R.B. 23/GO/16 "Endurecendo o jogo"



"Endurecendo o jogo"

São Paulo, 23 de agosto de 2016 (TERÇA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, recuperando uma parte das fortes perdas registradas no pregão anterior, acompanhando a valorização das principais bolsas mundiais e com os investidores se animando com a aproximação da queda definitiva do governo Dilma e (2) o DÓLAR pode cair, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pela esperada melhora do “humor” na bolsa brasileira.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -2,2%, para fechar o dia abaixo dos 58.000pts (aos 57.781pts), acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais, prejudicada pelo recuo das commodities, como o petróleo (-3,3%), e “temendo” o aumento da crise tupiniquim após as Olimpíadas e (2) o DÓLAR caiu -0,1% à R$ 3,20, devolvendo os ganhos da abertura, quando na máxima atingiu R$ 3,23, em meio às expectativas positivas em relação à conclusão o processo de impeachment da ex-presidenta Dilma.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão 0,3%, diante da expectativa de que Haruhiko Kuroda, presidente do BC local, anuncie novas medidas de estímulo ainda nesta semana e China -0,7%, pressionada por ações dos setores médico, agrícola e químico,  (2) da EUROPA, com pouca volatilidade, em um dia sem indicadores importantes no continente, Inglaterra -0,4%, França -0,5% e Alemanha -0,2%, com destaques de queda para Xtract Resources (-5,0%), Glencore (-2,2%) e BP (-1,5%), influenciadas pelo fraqueza das commodities e (3) dos EUA, sem uma tendência definida e com o S&P 500 marcando a 31ª sessão consecutiva sem um movimento de 1% em nenhuma direção, o que representa a maior série do tipo em 2 anos, S&P -0,1%, DJ -0,1% e NASDAQ 0,1%, em compasso de espera de comentários de dirigentes do Fed (“BC” local) durante um evento anual de Jackson Hole a ser realizado esta semana.

Mostrando um otimismo crescente, furto principalmente da aproximação do fim definitivo do governo Dilma, o “mercado” mais uma vez melhorou, agora de 1,10% para 1,20%, suas expectativas para o desempenho do PIB brasileiro em 2017 e reduziu, de 5,14% para 5,12%, suas “apostas” para a inflação medida pelo IPCA também no ano que vem.

Com os analistas esperando uma forte entrada de recursos no país após o impeachment de Dilma, Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, lembrou que o câmbio é flutuante e também ressaltou que a experiência mostra que a moeda norte-americana desvalorizada beneficia os investimentos no setor produtivo, ao favorecer a importação de máquinas, equipamentos e tecnologia e que o comércio exterior representa um porcentual relativamente pequeno na economia brasileira, pois segundo ele o que puxa a recuperação é a demanda interna.

“Endurecendo o jogo”, com toda a razão, ontem o governo Temer “avisou” que atuará contrariamente às propostas enviadas ao Congresso Nacional que tratem de aumento salarial para servidores públicos, ressaltando que agora o país precisa aprovar suas reformas estruturantes e mostrar o compromisso com o combate ao déficit público.

Dando mais um passo para reduzir o tamanho do estado brasileiro, segundo Moreira Franco, secretário do Programa de Parcerias e Investimentos, a primeira reunião do programa de concessões de infraestrutura vai analisar proposta de privatização da Cedae, que é a companhia de saneamento do estado do RJ.

Por conta do aumento da crise e da falta de educação financeira dos brasileiros, que gastam mais do que podem e nunca poupam para o futuro, o número de protestos de pessoas físicas em cartórios disparou 81% nos 7 primeiros meses deste ano, em comparação com igual período de 2015.

Em JUN/16 as vendas do varejo no Estado de SP diminuíram -10,5% na comparação com JUN/16, porem, apresentando ao menos um sinal de alento, esta queda foi menor do que a auferida entre MAI/15 e MAI/16 (-12,9%), o que pode ser interpretado como um sinal de melhora nos negócios.

Muito bem paga para dizer o óbvio ululante, a agência de classificação de risco Standard & Poor's afirmou que os maiores bancos estatais do Brasil "estão em pior condição que os do setor privado para lidar com a recessão" no País.

Política:

Ontem, durante um almoço com Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e líderes partidários, o presidente Temer fez um apelo para que eles mobilizem os deputados para as votações importantes nos próximos meses, já que teme que, com o avanço das campanhas eleitorais em todo o país, o Congresso possa ficar esvaziado, inviabilizando a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária.

Mostrando que, apesar de ter 1.000 vezes mais habilidade política que sua antecessora, Temer não terá vida fácil na presidência, a votação final do projeto de lei que trata da renegociação das dívidas dos Estados com a União, que estava marcada para ontem, foi adiada por falta de quórum e uma nova tentativa será feita hoje.

Provavelmente por conta do envolvimento de “gente graúda”, a Procuradoria-Geral da República suspendeu as negociações de delação premiada do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, coincidentemente após a revista revelar que Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal, foi citado.

Com toda a razão, Serra, ministro das Relações Exteriores, afirmou que o documento da Organização dos Estados Americanos (OEA) questionando o impeachment da ex-presidenta Dilma é "besta e malfeito", ressaltando que a resposta a ele cabe ao Congresso Nacional, que é responsável pelo processo.

“Mostrando como trata seus aliados fiéis”, para tentar conseguir que senadores peemedebistas e do PSB votem contra seu impeachment, a ex-presidenta Dilma mandou o PT do Maranhão romper alianças municipais com o PC do B para apoiar candidatos à prefeito do PMDB e do PSB em ao menos 5 cidades do referido estado.

Por conta de tucanos insatisfeitos, a coligação que apoia João Doria, do PSDB, à Prefeitura de SP foi impugnada mais uma vez na Justiça Eleitoral, já que os autores da peça acusatória alegam desrespeito ao estatuto do PSDB, como a falta de anuência da Executiva nacional, e solicitam que Doria suspenda o slogan “Acelera SP”, por se tratar de uma marca do governo Alckmin desde 2011.

De olho em uma vaga no segundo turno, já que uma parece estar garantida para Celso Russomanno, Marta Suplicy, do PMDB, Fernando Haddad, do PT, e João Doria, do PSDB, trocaram farpas no primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de SP realizado ontem na TV Bandeirantes.

Crítica:

Revelando, pela enésima vez, a corrupção entranhada nos gigantescos sindicatos tupiniquins, ontem o Tribunal de Contas da União condenou a Força Sindical a devolver ao Ministério do Trabalho R$ 1,6 milhão repassado à central para realização de projetos de pesquisa e desenvolvimento de programas para auxiliar trabalhadores, já que não houve comprovação de que o dinheiro tenha sido usado nas finalidades previstas.

O senador petista Lindbergh Farias era um cara-pintada que virou cara de pau, já que antes liderava movimentos estudantis pelo impeachment de Collor e atualmente, além de ser aliado dele, diz que impeachment é golpe.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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