R.B. 13/JAN/17 "Sem tempo ruim"



"Sem tempo ruim"

São Paulo, 13 de janeiro de 2017 (SEXTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve cair, influenciado pelo recuo das commodities e realizando lucros após fechar o pregão anterior no maior patamar desde 8/NOV/16 (aos 63.953pts) e após acumular alta de 6,2% no mês e de 61,9% nos últimos 12 meses, porem deve-se ressaltar que a tendência de alta continua e que o patamar é interessante para compras e (2) o DÓLAR pode subir, acompanhando a esperada piora do “humor” na bolsa brasileira e também em um “ajuste técnico” após fechar o pregão anterior no menor patamar desde 8/NOV/16.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 2,4%, com ótimo volume de negócios (R$ 1-,8bi), beneficiada pela valorização das commodities e principalmente “comemorando” a decisão do Copom de cortar a Selic em -0,75%, o que ajuda a elevar a confiança e a atrair investimentos para o setor produtivo da economia e (2) o DÓLAR -0,6% à R$ 3,17, desprezando a queda maior que esperada da taxa de juros, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pela contínua expectativa de entrada de recursos no País.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão -1,2% e China -0,6%, prejudicadas pela decepção dos investidores com a coletiva do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que não ofereceu detalhes sobre planos econômicos ou futuros incentivos fiscais, (2) da EUROPA, sem uma tendência única, Inglaterra 0,1%, sustentada pelo bom desempenho das mineradoras, por conta da valorização do minério de ferro, porem França -0,5% e Alemanha -1,1%, com destaques de queda para as ações das montadoras, como BMW (-3,0%) e Peugeot (-1,9%), diante dos “temores” de aumento das medidas protecionistas nos EUA com Trump na presidência e (3) dos EUA, próximas dos maiores patamares da história, S&P -0,2%, DJ -0,3% e NASDAQ -0,3%, em um movimento de realização de lucros em ações de companhias que haviam se beneficiado da vitória de Trump, como as do setor financeiro, por conta da falta de clareza sobre as políticas do novo presidente em seu primeiro discurso.

Bem mais otimista que o “mercado”, o presidente Temer, também “comemorando” o corte de -0,75% na Selic, afirmou que "pouco a pouco" a taxa básica de juros da economia tupiniquim vai sair dos 2 dígitos para 1 dígito só, ressaltando que este movimento vai ajudar a estimular investimentos no setor produtivo da economia, gerando empregos e elevando o PIB.

Ressaltando que os números estão mostrando que a política econômica do governo Temer vai tirar o Brasil da maior crise econômica de sua história, Moreira Franco, secretário do Programa de Parceria em Investimentos, afirmou que a queda da inflação e o corte da taxa de juros ajudarão a destravar concessões no setor de infraestrutura para 2017, aumentando as possibilidades de realização de leilões.

Apesar de ressaltar que acredita que as contrapartidas exigidas pelo governo, como privatização de ativos e redução de despesas, afastarão interessados, Meirelles, ministro da Fazenda, “garantiu” que as condições do pacote de socorro financeiro em negociação com o RJ estão disponíveis a outros Estados em grave situação financeira, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Provando mais uma vez qual é o setor “sem tempo ruim” no Brasil, segundo dados oficiais do Ministério da Agricultura, o valor Bruto da Produção de 26 das principais commodities brasileiras deverá atingir R$ 545bi neste ano de 2017, o que (1) representará um crescimento de 3% na comparação com 2016 (R$ 528bi), (2) ajudará no controle da inflação e (3) impulsionará o PIB tupiniquim.

Como precisa de dinheiro para equilibrar as contas publicas e também quer estimular investimentos que impulsionem o PIB e reduzam o desemprego, o governo Temer anunciou que vai trabalhar antecipar o leilão de 4 blocos de petróleo do pré-sal para o primeiro semestre deste ano, ressaltando que espera arrecadar R$ 3bi só com essas áreas.

Em 2016, por conta de incertezas econômicas e políticas, as operações de fusão e aquisição de empresas no Brasil recuaram -20% na comparação com 2015 e assim atingiram o menor nível em 10 anos, porem segundo Rogério Gollo, sócio da PwC, em 2017 estas operações, impulsionadas pela redução da Selic e capitaneadas por investidores estrangeiros, devem crescer no mínimo 15% na comparação com o ano passado.

Em uma “briga de cachorro grande”, que deve se tornar bastante comum durante o governo Trump, o governo dos EUA lançou ontem uma nova reclamação na Organização Mundial do Comércio contra subsídios chineses ao alumínio, ressaltando que a China quer expandir sua participação no mercado global por meio de empréstimos estatais diretos de baixo custo e com energia subsidiada.

Política:

Atingindo o topo de mais um ranking negativo, o Brasil lidera pela primeira vez uma lista elaborada com dados do Departamento de Justiça dos EUA com os países mais citados por empresas globais investigadas sob suspeita de pagar propina no exterior.

Maior derrubador de árvores e florestas do país, Blairo “moto-serra” Maggi, que ocupa o cargo de ministro da Agricultura do governo Temer, teve seus bens bloqueados devido a um processo de improbidade administrativa que corre na Justiça do Mato Grosso no qual ele é acusado de participar de esquema que comprou uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

Pressionado por aliados, o tucano Aécio Neves, faltando menos de 2 anos para as próximas eleições presidenciais, decidiu ampliar sua presença em seu berço eleitoral, Minas Gerais, numa tentativa de aplacar a cobrança por voltar a viver no Estado e reverter o histórico de derrotas que seu grupo local acumula desde 2014.

-    Indicando que “a mortadela está acabando”, Lula, ex-presidente e futuro presidiário, foi alvo ontem de protestos de um grupo de representantes sindicais do setor de educação enquanto discursava em um evento em Brasília.
-    Famoso por pedir “a Rota na rua” na época em que era prefeito de SP, Paulo Maluf afirmou que o Plano Nacional de Segurança do governo Temer é como “querer curar câncer com esparadrapo”.
-   Ainda poderoso, Renan Calheiros, que o pais fosse sério já estaria na cadeia, tem disparado telefonemas a deputados para dizer que considera a proposta de reforma da Previdência muito severa e que quer um texto um tanto mais brando.
-   Entre os apoiadores da candidatura de Rodrigo Maia à reeleição na presidência da Câmara, já há a “aposta” de que o PT cederá à ameaça da formação de um blocão e apoiará o atual presidente mesmo sem poder disputar a primeira secretaria.
-   Tentando se tornar conhecido nacionalmente, depois de enviar bombas d’água para enfrentar a seca no Nordeste, Alckmin, governador de SP, agora vai ajudar o DF, que também enfrenta uma grave seca, com suporte técnico por meio da Sabesp.

Crítica:

Mostrando como estamos tecnologicamente atrasados, enquanto o Brasil busca, ainda sem sucesso, migrar todas as suas rádios da faixa AM para a FM, a Noruega começou esta semana a tirar do ar todas as suas rádios da faixa FM, com isto toda transmissão de rádio do país escandinavo será 100% digital.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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