R.B. 3/OUT/17 "Somos idiotas, coniventes, comparsas ou malucos"



"Somos idiotas, coniventes, comparsas ou malucos"

São Paulo, 3 de outubro de 2017 (TERÇA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas mundiais e com os investidores ainda desprezando as denúncias de corrupção contra o presidente Temer e acreditando que a economia tupiniquim está em trajetória de recuperação e (2) o DÓLAR pode voltar a cair, agora testando o “suporte” dos R$ 3,15, influenciado pelo esperado “humor positivo” na bolsa tupiniquim e também pelo aumento do fluxo positivo de recursos externos.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,1%, recuperando as perdas da abertura (-0,6%), dividida entre as incertezas do cenário político, que levantam cada dia mais dúvidas sobe a aprovação da reforma da Previdência, e o bom desempenho das bolsas de NY, que mais uma vez fecharam nos maiores patamares da história, e (2) o DÓLAR caiu -0,3% à R$ 3,16, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pelos resultados cada dia melhores da balança comercial brasileira, após um pregão com alguma volatilidade, já que na mínima recuou (-0,5%) e na máxima avançou (0,4%).

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, com baixo volume de negócios por conta do feriado na China, Japão 0,2%, sustentada pelo bom desempenho das exportadoras, diante da valorização do dólar frente a moeda local (o iene), e também beneficiada pelo anúncio de que a confiança de grandes empresas do país atingiu o maior patamar em uma década, (2) da EUROPA, apesar da instabilidade política na Espanha, diante do plebiscito realizado pela região de Catalunha para se separar do país, Inglaterra 0,9%, França 0,4% e Alemanha 0,6%, impulsionadas pela divulgação de dados acima do esperado da economia europeia, como o índice de gerentes de compras do setor industrial da zona do euro, que em SET/17 atingiu o maior nível em 79 meses e (3) dos EUA, com os 3 principais índices registrando mais um recorde histórico, S&P 0,4%, DJ 0,7% e NASDAQ 0,3%, com destaques de alta para ações do setor industrial e financeiro, beneficiadas pela divulgação de dados que mostraram que atividade manufatureira do país atingiu o maio nível em 13 anos.

Ainda com um otimismo contido e desconfiado, o “mercado”, que espera que espera que a taxa básica de juros feche 2017 e 2018 em 7,0%, reduziu, de 2,97% para 2,95%, suas “apostas” para a inflação medida pelo IPCA neste ano e elevou, agora de 0,68% para 0,70%, suas projeções para o desempenho do PIB tupiniquim em 2017.

Como se estivesse “vivendo no País das Maravilhas”, Meirelles, ministro da Fazenda, “garantiu” que Brasil (1) já está em ritmo de recuperação sólida, (2) caminha para um ciclo de crescimento que será o mais longo da última década e (3) trabalha com a expectativa de juros baixos em um período bastante prolongado.

Apesar das medidas consideradas “duras” por parte da população tupiniquim, investidores e advogados norte-americanos saíram frustrados e alegando que o Brasil não é capitalista de uma reunião realizada na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, na semana passada, em NY, para explicar a reforma trabalhista recentemente aprovada pelo governo Temer.

Dando mais um sinal positivo da economia brasileira, os anúncios de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras movimentaram R$ 49,4bi nos 9 primeiros meses de 2017, o que representa um crescimento de 29,3% ante mesmo período de 2016.

“Apostando” no Brasil e na sustentabilidade, a gigante multinacional Unilever anunciou ontem que fechou um acordo para a aquisição da empresa brasileira de produtos orgânicos e naturais Mãe Terra, que por sua vez foi fundada em 1979, trabalha com várias categorias de produtos, como cereais orgânicos, cookies e outros produtos culinários.

Apresentando, impulsionada principalmente pelas exportações de soja e milho, o mais alto resultado para o mês na série histórica (iniciada em 1989), a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 5,2bi em SET/17, elevando assim o saldo positivo acumulado nos 9 primeiros meses do ano para US$ 53,3bi, o que também é um recorde histórico para o período.

Além do ótimo desempenho das exportações, que responsável por sucessivos recordes históricos da balança comercial, outro dado, considerado positivo, que chamou em SET/17 no comercio exterior tupiniquim foi o crescimento de 34,5% nas compras de bens de capital, já que a importação desse tipo de produto é relacionada a investimentos.

-    A Petrobrás subiu 0,6%, já que, apesar do recuo do petróleo nos mercados internacionais, os investidores ficaram animados com Pedro Parente, presidente da empresa, que abriu o pregão da bolsa de NY e de lá, com sorriso estampado no rosto, comemorou a joint venture fechada com a ExxonMobil para explorar a bacia de Campos e anunciou um novo preço, mais baixo, de equilíbrio para o barril do petróleo.

Política:

Comprovando que “somos idiotas, coniventes, comparsas ou malucos”, ou até que sabe tudo junto e piorado, segundo a pesquisa Datafolha 89% acham que a Câmara deve autorizar as investigações contra Temer, 73% acham o governo dele péssimo, mas só 37% acham que a queda do referido presidente é o melhor para o país.

Indicando que os brasileiros acreditam na impunidade e também aceitam passivamente que isto aconteça, segundo a pesquisa Datafolha 54% acham que Lula deve ser preso, porem 66% duvidam que isso aconteça de fato.

Coberto de razão, o jurista Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, alertou que a provável decisão do Senado de tentar livrar o senador tucano Aécio Neves da cadeia pode abrir uma grave “fratura institucional” no Brasil, destruindo as relações entre o Senado e o órgão máximo do Judiciário tupiniquim.

Bastante preocupados, integrantes dos universos jurídico e político ponderam que, se o Supremo vetar a deliberação do Legislativo sobre o afastamento, o “caso Aécio” pode se repetir nos Estados, disseminando a queda de braço entre Poderes.

Sempre atuando em defesa dos bandidos, a Câmara dos Deputados adiou novamente a decisão sobre se vai ou não recuar de uma alteração que pode abrir brecha, na medida provisória do Refis, para parcelamento de dívidas empresariais que tenham origem em corrupção.

Enquanto Temer se preocupa apenas em comprar deputados para se livrar das investigações, heroicamente Dyogo Oliveira, seu ministro do Planejamento, afirmou ontem que vai seguir trabalhando para aprovar, ainda este ano, ao menos o texto da reforma da Previdência que passou na Comissão Especial criada na Câmara para analisar a matéria.

Mostrando cada dia mais que é igual aos políticos tradicionais, Doria, prefeito de SP, decidiu, coincidentemente poucos dias antes de votações importantes na Câmara Municipal do seu programa de privatizações, fazer um número vultoso de nomeações no "Diário Oficial", dentre elas a filha de uma vereadora do PR.

Pregando a cartilha do presidente Temer, afinal de contas foi para isto que ele colocou ela lá, Raquel Dodge, a nova procuradora-geral da República, afirmou que boa parte da corrupção investigada no Brasil tem origem no sistema de financiamento eleitoral, que, segundo ela, ainda apresenta "elevada corrupção".

Obviamente em um “jogo de cartas marcadas”, o presidente Temer elogiou a decisão da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de requerer o depoimento dele peemedebista no inquérito do Porto de Santos e aproveitou para alfinetar o antecessor da procuradora, Rodrigo Janot.

Crítica:

Após um plebiscito enviesado, do qual praticamente só participou quem concordava com a separação, o governo regional da Catalunha, alegando que 90% dos eleitores votaram a favor da independência da região, se reuniu a portas fechadas para discutir os próximos passos de seu plano de declarar a secessão da Espanha, porem a União Europeia já afirmou que não irá reconhecer a votação, apesar de ter pedido diálogo entre as partes.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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