R.B. 30/OUT/18 "O Brasil foi prisioneiro de alianças ideológicas"



R.B.
"O Brasil foi prisioneiro de alianças ideológicas"

São Paulo, 30 de outubro de 2018 (TERÇA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, acompanhando a recuperação das principais bolsas mundiais e beneficiada pela divulgação das primeiras medidas e nomes do futuro governo Bolsonaro e (2) o DÓLAR pode cair, influenciado pela expectativa de aumento do fluxo positivo de recursos externos e seguindo a esperada melhora do “humor” na bolsa tupiniquim e a trajetória internacional da moeda norte-americana.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -2,2%, para fechar o dia aos 83,797pts, revertendo os ganhos da abertura, quando na máxima superou os 88.300pts, prejudicada pela forte piora do “humor” nas bolsas de NY, pelos dados negativos da economia chinesa e pelo recuo das commodities e (2) o DÓLAR subiu 1,3% à R$ 3,70, também revertendo um movimento inicial, quando na mínima atingiu R$ 3,58, influenciado pela trajetória internacional da moeda norte-americana e acompanhando a realização de lucros da bolsa tupiniquim.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão -0,2%, acompanhando as perdas das bolsas de NY na sexta-feira e China -2,2%, influenciada negativamente pela divulgação de o lucro industrial do país cresceu bem menos do que o esperado, (2) da EUROPA, Inglaterra 1,2%, França 0,4% e Alemanha 1,2%, tentando recuperar perdas recentes, beneficiadas pela manutenção da nota de crédito da Itália pela S&P e pelo anúncio que o HSBC, cujas ações subiram 4,8%, auferiu resultados financeiros bem melhores do que o esperado e (3) dos EUA, S&P -0,7%, DJ -1,0% e NASDAQ -1,6%, prejudicadas pelo novo aumento das tensões sino-americanas, o que derrubou as ações de empresas do setor industrial, como Boeing (-6,6%) e Caterpillar (-1,9%), e pelo anúncio da criação de um imposto do Reino Unido sobre empresas de tecnologia, o que prejudicou empresas como a Amazon (-6,3%) e a Alphabet (-4,5%).

Causando preocupações no cenário global, segundo “rumores” os EUA se prepararam para impor mais sanções a US$ 257bi em importações chinesas no início de DEZ/18, caso não haja acordo entre os presidentes Trump Xi Jinping na cúpula do G-20.

Cobertíssimo de razão e mostrando seu estilo, Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda de Bolsonaro, “avisou” que o Mercosul não será prioridade, ressaltando que “o Brasil foi prisioneiro de alianças ideológicas” e que isso é ruim para a economia.

Já colocando na conta a vitória de Bolsonaro nas eleições presidenciais, o “mercado” elevou, de 1,16% para 1,36%, suas “apostas” para o crescimento da economia tupiniquim em 2018 e reduziu levemente, de 4,44% para 4,43%, suas projeções para a inflação deste ano medida pelo IPCA.

“Apostando” que o dólar pode voltar para R$ 3,90, You-Na Park, analista para mercados emergentes do Commerzbank, alertou que os investidores podem ter ficado otimistas demais com o cenário para o governo de Bolsonaro e agora pode haver espaço para decepção, em meio a dúvidas sobre a agenda de medidas do presidente eleito.

Causando bastante ansiedade no mercado financeiro tupiniquim, o deputado federal democrata Onyx Lorenzoni, futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro, afirmou que os primeiros nomes que trabalharão na equipe econômica do presidente eleito devem ser apresentados a partir de hoje.

Mais otimista no curto prazo, o banco norte-americano Bank of America Merrill Lynch reduziu de R$ 3,90 para R$ 3,65 sua “aposta” para o dólar já no final deste ano, ressaltando que agora o foco do mercado será na agenda econômica de Bolsonaro e seu futuro ministro da Fazenda Paulo Guedes.

Segundo a um relatório divulgado pela agencia de classificação de riscos Moody's, (1) o apoio do Congresso ao novo governo Bolsonaro para a aprovação de reformas "permanece incerto" e (2) detalhes da política econômica da nova administração ainda não estão claros.

Pior do que o esperado (R$ -22,7bi), em SET/18 o setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de R$ -24,6bi, resultado do descasamento entre receitas e despesas, agravado pela obrigatoriedade de alguns gastos pesados como os ligados à Previdência e à folha de pagamento do funcionalismo público.

Política:

Mostrando determinação para resolver muitas pendencias antes mesmo de assumir o comando do país, Bolsonaro “avisou’ que já na semana que vem quer se reunir com Temer para tentar aprovar "ao menos parte" da reforma da Previdência ainda em 2018.

Dando “um recado direto e reto aos bandidos do MST”, ontem Bolsonaro “avisou” que não pretende dialogar com quem invade, depreda e incendeia propriedades e ressaltou que, se depender dele, as invasões de terras e imóveis serão tipificadas como terrorismo.

Apesar de ser convidado para assumir o ministério da justiça do governo Bolsonaro, ao que tudo indica Sergio Moro deve terminar os julgamentos da Lava Jato e, em 2020, quando Celso de Mello se aposentar, ser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

Ainda acreditando que ele é esperto e Sergio Moro é babaca, Lula pretende usar o depoimento sobre a propina no sítio em Atibaia para, segundo seus seguidores, fazer um forte discurso a respeito do resultado das eleições presidenciais.

Como é uma organização criminosa e não um partido de esquerda, o PT, depois de ser chutado pelos eleitores, também foi colocado de lado pelos partidos de esquerda, já que não foi convidado para a reunião que ocorrerá hoje na Câmara entre os líderes do PCdoB, PDT e PSB.

Eleito com quase 72% dos votos para governar MG, que tem o segundo maior PIB do Brasil, Zema, do partido novo, afirmou ontem que (1) vai reduzir o número de secretarias de 21 para 9 e (2) fará processo seletivo, com uma empresa privada de recursos humanos, para escolher seus secretários.

Derrotado na disputa presidencial, Haddad, mostrando seu lado mimado, babaca e autoritário, somente lembrou de ser democrata e dar parabéns a Bolsonaro ontem e, como era de se esperar, manteve os queixumes contra o impeachment de Dilma e voltou a dizer que foi “injusta” a prisão de Lula, condenado em segunda instancia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Provavelmente rumando ao esquecimento, assim como deve ocorrer com Lula, Haddad, por ordens do PT, deve presidir a fundação da referida organização criminosa e estabelecer diálogo com legendas internacionais de esquerda.

Crítica:

Revelando a urgência em se privatizar tudo que for possível no Brasil, segundo um estudo divulgado ontem pelo tesouro Nacional, apenas no ano passado os gastos da União com empresas estatais superaram as receitas em R$ -9,3bi.

Ao dizerem, de maneira totalmente inoportuna e aparentemente fora de hora e sem necessidade, que a proteção de direitos fundamentais de minorias deve unir as correntes distintas do Supremo Tribunal Federal como há muito não se via, os “nobres ministros” da mais elevada corte tupiniquim revelam o medo que eles têm de que, durante o governo Bolsonaro, ninguém fique acima da lei e das investigações da Polícia Federal, inclusive eles.

PAZ, amor e bons negócios;

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