R.B. 11/OUT/17 "Recado, direto e reto"



"Recado, direto e reto"

Orlando, 11 de outubro de 2017 (QUARTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, acompanhando a valorização das commodities e beneficiada pela nova redução das tensões políticas internas e (2) o DÓLAR pode voltar a cair, acompanhando os mesmos motivos que devem animar a bolsa brasileira e também influenciado pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do FED (“BC” dos EUA), que ao que tundo indica vai indicar cautela na inevitável redução dos estímulos monetários.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,6%, retornando à sua trajetória de alta após 2 pregões seguidos de realização de lucros, batendo mais um recorde histórico em pontos (76.897pts), com bom volume de negócios (R$ 9,9bi) e seguindo a valorização das principais bolsas mundiais e a alta das commodities e (2) o DÓLAR caiu -0,1% à R$ 3,18, em um “ajuste técnico” após 3 pregões seguidos de alta, influenciado pela trajetória internacional da moeda norte-americana e pela melhora do “humor” na bolsa tupiniquim.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, com as 2 principais bolsas da região funcionando no mesmo dia pela primeira vez em mais de 1 semana, Japão 0,6% e China 0,3%, impulsionadas por pesquisas de opinião indicando que a coalizão governista sairá fortalecida da eleição parlamentar japonesa, marcada para o dia 22/OUT/17, (2) da EUROPA, sem uma tendência única, Inglaterra 0,4%, sustentada pelo bom desempenho das ações das petrolíferas, porem França -0,1% e Alemanha -0.2%, diante do novo aumento das tensões políticas entre o governo central de Madri e a Catalunha, que somente ontem recebeu a notícia de que mais 3 grandes empresas decidiram retirar suas sedes da região e (3) dos EUA, recuperando as perdas da abertura, S&P 0,2%, DJ 0,3% e NASDAQ 0,1%, com destaque para o setor de consumo, após o Walmart, cujas ações dispararam 4,5%, anunciar um programa de US$ 20bi em recompra de suas ações e reafirmar sua perspectiva de lucro ajustado por ação para o atual ano fiscal de entre US$ 4,30 e US$ 4,40.

Citando a elevação do consumo, sem levar em consideração que ele foi causado por um evento não recorrente que foi liberação dos recursos das contas inativas do FGTS, o FMI decidiu elevar, de 0,30% para 0,70%, suas “apostas” para o crescimento do PIB do Brasil neste ano, patamar exatamente igual ao esperado pelo “mercado”.

Apesar de as vezes parecer estar “na folha de pagamento” do governo Temer, a agencia de classificação de risco Moody's finalmente tomou “vergonha na cara” e deixou claro que vai reduzir sua “nota” para o Brasil se o país não aprovar uma reforma da Previdência “descente” até o início de 2018.

Segundo um estudo da Instituição Fiscal Independente, que é um órgão do Senado, sem a aprovação de uma reforma da previdência “séria”, a dívida bruta do governo geral tupiniquim pode superar em 2020 os 100% do PIB.

Mandando um “recado, direto e reto,” para os “nobres” parlamentares, o BC brasileiro “avisou” que a continuidade do ciclo de baixa e também a redução permanente da taxa básica de juros depende do avanço das reformas, principalmente a da Previdência.

“Apostando” nos lugares certos, no ano passado 57,7% das companhias brasileiras com negócios fora do país contrataram no exterior, enquanto 61,5% destas mesmas empresas demitiram funcionários no Brasil.

Arrancando dinheiro fácil do consumidor brasileiro, que compra os piores e mais caros carros do mundo, apenas desde MAR/17 oito montadoras instaladas no Brasil comunicaram que vão colocar no país quase R$ 15bi até 2022.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, a produção de grãos e oleaginosas pelo Brasil na safra 2017/18 poderá cair de -4,3% a -6% ante o ciclo anterior, refletindo a perspectiva de condições climáticas não tão favoráveis como as da temporada 2016/17.

-    A Samsung 3,0% na bolsa da Coréia do Sul, à medida que operadores correram para comprar a ação antes da divulgação de resultados trimestrais da empresa, que será na sexta-feira.
-    A Petrobras subiu 1,9%, beneficiada pela alta expressiva dos preços do petróleo nos mercados futuros de Londres e NY.

Política:

Com o PSDB se esforçando para perder todos os seus eleitores e se parecer cada dia mais com o PT e com o PMDB, ontem, conforme esperado, o deputado tucano Bonifácio de Andrada inocentou Temer no seu relatório da segunda denúncia apresentada pela PDGR contra o referido presidente do Brasil e agora o tema vai para plenário da Casa.

Fingindo que é oposição e também que é governo, quando na verdade o único lado que ele está é o dele mesmo, o deputado democrata Rodrigo Maia, presidente da Câmara, “avisou” que não vai mais aceitar medidas provisórias do governo até que o Legislativo aprecie a Proposta de Emenda à Constituição que regulamenta a tramitação desse tipo de medida.

Provavelmente piorando ainda mais a situação, já que os atuais parlamentares estão cada dia mais craques em legislar em causas próprias, a base aliada do presidente Temer articula o que eles têm chamado de uma “reforma da Previdência mínima”, que supostamente seria colocada em votação no plenário da Câmara em NOV/17, após a análise da denúncia contra Temer.

Mostrando sua enorme “fidelidade aos bandidos”, Edson Fachin, ministro e relator da Lava Jato no Supremo Tribunal federal, determinou o arquivamento de um inquérito aberto para apurar se o ex-presidente José Sarney e os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá tentaram obstruir as investigações da operação.

Podendo abrir mais uma possibilidade de mudança na presidência do Brasil antes de 2018, ontem a TV Globo “avisou” que Temer está com obstrução parcial em uma artéria coronária e que passará por um cateterismo após a votação da denúncia na Câmara.

Crítica:

Provando, pela enésima vez, que para quem não tem caráter e tem muito dinheiro para pagar bons advogados, o crime compensa bastante no Brasil, ontem a segunda Turma do Supremo Tribunal Federal determinou que Eike Batista, um picareta travestido de empresário, fique livre de cumprir prisão domiciliar durante o dia.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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