R.B. 28/MAI/18 "Temer lambendo o chão"



"Temer lambendo o chão"

São Paulo, 28 de maio de 2018 (SEGUNDA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, rumo aos 70.000pts, acompanhando o recuo das commodities e cada dia mais prejudicada pela percepção de que o governo Temer, ferido e nocauteado, perdeu a capacidade de governar o país, causando reflexos negativos na inflação, nos juros e no PIB e (2) o DÓLAR pode seguir em alta, para provavelmente pechar o dia acima dos R$ 3,70, acompanhando a esperada derrocada da bolsa tupiniquim e influenciado pelo aumento das “apostas” de novos rebaixamentos da “nota” do país pelas agências internacionais de classificação de risco.

Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -1,5%, para fechar o dia no menor patamar desde 10/JAN/18 (aos 78.898pts), prejudicada (1) pela crise em torno da paralisação dos caminhoneiros, (b) pelo recuo das commodities e (c) pelos “rumores” de saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras e (2) o DÓLAR subiu 0,6% à R$ 3,66, mesmo com os leilões de venda do BC, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e também impulsionado pela piora do “humor” na bolsa tupiniquim.

Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão -0,1% e China -0,4%, prejudicadas pela decisão de Trump de cancelar a reunião de cúpula que teria no próximo mês com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-um, (2) da EUROPA, sem uma tendência única, Inglaterra 0,2%, França -0,1% e Alemanha 0,6%, divididas entre os problemas políticos na Espanha e na Itália e a recuperação das ações dos bancos e (3) dos EUA, também sem uma tendência única, S&P -0,2%, DJ -0,2% e NASDAQ 0,1%, com as petrolíferas prejudicadas pelo recuo dos preços do petróleo e a Netflix voltado a renovar máxima histórica e desta vez superando a Walt Disney em valor de mercado.

Falando em ambiente político "desafiador", a agencia de classificação de risco Fitch divulgou uma nota alertando que o fato de não ter sido aprovada uma reforma previdenciária no Brasil pressiona governos estaduais e municipais, que são cada dia mais incapazes de preparar a nova geração para o crescimento, já que lacunas na previdência consomem parcelas consideráveis de seus orçamentos, que de outro modo seriam canalizadas para educação e saúde.

Após defender a redução das taxas de compulsórios e da meta de inflação para níveis mais próximos de outros países, que têm referenciais entre 2% e 3%, Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú e ex-diretor de política econômica do BC, afirmou que seria importante usar essa "janela de oportunidade" tentar aprovar a independência do BC.

Dando mais um sinal negativo da economia brasileira, segundo uma pesquisa da Fipe nos últimos 12 meses encerrados em ABR/18 o preço médio dos alugueis de salas e conjuntos comerciais nas 4 maiores capitais do Brasil (SP, RJ, BH e POA) acumula uma retração de -2,05%.

Como Temer não cortará gastos públicos, a série de concessões que o governo se dispôs a fazer ontem aos caminhoneiros em uma nova tentativa de que eles encerrem a greve custará R$ 10bi aos contribuintes tupiniquins.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica vê com extrema desconfiança o nivelamento de preços por meio de uma tabela de referência para fretes, como acertado pelo presidente Temer para tentar acabar com a greve dos caminhoneiros, ressaltando inclusive que a proposta é um verdadeiro retrocesso e que pode levar a um “cartel institucionalizado”.

Oportunistas e prejudicando ainda mais a economia tupiniquim, a Federação Única dos Petroleiros decidiu entrar em greve a partir da 0h de quarta-feira e as principais reivindicações são (1) a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, (2) o fim das privatizações e (3) a demissão de Pedro Parente, presidente da Petrobras.

Acostumada a figurar nas principais disputas societárias nas últimas duas décadas, como as que envolveram a operadora Oi e a BRF, a Previ, maior fundo de pensão do País e responsável pela complementação das aposentadorias dos funcionários do BB, decidiu não participar mais de blocos de controle e acordos de acionistas e reduzir dos atuais 60% para 30% a fatia do patrimônio aplicado em renda variável.

Política:

Mesmo com “Temer lambendo o chão”, já que aprovou todas as demandas e cedeu a todas as chantagens dos caminhoneiros, os protestos continuam na manhã de hoje, com interdição e barreiras de fogo na Rodovia Raposo Tavares e também em importantes estradas de outros 18 estados.

Dizendo abertamente que “o governo Temer acabou”, os líderes dos principais partidos, inclusive de oposição, decidiram fazer uma pauta própria e comum na Câmara dos Deputados, sem ouvir mais o presidente do Brasil.

Como tem medo de não se reeleger senadora e assim perder o fórum privilegiado e ir para a cadeia, Gleisi Hoffmann, a garota de recados de Lula e presidenta do PT, “avisou” que vai tentar uma vaga de deputada federal.

Além de acerta em cheio Lula, que se não conseguir um induto vai mofar até morrer na cadeia, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, em seu novo acordo de delação com a PGR, delatou Eduardo Paes, do DEM, e Aécio Neves e José Serra, do PSDB.

Oportunista, como todo bandido, o senador peemedebista Renan Calheiros aproveitou a crise de abastecimento de combustíveis para falar, em um vídeo publicado nas redes sociais, em mudança na política de preços da Petrobras e pedir o afastamento de Pedro Parente da presidência da empresa.

Influenciado pela greve dos caminhoneiros e sonhando em ser eleito presidente do Brasil, Rodrigo Maia, presidente da Câmara, anunciou que vai acelerar a tramitação da reforma tributária, que prevê a unificação e redução de alguns impostos.

Siglas que querem barrar a candidatura da petista Dilma ao Senado por MG se preparam para, caso ela seja mesmo registrada, ingressar com ação pedindo que a referida ex-presidenta seja enquadrada na Lei da Ficha Limpa.

Como uma “tia encalhada” que não consegue arrumar um companheiro, Alckmin, o presidenciável do PSDB, sondou a possibilidade de Flávio Rocha, presidenciável do PRB, ser candidato à vice na sua chapa, já que o referido dono da Riachuelo tem bastante dinheiro para gastar e é conhecido no Nordeste.

Vitimando eleitores tupiniquins despreparados, iletrados e baratos, pelo menos 9 filhos de políticos tradicionais, ostentando sobrenomes como Richa, Campos, Crivella e Collor de Melo, estreiam este ano nas urnas disputando vagas na Câmara dos Deputados e em Assembleias Legislativas.

Crítica:

A sociedade tupiniquim é esquizofrênica e fada ao fracasso pois (1) querem honestidade e votam em bandidos, (2) querem direitos sem deveres, (3) querem redução de impostos e adoram Estado grande e (4) querem ficar ricos e seguem sem estudar.

Fazendo uma excelente analogia, um renomado economista brasileiro ressaltou, em seu perfil Fake do Facebook, que ”após ajudar o caminhoneiro que fez um mau negócio ao comprar um caminhão com juros de pai para filho no BNDES, só para descobrir depois que o mercado não comporta todos eles, o governo precisaria também dar um jeito na situação da turma que investiu tudo em Paletas Mexicanas”.

Segundo um dos maiores empresários do país, o brasileiro é sim “o povo do jeitinho” e, como a sociedade de uma forma geral tem sido incapaz de expulsar todos os 14 milhões de servidores públicos que destruíram o Brasil, o setor de transportes, mesmo causando impactos negativos à economia e a população, tem recebido apoio pois conseguiu se mobilizar em defesa de seus interesses.

PAZ, amor e bons negócios;

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