R.B. 23/NOV/17 "Executivos mirins"



"Executivos mirins"

São Paulo, 23 de novembro de 2017 (QUINTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve voltar a cair, com os investidores começando a perceber que será muito difícil o governo Temer conseguir apoio para aprovar a reforma da Previdência e que sendo assim as agências de classificação de risco serão “obrigadas” a rebaixar novamente a “nota” do Brasil e (2) o DÓLAR pode subir, seguindo a esperada piora do “humor” na bolsa tupiniquim e em um movimento de recuperação após fechar o pregão no menor patamar desde 20/OUT/17.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -0,1%, em um movimento de realização de lucros após 3 pregões seguidos de alta, acompanhando as perdas das bolsas europeias e com destaques de queda para as ações de bancos, como Bradesco (-1,1%) e Itaú (-1,0%), que por sua vez seguiram suas correlatas nos EUA e (2) o DÓLAR caiu -0,7% à R$ 3,23, para fechar o pregão no menor patamar dos últimos 30 dias, seguindo o movimento internacional da moeda norte-americana, diante da divulgação da ata da última reunião do FED (“BC” dos EUA) indicando uma menor chance de elevação dos juros da referida maior economia do mundo.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,5% e China 0,6%, com destaques de alta para as ações dos bacos, (2) da EUROPA, sem uma tendência única, Inglaterra 0,1%, sustentada pela valorização do petróleo e do cobre, que impulsionaram as ações das petroleiras e das mineradoras, porem França -0,2% e Alemanha -1,1%, com as exportadoras prejudicadas pela valorização do euro frente ao dólar e (3) dos EUA, também sem uma tendência única, S&P -0,1%, DJ -0,3% e NASDAQ 0,1%, divididas entre a realização de lucros após seguidos recordes históricos de alta e as expectativas positivas para o resultado das vendas do Black Friday, em um dia de baixa liquidez devido ao feriado de Ação de Graças no país, que ocorrerá nesta quinta-feira.

Comprometendo seriamente o ajuste fiscal, o governo Temer, para comprar votos necessários para aprovar a reforma da Previdência, agora promete aos “nobres” parlamentares (1) manter o reajuste dos servidores previsto para 2018, (2) ceder a ruralistas nas negociações sobre as dívidas do Funrural e (3) agradar aos governadores adotando novo cronograma de pagamento de recursos da Lei Kandir.

Como atualmente é bastante fiscalizado e os principais empresários “amigos do governo” ou estão na cadeia ou estão na mira da justiça, nos 10 primeiros meses deste ano os desembolsos de recursos pelo BNDES, que o Brasil fosse sério nem existiria, foram -20% menores do que no mesmo período do ano anterior.

Menos arriscadas que as ações, porém mais arrojadas que os CDBs, as emissões de notas promissórias, que são títulos da dívida que as empresas emitem para se financiar, mais que triplicaram nos primeiros 10 meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2016, e os principais motivos foram a redução da oferta de credito pelos bancos e a forte queda da taxa básica de juros.

Confirmando que a proposta, cuja chance de aprovação é remota, será insuficiente para conter o aumento da dívida pública, Meirelles, ministro da fazenda, afirmou que a nova reforma da Previdência representará 60% da proposta original do governo, trazendo assim uma economia R$ -320bi menor.

Se recuperando aos poucos, se livrando de tudo aquilo que lhe causa problemas e se capitalizando, ontem, após o fechamento do pregão, a Petrobras anunciou que vendeu por US$ 54mi o campo de gás Azulão, no Amazonas, que foi descoberto em 1999, mas não havia sido desenvolvido por falta de infraestrutura para o escoamento da produção.

Também trazendo mais dinheiro para o caixa da empresa, que precisa quitar dívidas, a Petrobras calcula que as ações da BR Distribuidora serão vendidas no mercado a um preço de cerca de R$ 17,00 cada uma, o que levaria a uma arrecadação de R$ 6,5bi para a companhia com a operação.

-    A BRF caiu -2,6% e ontem, após o fechamento do pregão, foi anunciado que Abílio Diniz, que aliás tem prejudicado todas as empresas que se meteu desde que saiu do Pão de Açúcar, venceu a queda de braço com os fundos de pensão e conseguiu nomear José Aurélio Drummond Junior como o novo presidente-executivo da referida gigante de alimentos formada pela fusão de Sadia e Perdigão.

Política:

Ontem à noite, em jantar com deputados e líderes de sua base aliada no Palácio da Alvorada, que aliás sofreu baixas de última hora, o presidente Temer apelou para o discurso de que haverá um "colapso" no cenário econômico caso a reforma da Previdência não seja aprovada.

Agora começando a assustar muita gente, segundo uma pesquisa divulgada ontem a aprovação ao nome de Luciano Huck para presidente subiu de 43% em SET/17 para 60% atualmente, já a desaprovação caiu de 40% para 32% no mesmo período.

Outrora fiel e principal escudeiro do ex-presidente da Câmara e agora presidiário Eduardo Cunha, o deputado peemedebista Carlos Marun, que representa o que existe de pior na política tupiniquim, foi o escolhido pelo presidente Temer para comandar a articulação política do governo e deve substituir em breve o tucano Antonio Imbassahy.

Como os bandidos agem em bando, o presidente Temer, que está com dificuldades junto à base aliada, escalou seu comparsa tucano Aécio Neves, com quem se reuniu ontem de manhã em um encontro fora da agenda oficial, para atuar como uma espécie de articulador e tentar reduzir as resistências à votação da reforma da Previdência.

Representando uma vitória do lobby das mineradoras, ontem plenário do Senado aprovou uma medida provisória que reduziu de 4,0% para 3,5% a alíquota da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais para o minério de ferro.

Desdenhando da péssima situação das contas públicas, o Congresso, em meio à dificuldade do governo de conseguir apoio do Legislativo para modificar as regras de aposentadoria, aprovou ontem um projeto de lei que autoriza o repasse de R$ 99mi para publicidade com a reforma da Previdência.

Logo após Marconi Perillo, aliado de Aécio, dizer que quer ser o candidato do PSDB à presidente em 2018, o senador tucano Tasso Jereissati admitiu abrir mão da candidatura à presidência do partido para que o Alckmin, o governador de SP, assuma o posto.

O deputado estadual Campos Machado (do PTB), que é um dos principais aliados do governador tucano Alckmin, afirmou que se o prefeito João Doria disputar o governo de SP em 2018 seu partido abandonará o barco do PSDB e lançará seu próprio nome para o Palácio dos Bandeirantes.

Com os 3 últimos governadores do estado (Garotinho, Rosinha e Cabral) na enjaulados na cadeia, hoje o RJ teve mais um dia de caça aos bandidos, já que a Polícia Federal deflagrou mais uma operação, desta vez para prender o ex-secretário da Casa Civil do Rio Régis Fichtner e os empresários Georges Sadala e Maciste Granha de Mello Filho, acusados desta vez de fraudes no pagamento de precatórios.

Descaradamente corporativista, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, descartou sem analisar um recurso em que a PGR insistia num pedido de investigação preliminar sobre uma advogada que supostamente atuava para comprar decisões no STJ em nome da JBS.

Crítica:

Formado por motoristas amadores, aclamado por quem prefere preço à qualidade e também, pelo que tudo indica, comandado por “executivos mirins”, o Uber divulgou uma nota confessando que escondeu por 1 ano o vazamento de informações de 57 milhões de seus clientes e que pagou US$ 100 mil para que os hackers que executaram a ação mantivessem o caso em segredo.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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