R.B. 5/JUL/17 "A palavra privatização já não assusta mais a população"



"A palavra privatização já não assusta mais a população"

São Paulo, 5 de julho de 2017 (QUARTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve voltar a cair, pressionada pelo recuo do petróleo e ainda prejudicada pela intensificação da crise política tupiniquim, porem deve-se ressaltar que o patamar é interessante para compras, principalmente para aqueles que “apostam” na queda do governo Temer e (2) o DÓLAR pode voltar a subir, influenciado pelos mesmos motivos que devem derrubar a bolsa brasileira e também seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -0,1%, com baixíssimo volume de negócios (R$ 1,7bi) por conta do feriado nos EUA, e influenciada pela intensificação da crise política tupiniquim e pelas perdas das bolsas europeias e a realização de lucros das commodities e (2) o DÓLAR subiu 0,1% à R$ 3,31, ampliando ligeiramente a valorização já registrada no ano (1,5%), acompanhando a piora do “humor” na bolsa brasileira e impulsionado pela redução do fluxo positivo de recursos externos.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão -0,1% e China -0,4%, prejudicadas pelo aumento das tensões geopolíticas na região, já que o maluco do ditador da Corei do Norte disse em comunicado oficial que disparou um míssil de longo alcance, (2) da EUROPA, realizando uma parte dos fortes lucros do pregão anterior, Inglaterra -0,3%, França -0,4% e Alemanha -0,3%, com destaques de queda para as ações dos bancos e (3) dos EUA, S&P, DJ e NASDAQ permaneceram fechadas por conta do feriado do dia da independência.

Considerada uma das vitrines positivas da equipe econômica do governo Temer, a queda dos juros básicos também vai ajudar a impulsionar uma redução nos gastos públicos, já que a conta dos juros pagos pelo Estado brasileiro deve fechar 2017 em R$ 402,2bi, o que representa R$ -4,8bi a menos que no ano passado e R$ -99,6bi a menos que em 2015.

Ascendendo luzes no final do túnel, (1) em MAI/17, registrando o segundo mês seguido de expansão, a produção industrial brasileira cresceu 0,8% na comparação com MAI/16, o que representa o melhor desempenho para o mês desde 2011 e (2) em JUN/17 as vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil cresceram 13,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Com a monopolista bolsa tupiniquim fazendo tudo que está ao seu alcance para apequenar cada dia mais o mercado bursátil brasileiro, apenas nos 5 primeiros meses deste ano 34 companhias tiveram a listagem cancelada na B3 (ex-BM&F Bovespa), o que representa o maior patamar desde 2002.

Mostrando que o país ainda paga pelas irresponsabilidades cometidas pela ex-presidenta petista, segundo cálculos feitos pela Abrace, que é a associação de grandes consumidores de energia, a tarifa de baixa tensão da AES Eletropaulo, que subirá 4,5%, cairia -2,5% se não houvesse o ressarcimento às transmissoras por alterações feitas pelo governo Dilma na remuneração ao setor, há 5 anos.

Perdendo de lavada para a inflação, nos 4 primeiros meses deste ano as vendas no setor imobiliário, mesmo “turbinadas” pela comercialização do segmento Minha Casa Minha Vida, tiveram alta de apenas 1,6% na comparação com o mesmo período de 2016, com destaque negativo para o segmento de alto padrão, cujas vendas recuaram -13,6% na mesma base de comparação.

Como, principalmente por conta da Lava Jato, “a palavra privatização já não assusta mais a população”, o governo Temer pretende apresentar ao Congresso uma proposta que vai permitir a venda de usinas e subsidiárias da Eletrobrás, destinando os recursos auferidos para (1) o Tesouro Nacional, reduzindo a dívida pública, (2) a Eletrobrás, equalizando suas contas e (3) o consumidor, que pagará menos pelo serviço.

-    A Petrobras subiu 0,6%, beneficiada pelo reajuste no preço da gasolina e pelo anúncio de acordo com a chinesa CNPC para terminar as obras do Comperj.

Política:

Sem nenhuma vergonha na cara e com a esperança de que seus eleitores seguem sendo idiotas, ontem Aécio, que com a ajuda de um “ministro camarada” retomou seu cargo de senador, afirmou na tribuna da Casa que, contrariando todas as provas apresentadas, não cometeu crime, não recebeu recursos ilícitos e não ofereceu vantagens indevidas.

Colhendo os “frutos podres” de sua decisão idiota de apoiar o bandido do Temer em troca da promessa de apoio do PMDB para sua candidatura à presidência em 2018, Doria, prefeito de SP, agora tem a reprovação de 52% da população brasileira, contra 39% auferidos em MAI/17.

Com o governo Temer tentando passar a impressão de que tudo está funcionando, ontem, por 46 votos favoráveis e 19 contrários, o plenário do Senado aprovou o regime de urgência para a aprovação da reforma trabalhista na Casa, que agora deve ser apreciado pelo colegiado em até 2 sessões.

Preparando mais um “jogo de cartas marcadas”, o deputado peemedebista Sergio Zveiter, que será relator da denúncia contra o presidente Temer, recebeu, na sua campanha de 2014, R$ 1mi de três empresas investigadas na Lava Jato.

Com uma agenda de encontros que teve início às 8h11 e se estendeu por 15 horas, ontem o presidente Temer recebeu 30 deputados federais, a maior parte em encontros isolados, em uma maratona para tentar barrar na Câmara a denúncia que ameaça lhe retirar o cargo.

Crítica:

Como, ainda viciada no intervencionismo, não aprendeu que o que melhora a qualidade dos serviços é a livre concorrência, a prefeitura de SP, decidiu que motoristas de carros de aplicativos de transporte individual, como Uber e Cabify, sigam regras de vestimenta e higiene que incluem o uso de traje social ou esporte fino e sapatos “engraxados e bem conservados”.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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