R.B. 1/AGO/17 "Nada republicano e bastante suspeito"



"Nada republicano e bastante suspeito"

São Paulo, 1 de agosto de 2017 (TERÇA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, mesmo após fechar o pregão anterior no maior patamar desde 17/MAI/17 (aos 65.920pts), beneficiada pela divulgação de bons resultados corporativos, como o do Itaú, e acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas mundiais e (2) o DÓLAR pode voltar a cair, acompanhando a esperada melhora do “humor” na bolsa brasileira, porém sem “força” para romper o “suporte” dos R$ 3,10 e já em um bom patamar para compras.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,6%, para fechar o mês de JUL/17 acumulando uma valorização de 4,8%, acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas mundiais e beneficiada pela valorização das commodities e (2) o DÓLAR caiu -0,4% à R$ 3,12, para fechar JUL/17 registrando a maior baixa mensal do ano (-5,6%), influenciado pelo enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior e pela percepção de que a denúncia de corrupção passiva a ser votada contra o presidente Temer na quarta-feira não seguirá adiante.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão -0,2%, prejudicada pela divulgação de balanços desfavoráveis de grandes empresas e China 0,6%, apesar da divulgação de que o setor manufatureiro chinês se expandiu em JUL/17 em ritmo um pouco mais fraco do que se previa, (2) da EUROPA, também sem uma tendência única, Inglaterra 0,1%, França -0,7% e Alemanha -0,4%, já que os ganhos das mineradoras não conseguiram dissipar as preocupações sobre a força persistente do euro em relação ao dólar, o que dificulta as exportações da região e (3) dos EUA, com sinais distintos, mas ainda rondando os maiores patamares da história, S&P -0,1%, DJ 0,2% e NASDAQ -0,4%, divididas entre balanços corporativos sólidos e um movimento de realização de lucros.

Já levando em consideração o aumento dos impostos sobre os combustíveis, o “mercado” elevou pela segunda semana consecutiva sua estimativa de inflação para este ano, desta vez de 3,33% para 3,40%, e manteve em 0,34% suas “apostas” para o desempenho do PIB tupiniquim em 2017.

Colocando a “culpa” nos parlamentares, que mudaram as regras do Refins, e na crise política, Meirelles, ministro da Fazenda, afirmou que “no momento” a meta fiscal de um déficit de R$ -139bi nas contas deste ano está mantida, mas admitiu que o assunto está em análise pela equipe econômica do presidente Temer.

Estimuladas pela tendência de queda da taxa básica de juros e “apostando” na retomada da economia, neste ano 7 companhias já lançaram ações na bolsa tupiniquim, um salto em relação a 1 único IPO realizado em 2016, porem o investidor encara com cautela e pouco apetite a risco a volta das empresas ao mercado de capitais, já que 5 destas operações foram precificadas no piso das expectativas.

Apresentando mais um fator positivo da queda da taxa básica de juros, que agora está em 1 dígito (9,25% ao ano), gestores de fundos de renda fixa já admitem uma redução das taxas de administração cobradas, para assim evitar a migração de investidores para aplicações que deem retorno maior.

Em um “velho efeito cascata” que é bastante conhecido dos brasileiros, segundo a Apas, a associação do segmento, os preços nas gôndolas dos supermercados do Estado de SP deverão subir de 2% a 5% em consequência da alta dos combustíveis.

-    Neste ano apenas 59% das lavouras de soja dos EUA estão em condições boas e excelentes, já em 2016, quando as condições climáticas eram melhores do que as atuais, o percentual era de 72%.
-    Dando os anéis para ficar com os dedos, a J&F vendeu a Vigor por R$ 5,7bi para o grupo mexicano Lala.

-    A Petrobras subiu 1,2%, beneficiada pela valorização do petróleo e pelo anúncio de que em JUN/17, (1) pela primeira vez na história, a produção de petróleo no pré-sal ultrapassou o volume extraído em campos do pós-sal no país e (2) o volume total extraído pela empresa cresceu 4,5% na comparação com JUN/16.
-    O Itaú subiu 0,6% e, após o fechamento do pregão, anunciou que no segundo trimestre deste ano seu lucro líquido ficou em R$ 6,2bi, o que representa um crescimento de 10,7% na comparação com o mesmo período de 2016 e foi conquistado principalmente com o aumento da receita com serviços e tarifas bancárias e com a redução das provisões contra calotes de clientes.

Política:

Em mais um encontro “nada republicano e bastante suspeito”, Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, se reuniu ontem com o tucano Doria, prefeito de SP, oficialmente para tratar de “análise geral de circunstâncias".

Pressionando os “nobres parlamentares” 2 dias antes da votação que decidirá o futuro de Temer, ontem foi divulgada uma pesquisa, com base cientifica questionável já que foi feita pelo telefone, que indicou que 81% dos eleitores brasileiros são a favor da abertura de um processo contra o presidente.

Bem cotado em todas as pesquisas eleitorais para presidente em 2018, o deputado Jair Bolsonaro, que estava no PSC, avisou que vai mudar de partido e ir para o PEN para lançar sua candidatura à Presidência no ano que vem.

Certo de que a oposição não conseguirá os 342 votos necessários para permitir que o Supremo investigue o presidente, o governo Temer começou a estimular a presença até de deputados contrários a ele para garantir quórum para a votação da denúncia que ocorrerá amanhã.

Bandido sem voto mas com bastante poder, Kassab, que é ministro das Comunicações do governo temer, disse que caso a economia “continue a dar sinais de recuperação”, vê “com naturalidade” a candidatura de Meirelles, que é seu correligionário, à Presidência em 2018.

Apontando novamente os holofotes contra o chefão dos bandidos tucanos, ontem a Procuradoria-Geral da República voltou a pedir a prisão do senador Aécio Neves, do PSDB de MG, e o afastamento dele do cargo, ressaltando que a investigação colheu "robusto acervo probatório" e com "destaque para as provas colhidas no bojo das ações controladas e interceptações telefônicas, todas devidamente autorizadas pelo ministro Edson Fachin.

Crítica:

Acéfalos usados como massa de manobra de partidos políticos, os caminhoneiros bloqueiam rodovias em ao menos 3 Estados na manhã de hoje em protesto contra o aumento do preço do combustível, corte de verbas para a polícia rodoviária e a corrupção.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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