R.B. 22/JUN/17 "Falida fórmula"



"Falida fórmula"

São Paulo, 22 de junho de 2017 (QUINTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve voltar a cair, acompanhando o recuo das principais bolsas mundiais e ampliando seu “espiral decadente” que é alimentado pela intensificação constante da instabilidade política brasileira e (2) o DÓLAR pode subir, agora rumo aos R$ 3,50, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e pressionado pelos mesmos motivos que devem derrubar a bolsa tupiniquim.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -0,1%, dividida entre o novo recuo dos preços do petróleo (-2,0%) no mercado externo, que derrubou as ações da Petrobrás (-1,9%), e uma tentativa frustrada de recuperação de perdas recentes e (2) o DÓLAR subiu 0,1% à R$ 3,33, recuperando as perdas da abertura, com os investidores à espera de novidades no cenário político e ainda com baixo volume de negócios.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão -0,4%realizando lucros recentes, com as exportadoras prejudicadas pela valorização da moeda loca (o iene) frente ao dólar e China 0,5%, após o índice de mercados emergentes MSCI anunciar a inclusão de ações listadas em Xangai no seu portfólio, (2) da EUROPA, Inglaterra -0,3%, França -0,4% e Alemanha -0,3%, pressionadas principalmente pela queda nos preços do petróleo, por uma baixa em ações de instituições financeiras e pela saída do ministro de Justiça da França, François Bayrou, do governo de Emmanuel Mácron e (3) dos EUA, sem uma tendência única, S&P -0,1% e DJ -0,3%, pressionadas principalmente por um novo declínio dos preços do petróleo (-2,0%), após dados apontarem para um aumento da produção da commodity no país, porem NASDAQ 0,7%, sustentada pelos ganhos de gigantes da tecnologia, como Amazon (1,0%), Google (0,9%) e Facebook (1,1%).

Rendendo-se à realidade dos fatos, ontem, citando como principal motivo o prolongamento da crise política deflagrada pelas acusações contra o presidente Temer, a equipe econômica do governo brasileiro anunciou a redução, de 0,5% para 0,4%, de suas “apostas” para o desempenho do PIB do país em 2017.

Ainda acreditando na “falida fórmula” de Estado grande, controlador e indutor do crescimento, para estimular a recuperação da economia tupiniquim a área política do governo Temer pressiona a área econômica a adotar medidas como a liberação de linhas de crédito pelo BNDES e a ampliação dos incentivos para os setores de serviços e habitação.

Mostrando que os investidores estão, com toda a razão, tirando o pé do acelerador, (1) segundo um relatório do Ministério do Turismo, elaborado pela FGV, a taxa de investimento do setor de turismo no segundo trimestre deste ano deverá ser a menor dos últimos 5 trimestres, (2) Francesco Renzetti, diretor-executivo da Almaviva, empresa de call centers que tem 32 mil funcionários, anunciou que reduzirá o ritmo de investimentos no país até o ano que vem.

segundo a prestigiada consultoria A.T. Kearney, o Brasil ficou em penúltimo, só à frente da Tailândia, no ranking que classifica quais países emergentes devem ser prioridade para a expansão de redes varejistas e de serviços e os motivos foram (1) alto nível de desemprego, (2) crise política e (3) desempenho do varejo em 2016, que foi o pior desde 2007.

Com o governo Temer usando dinheiro público para ajudar pela enésima vez o setor da construção civil, depende apenas da aprovação do conselho curador do FGTS, que se reúne em JUL/17, para o retorno da linha de crédito imobiliário Pró-Cotista, que foi suspensa neste mês por falta de recursos, e que desta vez deverá receber um reforço de até R$ 3bi adicionais.

Apesar do alvo ser a JBS, o pedido de bloqueio de bens da empresa de Joesley feito pela Advocacia-Geral da União colocou em alerta os funcionários do BNDES, já que 39 de seus servidores são investigados pelo Tribunal de Contas da União por participarem das operações de investimento do banco na empresa e assim poderiam ter seus bens também bloqueados..

Política:

O Senador tucano de Ricardo Ferraço, que foi retalhado pelo governo por ter votado contra a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais, chamou o presidente Temer de "corrupto" e acusou o Palácio do Planalto de fazer um "balcão de negócios".

Questionado por revisões feitas na Pesquisa Mensal de Comércio e na Pesquisa Mensal de Serviços, que acabaram causando mudanças, obviamente para melhorar os números, o presidente do IBGE, Roberto Olinto, que é mais político do que técnico, voltou a defender a produção de dados do instituto e afirmou que nunca houve interferência do ex-presidente Paulo Rabello de Castro nos resultados das pesquisas econômicas.

Como, para limpar seu nome e principalmente fugir da cadeia, sonha em ter um terceiro mandato, o ex-presidente Lula está cada dia mais irritado seus “comparsas petistas” Lindbergh Farias e Tarso Genro que tem se reunido com integrantes do PSOL e de movimentos de esquerda para discussão de um programa de governo para o país.

Sem medo da corda estourar, já que os bandidos tucanos estão no mesmo barco que ele, o presidente Temer colocou o enquadramento do aliado PSDB como prioridade de sua agenda política quando voltar para Brasília de seu giro europeu.

Colocando mais um “aliado íntimo” de Temer bem próximo da cadeia, o trambiqueiro Lucio Funaro, preso pela Operação Lava Jato, entregou à Polícia Federal registros de chamadas telefônicas que o ex-ministro Geddel Vieira Lima fez para sua mulher, Raquel, por meio do aplicativo WhatsApp.

Avançando no Congresso Nacional mais rapidamente que rastilho de pólvora, dirigentes dos grandes partidos querem ampliar para R$ 4bi o valor do fundo a ser criado para o financiamento de campanhas em 2018.

Em busca de uma agenda positiva, o Planalto anuncia hoje o empresário Jorge Gerdau e a ex-ministra de Indústria Dorothea Werneck como membros do Conselho Nacional para a Desburocratização.

Crítica:

Na “caça de caloteiros e picaretas”, que é o que mais tem no Brasil, a Secretaria da Fazenda do Estado de SP realizou ontem 3 ações com o objetivo de recuperar R$ 574,3mi em dívidas de ICMS.

Imã para incautos, a feira ABF Franchising Expo, da Associação Brasileira de Franchising, começou ontem, oferece franquias com investimento baixo, inferiores a R$ 10 mil, e opções que podem custar até R$ 1mi.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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