R.B. 1/DEZ/17 "Perdendo a noção do ridículo"



"Perdendo a noção do ridículo"

São Paulo, 1 de dezembro de 2017 (SEXTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve voltar a cair, dando sequência às perdas registradas em NOV/17 (-3,1%) e reduzindo os ganhos ainda acumulados no ano (19,5%), pressionada pela nova redução das “apostas” de aprovação da reforma da Previdência e desta vez também prejudicada pela realização de lucros nas principais bolsas mundiais e (2) o DÓLAR pode seguir em alta, mesmo após fechar o pregão anterior registrando a maior valorização em 1 dia desde 3/NOV/17, com “boas chances” de fechar o dia tentando romper a “resistência” dos R$ 3,30, impulsionado pelos mesmos motivos que devem derrubar a bolsa tupiniquim.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -1,0%, mais uma vez desprezando o movimento ascendente das bolsas de NY e a valorização das commodities, com os investidores finalmente percebendo que são remotas as chances de aprovação da reforma da previdência e (2) o DÓLAR subiu 1,0% à R$ 3,27, acompanhando a piora do “humor” na bolsa tupiniquim, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pelo aumento das “apostas” de rebaixamento da “nota” do Brasil pelas agências internacionais de classificação de risco.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão 0,5%, em alta pela 2ª vez seguida, para fechar NOV/17 acumulando valorização de 2,6%, desta vez com destaques de alta para as exportadoras e China -0,6%, no menor patamar em 3 meses, pressionada por papéis de seguradoras e do setor imobiliário, (2) da EUROPA, Inglaterra -0,9%, França -0,5% e Alemanha -0,3%, com as exportadoras prejudicadas pela valorização do euro e da libra frente ao dólar, que acontece à medida que avançam as negociações da saída do Reino Unido da União Europeia e (3) dos EUA, com o DJ fechando acima dos 24.000pts pela primeira vez na história, S&P 0,8%, DJ 1,4% e NASDAQ 0,7%, impulsionadas pelo otimismo dos investidores com o avanço da proposta de reforma tributária no país e com destaques de alta para as ações de instituições financeiras.

Dados econômicos recentes continuaram a sugerir que a economia dos EUA está crescendo de maneira constante já que, mesmo com a inflação insistentemente abaixo da meta, em OUT/17, os gastos dos norte-americanos com consumo subiram mais que o esperado.

Primeiros a abandonar um barco que vai afundar, nos 28 primeiros dias do mês de NOV/17, os investidores estrangeiros retiraram R$ -2,4bi da bolsa tupiniquim, reduzindo o saldo positivo do ano para R$ 10,5bi.

Já trabalhando com o cenário de não aprovação da Reforma da previdência, o que é o mais provável, e com o consequente desajuste das contas públicas e descumprimento do teto de gastos, a Confederação Nacional da Indústria anunciou ontem que teme por um novo ciclo de alta dos juros já em 2018.

Apresentando ao menos 2 notícias positivas para a economia tupiniquim, (1) o varejo de SP estima que as vendas do Natal deste ano sejam 4% melhores que no ano passado e atinjam o maior patamar desde 2013 e (2) o desemprego no país recuou de 12,8% no segundo trimestre para 12,2% no terceiro trimestre.

Entrando agora em uma etapa crucial, neste momento a negociação entre União Europeia e Mercosul para tentar criar "um dos maiores acordos comerciais do mundo" não está animando os brasileiros, que se decepcionaram com as propostas europeias sobre importação de carne e etanol.

Causando uma alta de 1,0% do Petróleo, que no dia anterior já tinha subido, ontem os maiores produtores mundiais do referido “ouro negro” decidiram prorrogar o acordo quanto à redução em sua produção para cobrir todo o ano de 2018, a fim de reduzir os estoques excessivos e manter os preços acima dos US$ 60 por barril.

Covil de corruptos, bandidos e vagabundos que, se o Brasil fosse sério, já teria sido privatizado, a Caixa Econômica Federal fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 2,17bi, o que equivale a um crescimento de 117% em relação ao reportado no terceiro trimestre de 2016 mas que é menos da metade dos resultados do Itaú (R$ 6,2bi) e do Bradesco (R$ 4,8bi) no mesmo período.

Política:

Como, ao menos 212 dos 513 deputados dizem ser totalmente contra a proposta do governo, está cada dia mais claro que o presidente Temer, cuja única preocupação real é se livrar da cadeia, não tem os 308 votos suficientes para aprovar a reforma da Previdência nem neste ano e muito menos no próximo.

Típico “amigo da onça”, o deputado democrata Rodrigo Maia, presidente da Câmara, alertou ontem que o governo Temer ainda está longe de atingir o número necessário de votos para aprovar a reforma da Previdência, ressaltando inclusive que as mudanças sugeridas pelo PSDB dificilmente serão aceitas.

Reduzindo ainda mais as chances de aprovação da reforma da Previdência, a 14ª Vara Federal em Brasília mandou suspender campanha milionária de publicidade do governo federal que apregoa supostos benefícios e sustenta que a reforma da Previdência "combate privilégios".

Ex-ministro tucano, que enojado com a corrupção deixou recentemente o partido, o prestigiado economista Armínio Fraga afirmou, coberto de razão, que é irresponsável da parte do PSDB fazer exigências que desidratam significativamente a reforma da Previdência, esquecendo do seu compromisso histórico com o equilíbrio fiscal.

Como pode ser burro, mas não rasga voto, o PSDB decidiu que Aécio Neves ficará escondidinho na convenção tucana, marcada para 9/DEZ/17, e não deve discursar no evento que alçará Alckmin ao comando do partido.

Disposto a tudo para ser o candidato tucano à presidência do Brasil, Alckmin, o governador tucano que sempre foi um ardoroso defensor das prévias como método de escolha dos presidenciáveis do PSDB, articula agora para inviabilizar a pré-candidatura do seu colega de partido Arthur Virgílio, atual prefeito de Manaus.

Crítica:

Comandados por bandidos, cuja última preocupação é o trabalhador, os sindicatos tupiniquins, que com a reforma Trabalhista perderam a contribuição compulsória e obrigatória, agora estão cobrando para homologar rescisões de contratos de trabalho, o que obviamente vai acelerar sua extinção.

“Perdendo a noção do ridículo” ao publicar em sua página a foto de um lêmure, um parente distante do macaco, com a palma da mão esticada em um gesto que pede calma, o Itamaraty, que é comandando pelo tucano Aloysio Nunes Ferreira, resolveu tratar com humor o gargalo provocado pela nova Lei de Migração, que, desde que entrou em vigor em 21/NOV/17, bloqueou a contratação de executivos estrangeiros por multinacionais que operam no Brasil.

Apesar de ter o potencial para salvar e/ou melhorar a vida de 3,4 milhões de brasileiros, os remédios à base de maconha, por conta do lobby da indústria farmacêutica, ainda tem sua produção proibida no Brasil.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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