R.B. 22/MAI/17 "Perito de aluguel"



"Perito de aluguel"

São Paulo, 22 de maio de 2017 (SEGUNDA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve cair, mesmo com a valorização das commodities e a alta das principais bolsas mundiais, já que será prejudicada pela insistência do presidente Temer em se manter no poder para assim manter o fórum privilegiado e escapar da cadeia e (2) o DÓLAR pode subir, acompanhando o “humor negativo” da bolsa tupiniquim e influenciado pela inevitável fuga de investidores do país.

Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,7%, recuperando uma pequena parte das fortes perdas auferidas no pregão anterior (-8,8%), em um movimento de “caça de barganhas que teve ótimo volume de negócios (R$ 13,5bi) e seguiu a trajetória ascendente das principais bolsas mundiais e  (2) o DÓLAR caiu -4,0% à R$ 3,25, influenciado pelos leilões de venda do BC e devolvendo uma parte da forte alta registrada no pregão anterior, que aliás foi a maior valorização diária desde a  maxidesvalorização vista em JAN/99, quando o Brasil abandonou o regime de bandas cambiais.

Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,2% e China 0,1%, recuperando perdas recentes e sustentadas pelo bom desempenho das exportadoras, (2) da EUROPA, reduzindo as perdas acumuladas na semana, em meio a uma percepção de menor tensão política em Washington, Inglaterra 0,5%, França 0,7% e Alemanha 0,4%, beneficiadas positivamente pela alta das commodities e (3) dos EUA, em alta pelo segundo pregão seguido, S&P 0,7%, DJ 0,7% e NASDAQ 0,5%, impulsionadas, principalmente, por ações de companhias ligadas aos setores financeiro e de energia.

Ascendendo seu alerta amarelo, que em pouco tempo pode ficar vermelho, a agencia de classificação de risco Fitch, após ressaltar que manteve em grau especulativo sua “nota” para o Brasil, “avisou” que as denúncias contra o presidente Temer reforçam suas preocupações com as incertezas na recuperação da economia e com a fraqueza estrutural das finanças públicas tupiniquins.

Com a “missão impossível” de acalmar os investidores, Ilan Goldfajn presidente do BC, “garantiu”. Durante almoço com banqueiros, que o Brasil tem “amortecedores robustos” e por isso está menos vulnerável a choques internos ou externos.

Repetindo o que estão dizendo 99% dos gestores e analistas de Wall Street, Axel Christensen, estrategista-chefe de investimentos da norte-americana BlackRock, afirmou que a crise política tupiniquim já causou um "golpe significativo" na agenda das reformas, principalmente a da Previdência, que inevitavelmente levará a uma fuga dos ativos brasileiros.

Atento ao que acontece no terceiro mundo, Alejandro Werner, chefe do Departamento de Hemisfério Ocidental do FMI, divulgou uma nota informando que acompanhará a turbulência política em curso no Brasil para decidir se vai mudar suas perspectivas para a economia do país.

Surgindo como uma boa oportunidade para quem “aposta que o Brasil não vai quebrar”, em meio à turbulência causada pela nova crise política, que atingiu em cheio o governo Temer, a rentabilidade de papéis da dívida pública retornou a patamares que não eram registrados desde o final do ano passado, já que na sexta-feira o título Tesouro IPCA+ voltou a pagar 6% ao ano mais inflação, muito acima dos 4,99% de quarta-feira.

Política:

Se acorrentando ao poder, e principalmente ao fórum privilegiado, Temer, cada dia mais isolado e sem apoio político, mais uma vez foi à TV para “garantir” que ficará no cargo, desta vez usando os argumento o laudo de um “perito de aluguel”.

Dando mais um “duro golpe” na estabilidade política de Temer, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil decidiu na madrugada deste domingo apoiar o impeachment do presidente e formular um pedido a ser protocolado na Câmara dos Deputados.

Sem confirmação de presença da maior parte dos líderes de sua base aliada, o presidente Temer decidiu cancelar a “boca livre” que ofereceria, com dinheiro público, no Palácio da Alvorada, frustrando assim sua tentativa de demonstrar que tem apoio no Congresso.

Como quem “vive em um mundo de ilusões”, Marcelo Caetano, um dos principais formuladores da atual proposta de reforma da previdência, afirmou que o tema seguirá avançando o Congresso Nacional independentemente do destino político do país.

Ontem, em um jantar de apoio ao advogado do ex-presidente Lula, Antônio Mariz de Oliveira, advogado que defende o presidente Temer, disse que Sergio Moro, responsável pela operação Lava Jato, é um juiz parcial e sem condições para julgar.

Em cima do muro, como de costume, o PSDB anunciou que vai aguardar alguns dias para decidir sobre possível desembarque do governo Temer.
Como convidado ilustre, o senador peemedebista Renan Calheiros vai participar do protesto que a Força Sindical fará na quarta-feira em Brasília contra as reformas da Previdência e Trabalhista.

Como “bandidos são unidos”, o Senado estuda desobedecer a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que determinou em liminar que o mandato do senador tucano Aécio Neves seja suspenso.

Os esquemas de corrupção revelados na delação de Joesley Batista, dono da Friboi que afirma ter comprado quase 2.000 políticos, não deixam dúvidas da extensão do problema e do envolvimento explícito de atores centrais dos sistemas político-partidário e econômico-financeiro em negociações criminosas que esvaziam a democracia representativa e os cofres públicos.

Crítica:

Colocado "contra a parede", Ricardo Caires dos Santos, “o perito de aluguel” de Temer arrumou para contestar as denúncias contra ele, já “abriu o bico” e confessou que sua análise da gravação da conversa entre o presidente e o dono da Friboi é preliminar e inconclusiva.

Com potencial para causar uma revolução na cadeia energética e também na indústria automobilística, segundo um estudo divulgado pelo banco UBS, já em 2018  o custo de ter um carro elétrico na Europa será semelhante ao de um veículo tradicional com motor de combustão, o que levará o público a adotar esses modelos mais cedo do que era previsto.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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