"O Brasil na contramão do mundo civilizado"
São Paulo, 19 de dezembro de 2016 (SEGUNDA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, com bom volume de negócios por conta do vencimento de opções, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais, porem deve-se ressaltar que o patamar é interessante para compras, principalmente para quem “aposta” na recuperação da economia e da queda da taxa básica de juros tupiniquim em 2017 e (2) o DÓLAR pode subir, seguindo a esperada piora do “humor” na bolsa brasileira e acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.
Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -0,1%, após uma sessão volátil e com bom volume de negócios (R$ 8,1bi), para fechar a semana acumulando uma baixa de -3,5%, diante da retração das commodities e do aumento da tensão política no país e (2) o DÓLAR subiu 0,6% à R$ 3,40, recuperando as perdas da abertura, ainda seguindo a valorização internacional da moeda norte-americana, que por sua vez é influenciada pela tendência de alta dos juros nos EUA.
Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,7% e China 0,2%, com as exportadoras beneficiadas pela desvalorização das moedas locais frente o dólar, (2) da EUROPA, Inglaterra 0,2%, França 0,3% e Alemanha 0,3%, impulsionadas por rumores de aquisições no setor farmacêutico e sustentadas por notícias positivas envolvendo o setor bancário italiano, já que o governo do referido país está se preparado para injetar 15bi de euros para apoiar instituições como o banco Monte dei Paschi, que aliás é o banco mais antigo do mundo e (3) dos EUA, realizando lucros recentes, S&P -0,2%, DJ -0,1% e NASDAQ -0,3%, em um movimento de cautela no último pregão antes das semanas que antecedem o Natal e o Ano Novo e com destaques de queda para as ações do setor de tecnologia.
Provando que na terra do Tio Sam “pagou calou”, o Goldman Sachs Group concordou em desembolsar US$ 56,5mi para encerrar uma ação coletiva nos EUA na qual a instituição financeira e outros bancos são acusados de manipular uma taxa de juros usada no mercado de derivativos, que movimenta US$ 553tri.
Em uma crítica indireta ao governo Dilma, o presidente Temer afirmou, apenas 1 dia depois de apresentar seu novo pacote com medidas para estimular a economia, que não há mais "espaço para feitiçaria" na área econômica, como imprimir dinheiro, maquiar contas e controlar preços.
Segundo “rumores”, já existem dados no Ministério da Fazenda que projetam alguma recuperação do PIB no primeiro trimestre, porem, para evitar previsões prematuras, o governo Temer continuará dizendo oficialmente que a economia só deve voltar a avançar a partir de ABR/17.
O Nordeste, que foi a região do Brasil que mais cresceu até o início da atual crise, agora enfrenta piora mais acentuada em seus principais indicadores econômicos na comparação com a média do país e os principais motivos são (1) renda mais baixa que a média nacional, (2) falta de qualificação da mão de obra, (3) alta dependência dos municípios por verbas públicas e (4) falta de reajuste do Bolsa Família em 2015.
Por pressão das construtoras, que ao que tudo indica continuam “mandando no Brasil”, diferentemente do que era esperado, o pacote de medidas econômicas anunciado pelo governo Temer não incluiu a medida que autorizaria saques do FGTS para quitar dívidas.
“Esverdeando” e reduzindo o custo da matriz energética brasileira, na sexta-feira passada, após 7 anos de obras e R$ 5,3bi em investimentos, finalmente foi inaugurada a usina hidrelétrica brasileira de Jirau, que fica no Rio Madeira (RO), está entre as 20 maiores do mundo por sua capacidade de geração de energia, que é de 3.750 megawatts, o equivalente a um 20% do que pode gerar Itaipu.
Como, em tese, não visam o lucro e, na pratica, são mais eficientes, baratas e operacionalmente mais “simples”, no terceiro trimestre deste ano as cooperativas de crédito, mesmo diante da crise econômica, com aperto nos financiamentos, taxas de juros elevadas e crescimento da inadimplência, elevaram em 8,5% seu volume de empréstimos na comparação com o mesmo período de 2015.
- O Estado de Mato Grosso, líder nacional, deverá produzir 29,7 milhões de toneladas de soja na safra 1016/16, patamar 8% maior que a safra anterior.
A Trivago, plataforma on-line de busca por hotéis, precificou sua oferta pública inicial de ações (IPO), que serão negociadas na bolsa de NY, ao preço de US$ 11 por papel, patamar que ficou abaixo das expectativas do “mercado” (entre US$ 13 a US$ 15 por ação).
- A Cielo subiu 8,2%, recuperando as perdas do pregão anterior (-5,9%), com a avaliação de analistas de que as medidas anunciadas para o setor ainda serão objeto de discussão.
- A Cemig caiu -0,8%, e durante o final de semana surgiram “rumores” de que a empresa anunciará nesta semana a demissão de seu presidente-executivo e de seu diretor financeiro, já que seu controlador, o Estado de Minas Gerais, discorda do plano de redução da dívida da empresa.
- A OI caiu -0,8%, porem, após o fechamento do pregão, credores estrangeiros da empresa liderados pelo bilionário egípcio Naguib Sawiris, dono da Orascom, apresentaram uma proposta para adquirir o controle da operadora que está em recuperação judicial com uma dívida de R$ -65,4bi.
Política:
Confirmando, pena enésima vez, a falta de respeito à democracia e a irracionalidade da esquerda tupiniquim, movimentos como CUT, PT, PC do B, MST e PSTU, já organizam para 25/JAN/17, aniversário de SP, a primeira manifestação contra a futura gestão do tucano João Doria, que ainda nem assumiu o cargo de prefeito.
Querendo “mostrar serviço” ao Palácio do Planalto, para assim provar que ele é “o cara certo” para continuar no comando da Câmara em 2017, o deputado Federal Rodrigo Maia, do DEM do RJ, está se empenhando pessoalmente para reunir quorum nesta semana para votar o projeto de auxílio aos Estados e a PEC que desafoga recursos no STJ.
Com o objetivo apaziguar o clima depois da recondução do senador mineiro Aécio Neves à presidência do PSDB, Ricardo Tripoli, recém-eleito líder da bancada tucana na Câmara, foi na sexta-feira passada conversar pessoalmente com Alckmin, governador de SP.
Apesar de integrantes do governo Temer dizem, ao menos publicamente, ter informações de que o pior das delações já passou, quem acompanha de perto a Lava Jato “garante’” que as colaborações de Marcelo Odebrecht e de seu pai, Emílio, ainda poderão render dores de cabeça ao presidente da República, que também tem que se preocupar com o depoimento de Eduardo Cunha, que obviamente não ficará em silêncio por muito tempo.
Provavelmente informado por Alexandre de Moraes, seu ministro da Justiça, o Palácio do Planalto soube antes ainda da divulgação pela imprensa do teor de parte do depoimento de Claudio Melo Filho, delator da Odebrecht que envolveu o primeiro escalão do governo no escândalo do petrolão.
Mesmo após Lula deixar a presidência, as viagens do petista a Angola a convite da empreiteira Odebrecht tiveram prerrogativas como um avião colocado à disposição, visitas a obras de interesses da construtora e discussão sobre financiamentos do BNDES a projetos locais.
- Ainda mais do que uma derrota de Alckmin, a recondução do senador mineiro Aécio Neves à presidência do PSDB representa vitória da ala que defende a aliança com Temer mesmo na crise, posição que o governador de SP preferia evitar.
- Para compensar o desgaste com as “votações indigestas”, como a Reforma da previdência, os congressistas esperam no ano que vem uma “retaguarda maior” do Planalto, com cofre aberto e tratamento generoso em relação a obras paroquiais.
- O PMDB pretende da uma “repaginada no visual”, mudando de nome para MDB e focando na expressão “movimento”.
- Pressionado a produzir agendas positivas para tentar se afastar das cordas na virada do ano, o governo Temer anuncia nesta semana um braço do Pronatec voltado a alunos da rede pública do ensino médio.
- O Planalto não tem dúvidas de que Herman Benjamin votará no TSE pela cassação da chapa Dilma-Temer e por isso tenta empurrar o julgamento para MAI/17, quando Temer terá o poder de indicar 2 novos membros do tribunal.
Crítica:
Colocando “o Brasil na contramão do mundo civilizado”, que cada dia mais percebe a importância comercial e medicinal da erva e, como na época da lei seca, a ineficácia da “guerra ao trafico”, Alexandre de Moraes, ministro tupiniquim da Justiça, “avisou” que quer erradicar o comércio e uso de maconha no país e inclusive já apresentou um “plano mirabolante”, em um PowerPoint com mais de 90 slides, para isto.
Dizendo o que todo brasileiro descente gostaria de falar, o cidadão José Afonso Pinheiro, antigo zelador do edifício Solaris, afirmou, durante depoimento da ação contra Lula, que os defensores do petista são "um bando de lixo" e confirmou que os engenheiros da OAS o orientavam a não dizer que o apartamento no Guarujá era do referido ex-presidente.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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