R.B. 14/FEV/17 "Escancarando as portas"



"Escancarando as portas"

São Paulo, 14 de fevereiro de 2017 (TERÇA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve cair, em uma “saudável” realização de lucros após fechar o pregão anterior próxima dos 67.000 e acumulando uma alta de 11,1% no ano, influenciada pelo recuo das commodities e acompanhando as perdas das principais bolsas, porem deve-se ressaltar que a tendência ainda é de alta e (2) o DÓLAR pode subir, acompanhando a esperada piora do “humor” na bolsa brasileira e influenciado pelo aumento das “apostas” de corte de até -1,0% da Selic na reunião do Copom da próxima semana.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,3%, para fechar em território positivo pela 5ª vez consecutiva e no maior patamar desde 20/MAR/12 (aos 66.967pts), impulsionada principalmente pelas as ações da mineradora Vale (6,8%), diante da expressiva valorização internacional dos preços do minério de ferro (5,5%) e outras commodities metálicas, como o cobre e (2) o DÓLAR caiu -0,1% à R$ 3,11, revertendo uma abertura positiva, quando na máxima chegou a avançar 0,40%, diante da desaceleração da alta no exterior e da entrada pontual de recursos no País.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,4% e China 0,6%, após recentes gestos de conciliação do presidente Trump, que afirmou que respeitará a política de uma "uma só China", ajudarem a reduzir preocupações sobre os laços dos EUA com seus principais parceiros da região, (2) da EUROPA, Inglaterra 0,3%, França 1,4% e Alemanha 0,9%, beneficiados pela valorização de commodities metálicas e pela revisão para cima, de 1,5% para 1,6%, das perspectivas para o crescimento do PIB da região por parte da Comissão Europeia e (3) dos EUA, novamente batendo recordes históricos de alta, S&P 0,5%, DJ 0,7% e NASDAQ 0,5%, “animadas” pela promessa, feita pelo presidente Trump, de uma reforma tributária "fenomenal", pela saída do diretor do Fed Daniel Tarullo, que abre as portas para que o novo presidente do país coloque no BC norte-americano alguém que seja a favor de uma revisão nas regulações bancárias.

“Escancarando as portas” para o Copom reduzir a Selic em até -1,0% na sua reunião da próxima semana, dos atuais 13% para 12% ao ano, ontem foi divulgado que o “mercado” reduziu, desta vez de 4,64% para 4,47%, suas “apostas” para a inflação de 2017, que agora se encontram abaixo do centro da meta (4,5%) estipulada pelo BC tupiniquim.

Segundo um estudo inédito feito pelo prestigiado e competente banco de investimentos Credit Suisse, com dados de 68 países, sem um aumento na arrecadação de impostos, o rombo nas contas do setor público brasileiro, mesmo com a eventual aprovação da reforma da previdência, só perderá para o déficit da Venezuela entre 2015 e 2018, o que indica que a “nota” do pais não subirá tão cedo.

Percebendo que há um miniapagão no setor de infraestrutura, já que as investigações da operação Lava Jato contaminaram as grandes empresas, a consultoria RK Partners, especializada em reestruturação, montou uma espécie de clube de investimentos para fazer aportes de até US$ 100mi em construtoras de médio porte.

“Apostando” na recuperação da economia brasileira, (1) a Heineken anunciou a compra da Brasil Kirin, dona da Schin e da Devassa, por R$ 2,2bi e assim se tornará a segunda maior fabricante de cervejas do país, (2) a cooperativa agrícola Copacol investirá R$ 190mi na expansão de sua estrutura física, (3) a rede de restaurantes Mania de Churrasco, hoje com 40 lojas, planeja investir R$ 10mi em 6 novas unidades próprias neste ano e (4) o grupo SEB, da família do empresário Chaim Zaher, anunciou ontem a compra da Maple Bear no Brasil, escola bilíngue canadense com 85 escolas e 15 mil alunos no país.

-    A Petrobras subiu 0,3%, mesmo diante da queda dos preços do petróleo, já que, após ter sua “nota” melhorada pela S&P, a empresa foi beneficiada pela elevação da sua recomendação de compra promovida pelo JPMorgan.

Política:

Como não gosta de conflitos, principalmente com os sindicatos, o presidente Temer desistiu de enviar ao Congresso Nacional um novo projeto de lei para regulamentar o direito de greve de servidores públicos e informou que enviará sugestões ao Senado Federal para serem acrescentadas a uma proposta de autoria do líder do governo, o tucano Aloysio Nunes Ferreira.

Com o presidente Temer caminhando à passos largos para se tornar o próximo alvo dos protestos, os grupos Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua, dois dos principais organizadores das manifestações que pediram o impeachment de Dilma em 2016, anunciaram ontem a convocação de novas manifestações para o dia 26/MAR/17, ressaltando que o foco será a defesa das investigações da Lava Jato.

Como um levantamento feito pela Folha em 31 inquéritos no STF derivados da Lava Jato indica que a Procuradoria Geral da República tem levado, em média, 14 meses para formular uma denúncia contra o político investigado, se o ritmo for mantido os ministros do governo citados por delatores da construtora Odebrecht continuarão “de boa” no mínimo até 2018.

Ainda defendendo Marcelo Odebrecht, o “pupilo de ouro da máfia”, a Odebrecht, que assinou em DEZ/16 acordos de delação e leniência com a Lava Jato, afirmou que o processo de colaboração de ex-executivos do grupo foi feito de forma espontânea e voluntária.

-    O Planalto concorda com Rodrigo Maia quando o presidente da Câmara diz que precisa de alguém na liderança do governo com quem tenha afinidade, mas avalia que a disputa já foi mais longe do que devia.
-    O relator da reforma da Previdência, Arthur Maia, e o presidente do PPS, ministro Roberto Freire, se insurgem contra parlamentares da sigla que veem necessidade de mudar o texto.

O senador petista Lindbergh Farias vai pedir que seja adiada a sabatina com Alexandre de Moraes para a vaga no STF, já que entrou com representação na PGR para que seja investigada a fala do ministro de que havia novidades na Lava Jato na véspera da prisão de Antonio Palocci. 

Crítica:

Desde a Constituição de 1988 a censura é proibida no Brasil, porem, ao que tudo indica, isto não valeu para um caso envolvendo a clonagem do celular da primeira dana do país, já que, a pedido do Palácio do Planalto, um juiz de Brasília decidiu proibir o Jornal Folha de SP de publicar informações sobre uma tentativa de um hacker de chantagear Marcela Temer.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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