R.B. 31/MAI/17 "Ninharia de R$ 10,3bi"



"Ninharia de R$ 10,3bi"

São Paulo, 31 de maio de 2017 (QUARTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando recuperar parte das perdas acumuladas em MAI/17 (-2,2%), acompanhando o desempenho ascendente das principais bolsas mundiais e com boa volatilidade já que, além de ser o último dia do mês, após o fechamento do pregão sairá a decisão do Copom e (2) o DÓLAR pode seguir em queda, acompanhando a esperada melhora do “humor” na bolsa brasileira e também pressionado pela “briga” para formação da cotação de fechamento do mês, porem deve-se ressaltar que o patamar é interessante para compras.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,3%, recuperando as perdas da abertura, com baixo volume de negócios (R$ 5,3bi), principalmente diante de uma falta de norte definido por conta das expectativas políticas e da reunião do Copom, e com destaques de alta para as ações dos bancos e (2) o DÓLAR caiu -0,3% à R$ 3,26, acompanhando a leve melhora do “humor” na bolsa brasileira e também seguindo a desvalorização internacional da moeda norte-americana.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, China não teve pregão por conta de feriado e Japão 0,1%, próximo da estabilidade pelo segundo pregão consecutivo, com o fortalecimento da moeda local (o iene) ante o dólar prejudicando as ações das exportadoras, (2) da EUROPA, Inglaterra -0,3%, França -0,5% e Alemanha -0,2%, pressionadas pelo aumento dos “temores” de uma possível antecipação das eleições gerais italianas, ainda prejudicadas pelas declarações de Mario Draghi, presidente do BC Europeu, ressaltando que a economia da zona do euro ainda precisa de "um montante razoavelmente substancial" de estímulos monetários e também influenciadas negativamente pelo anúncio de que o índice de sentimento econômico da zona do euro recuou em MAI/17 e (3) dos EUA, S&P -0,1%, DJ -0,2% e NASDAQ -0,1%, com destaques de queda para as ações das empresas de energia e de instituições financeiras, diante da diminuição das expectativas quando ao processo de desregulação e de cortes de impostos do governo Trump.

“Inocente” por não levar em consideração a real motivação era a propina que rolou, porem tecnicamente perfeito, Ben Ross Schneider, professor de ciência política e diretor do programa de estudos do Brasil do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, afirmou que as políticas de incentivo econômico das gestões do PT no governo federal (2003-2016) falharam por terem sido mal implementadas, ressaltando que muitos subsídios foram gastos sem pensar exatamente na meta que se queria alcançar.

Confirmando que a inflação está controlada e ajudando, e muito, o Copom a decidir cortar a taxa básica de juros em -1,0%, dos atuais 11,25% para 10,25%, na reunião que termina hoje, o IGP-M de MAI/17 registrou deflação de -0,93%, acumulando com isto uma alta de apenas 1,57% nos últimos 12 meses, desta vez influenciado pelo forte recuo dos preços no atacado.

Como não é idiota, Meirelles, ministro brasileiro da Fazenda, descartou a possibilidade de que o país volte a adotar a linha de política econômica da ex-presidenta Dilma, ressaltando que foi a “nova matriz econômica” que trouxe o Brasil a essa crise.

Dando duas opiniões divergentes do setor produtivo, (1) Paulo Ricardo Stark, presidente da alemã Siemens no Brasil, afirmou que a crise política enfrentada pelo país tem afugentado investidores e (2) Stefan Ketter, presidente da Fiat Chrysler na América Latina, ressaltou que o pior da crise brasileira ficou para trás e que a economia agora está no rumo do crescimento.

Apresentando opiniões diferentes do setor financeiro, (1) Paulo Caffarelli, que é presidente do Banco do Brasil e cujo “patrão” é o presidente Temer, “garantiu” que a recente crise política não teve nenhum afeito sobre a demanda por crédito nas operações de varejo e também de atacado, (2) José Berenguer, presidente do JP Morgan Brasil, afirmou que a delação da JBS, que lançou dúvidas sobre a continuidade do governo Temer, terá efeitos no desempenho da economia e (3) José Olympio, presidente do Credit Suisse Brasil, alertou que varejistas relataram que as vendas de fato apresentaram queda após a notícia da conversa comprometedora do presidente Temer com o dono da Friboi.

O preço do açúcar mantém trajetória de queda na Bolsa de commodities de NY, principalmente por conta na melhora da moagem de cana no centro-sul do Brasil, que aliás é líder mundial na produção e exportação.

-    O Itaú subiu 0,4%, o Bradesco avançou 1,5% e o Banco do Brasil ganhou 1,2%, todos eles refletindo certo alento com a expectativa de queda, mesmo que em ritmo menor, da taxa Selic, além das “apostas” de liberação de compulsórios ligados à poupança.

Política:

A Assembleia Legislativa de SP, mesmo diante da oposição petista, vai colocar em votação um projeto de Lei que tentará derrubar a absurda obrigatoriedade de se obter uma ciência por escrito do caloteiro para permitir a inclusão do seu nome em cadastros de inadimplentes.

Sentindo que “o pior já passou”, o governo Temer, apenas 2 semanas após estourar a pior crise da sua administração, retomou a contagem de votos para tentar aprovar a reforma da Previdência em primeiro turno no plenário da Câmara.

Mostrando que quanto mais se investiga mais se encontra sacanagem, em telefonema interceptado pela Polícia Federal, o subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, disse ao deputado afastado Rodrigo Rocha Loures que o setor portuário já havia conseguido "coisas demais" no decreto presidencial que mudou a regulamentação do setor.

Jogando mais lama em cima de Temer, segundo de Carlos José de Souza, executivo da empreiteira Andrade Gutierrez, o ex-vice-governador do Distrito Federal Tadeu Filippelli, que era assessor especial do presidente até a semana passada, quando foi preso pela Operação Panatenaico, teria cobrado pessoalmente pagamento de propina relativa à obra do estádio Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014, que estava em atraso.

Cada dia mais comandado por FHC, o PSDB finalmente decidiu que não terá como ficar ao lado de Temer caso o presidente recorra de uma eventual cassação no Tribunal Superior Eleitoral, ou faça uso de medidas protelatórias no julgamento enquanto a crise política segue aguda.

Na véspera do congresso partidário, o ex-presidente Lula desembarca hoje em Brasília com a missão de tentar, mais uma vez, pacificar a disputa interna no PT e para isto se reunirá com representantes das diferentes forças petistas na tentativa de impedir que a abertura do encontro seja palco de uma briga sobre o modelo das eleições dentro do seu partido.

Deixando “o Itaim Bibi com os nervos à flor da pele”, Palocci, ex-ministro da Fazenda que está enjaulado desde SET/16, tenta negociar, em acordo de delação premiada, que sua pena seja cumprida em um ano de prisão domiciliar e que seus depoimentos sejam focados em banqueiros e empresários, além do ex-presidente Lula.

Crítica:

Colocando, de forma canalha, a culpa na polícia para inocentar o bandido, Dyogo Oliveira, ministro do Planejamento, reclamou que a delação da JBS atrapalhou a articulação do governo para aprovar a reforma da Previdência.

Se estivesse em um país sério a J&F, dona da Friboi, já estaria fechada, os donos presos e os bens vendidos para ressarcir os cofres públicos, porém, como está no Brasil, ontem a empresa do “malandro’ Joesley Batista concordou em para uma “ninharia de R$ 10,3bi” para voltar a ter ficha limpa” e poder vender e fazer “negócios” com o Estado.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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