovou ontem no plenário da Câmara um projeto de lei que prorroga por 5 anos benefícios fiscais para as regiões Norte e Nordeste e estende os incentivos para o Centro-Oeste, o que custará R$ 5bi por ano aos cofres públicos.

Colocando, aos poucos, “suas manguinhas de fora”, Moro, futuro ministro da Justiça de Bolsonaro, afirmou que nos últimos anos o Executivo e o Legislativo se omitiram no combate à corrupção e ressaltou que “poderosos” não deixarão escapar oportunidades para tirar os avanços da Lava Jato.

Acreditando que no governo Bolsonaro terá mais liberdade de atuação, a Procuradoria-Geral da República tirou o “pé do freio” e sinalizou que pretende retomar as tratativas para fechar novos acordos de delação premiada em 2019.

Com o partido, ainda presidido pelo fracassado Alckmin, insistindo em proteger o nefasto senador mineiro Aécio, que ontem foi alvo de novas investigações da Polícia Federal, o próximo ano pode ser, para o PSDB, tão amargo quanto anos anteriores foram para o PT.

Apesar de ainda ser defendido pela cúpula do PSDB, cada dia é maior o número de parlamentares tucanos defendendo, ainda de maneira reservada, a expulsão de Aécio Neves, que assim como Alckmin é responsável direto pelo encolhimento do partido.

Deixando bem claro de quem não quer se aproximar, Onyx Lorenzoni, articulador político de Bolsonaro, disse a senadores do PSDB que o novo governo atuará para impedir que o nefasto Renan Calheiros volte a assumir a presidência do Senado no próximo ano e sugeriu que o presidente eleito tem simpatia pelo senador Tasso Jereissati, mas também não se opõe a Simone Tebet e David Alcolumbre.

Como o lobo que é colocado para cuidar do galinheiro, ontem José Múcio Monteiro tomou posse como presidente do Tribunal de Contas da União e, em seu discurso de posse, ele agradeceu o presidiário Lula pela indicação para integrar a corte, em 2009, e foi aplaudido por seguidores do referido líder da organização criminosa petista que estavam na plateia, como Miriam Belchior, Luciano Coutinho e Luís Inácio Adams.

Com medo de ser presa após a última delação de Palocci, a ex-presidenta Dilma apresentou petição à Justiça dizendo que ela está à integral disposição para prestar qualquer esclarecimento ou ser ouvida sobre qualquer processo ou investigação criminal.

Crítica:

Apenas cumprindo uma promessa de campanha, algo bastante estranho para a imprensa socialista tupiniquim, ontem Trump, presidente dos EUA, ameaçou paralisar o governo caso o Congresso não incorpore no Orçamento recursos para a construção do muro na fronteira com o México.

PAZ, amor e bons negócios;

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