R.B. 26/AGO/16 "São espertalhões"



"São espertalhões"

São Paulo, 26 de agosto de 2016 (SEXTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA pode subir, influenciada pelas expectativas positivas para a queda definitiva do governo Dilma e aliviada com os discursos dos membros do FED (“BC” dos EUA), que devem simplesmente manter as opções da autoridade monetária norte-americana em aberto e (2) o DÓLAR deve cair, seguindo os mesmos motivos que devem animar a bolsa brasileira e também elevar o fluxo positivo de recursos externos.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,1%, em um dia de pouca volatilidade, com os investidores acompanhando a etapa final do julgamento do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e aguardado discurso da presidente do FED (“BC” dos EUA), Janet Yellen e (2) o DÓLAR subiu 0,2% à R$ 3,23, com baixo volume de negócios e influenciado pelos mesmos motivos que levaram à estabilidade da bolsa brasileira.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão -0,2%, com as exportadoras devolvendo os lucros do dia anterior e China -0,6%, prejudicada por novos limites impostos a emprestadores online do tipo "peer to peer" e por rumores de que Pequim poderá adotar medidas para desacelerar o aquecido mercado imobiliário, (2) da EUROPA, Inglaterra -0,3%, França -0,6% e Alemanha -0,9%, pressionadas pelas ações das mineradoras, diante da queda das commodities e da desvalorização do dólar frente ao euro, e prejudicadas pelo anúncio de que o índice de sentimento das empresas alemãs caiu em AGO/16 para o menor nível desde FEV/16 e (3) dos EUA, com baixa volatilidade, diante da expectativa para o simpósio anual do FED (“BC” local), em Jackson Hole, S&P -0,1%, DJ -0,2% e NASDAQ -0,1%, com os resultados trimestrais da Dollar General (-18,1%) e da Dollar Tree (-9,9%) puxando para baixo as ações de consumo.

Apresentando “o real legado Olímpico”, ontem, por conta dos gastos desnecessários e da corrupção, a agencia de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou sua “nota” para o Rio de Janeiro, citando o alto endividamento e a crise financeira pela qual passa o Estado, ressaltando a vulnerabilidade e condições desfavoráveis para honrar seus compromissos e alertando que novos rebaixamentos podem ocorrer em breve.

Dando sinais divergentes da economia tupiniquim, (1) como os investidores pensam olhando para frente, em AGO/16 o Índice de Confiança do Comércio do Brasil avançou pelo quarto mês seguido, com altas nas medições da situação atual e das expectativas e (2) como os resultados são baseados em fatos passados, em JUL/16 o mercado de trabalho tupiniquim completou o 16º mês consecutivo de demissões superiores a contratações e fechou 94,7 mil postos de trabalho.

Em um ambiente de insegurança política, por conta do andamento do processo de impeachment da ex-presidenta Dilma, alta de juros e de novo aumento da inadimplência, em JUL/16 o estoque de crédito e as concessões de novos empréstimos encolheram pelo segundo mês consecutivo, atingindo respectivamente o menor valor em 12 meses e o menor patamar desde AGO/14.

Ontem, “coincidentemente” no primeiro dia do julgamento final da ex-presidenta Dilma pelo Senado, o governo Temer lançou, através do BNDES, uma linha de crédito de R$ 5bi para socorrer empresários, oferecendo empréstimos para compra de ativos e até ações de companhias em grave situação financeira ou falidas.

Fazendo muitas empresas desistirem de lançar seus produtos no Brasil, a Anvisa, que é incompetente e atrasada como 99% dos órgãos estatais, demora na média 18 meses para aprovar a entrada de alimentos funcionais no país e este prazo pode chegar a até 5 anos no caso de compostos inovadores.

Política:

Conforme já era de se esperar, ontem, com mais de 15 horas de sessão, o primeiro dia do julgamento final do impeachment da ex-presidenta Dilma teve bate-boca e confusão, pois obviamente os senadores petistas e seus comparsas, com medo de serem os próximos cair, fazem tudo que podem melar o processo.

Confirmando que acabou a mortadela, a CUT, histórica linha auxiliar de lacaios do PT, “avisou” à direção do Partido dos Trabalhadores que, por causa da falta de recursos, será difícil levar militantes para acompanhar da Esplanada a fala de Dilma no Senado.

Mantendo o tom sereno, firme e culto, no breve pronunciamento (de pouco mais de 5 minutos) que fará em rede nacional de Rádio e TV após a queda definitiva de Dilma, o presidente Temer será otimista com o futuro, mas indicará claramente que herdou um Brasil quebrado pelo PT.

Agindo, como é de seu costume, de forma sorrateira, enquanto comanda o julgamento do impeachment de Dilma no Senado, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, tem ligado e conversado com senadores pedindo a aprovação do projeto que eleva, de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil, o salário dos ministros do tribunal.

Certamente com potencial para envergonhar até os petistas mais fieis, Dilma decidiu que, em sua última defesa no julgamento do Senado, pretende fazer um discurso de caráter pessoal e emotivo em que dirá que o processo de impeachment foi criado de maneira artificial para tirá-la do cargo, que ameaça a estabilidade democrática e jurídica e que deixará marcas na história do Brasil.

Crítica:

Com o Brasil melhorando ainda mais a diversidade e a sustentabilidade da sua matriz energética, nos 6 primeiros meses deste ano a geração de energia eólica no país aumentou 55% na comparação com os mesmos meses de 2015 e a participação desta fonte no sistema energético como um todo subiu para 4,6%, contra 3% do ano anterior.

Mostrando, sem nenhuma vergonha na cara, como “são espertalhões” os grandes empresários tupiniquins, Abimaq, associação do setor de máquinas, quer que as companhias que entraram no Refis, que é o programa da Receita Federal para que inadimplentes com impostos possam quitar dívidas em centenas de prestações, possam suspender os pagamentos sem perder os termos do acordo caso a economia não cresça durante 3 meses seguidos.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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