R.B. 13/MAI/16 "O mercado foi castigado"


"O mercado foi castigado"

 

São Paulo, 13 de maio de 2016 (SEXTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, mesmo com o desempenho negativo das principais bolsas mundiais, com os investidores animadas com os primeiros discursos e com a formação da equipe econômica do governo Temer e (2) o DÓLAR pode cair, devolvendo parte da alta registrada no pregão de ontem e acompanhando a esperada melhora do "humor" na bolsa brasileira.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,9%, mesmo com a queda das commodities e com a realização de lucros das principais bolsas mundiais, com os investidores "comemorando" fim do governo Dilma e (2) o DÓLAR subiu 0,9% à R$ 3,48, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pelos leilões de compra do BC, que no governo Temer deve seguir atuando na ponta compradora.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão 0,4%, em alta pelo quarto pregão seguido, beneficiada pela divulgação de bons resultados corporativos e China –0,1%, acompanhando as perdas das bolsas de NY no dia anterior e também diante de preocupações de que Pequim torne mais difícil o processo de ofertas públicas iniciais (IPOs) de ações, (2) da EUROPA, Inglaterra –0,9%, França –0,5% e Alemanha –1,1%, pressionadas pela retração do petróleo, por uma queda acentuada nas ações do setor de mineração e por um conjunto de notícias corporativas ruins e (3) dos EUA, também sem uma tendência única, S&P –0,1%, DJ 0,1% e NASDAQ –0,5%, divididas entre o bom desempenho das ações do setor de energia e algumas notícias pouco animadoras das vendas de alguns dos principais varejistas do país, como a Kohl's Corp (-9,2%).

 

Agradando logo de saída o "mercado", entre os nomes escolhidos por Henrique Meirelles, novo ministro da Fazenda, para a equipe econômica do governo Temer estão Ilan Goldfajn para o Banco Central e Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, para a Secretaria do Tesouro Nacional.

 

Principal "esquecido" na formação do governo Temer, o economista Armínio Fraga, que já foi mais prestigiado, ressaltou ontem que o Brasil está quebrado que para consertar os estragos feitos pelo governo Dilma será necessário fazer escolhas difíceis e que exigirão apoio político, como as reformas fiscal e da Previdência, e ao mesmo tempo retomar projetos de infraestrutura.

 

Reagindo rapidamente à troca de governo no Brasil, o banco norte-americano Morgan Stanley melhorou suas previsões para 2016 de desempenho do PIB do tupiniquim (de –4,3% para –3,8%), reduziu as estimativas de juros (de 14,25% para 13,25%) e diminuiu suas "apostas" para a inflação (de 8,1% para 6,9%), ressaltando suas expectativas de um cenário menos incerto e turbulento agora que o país saiu das garras do PT.

 

Ressaltando que é fundamental "reanimar o setor", buscando dar garantias aos investidores para a retomada do investimento, Fernando Filho, novo ministro de Minas e Energia, afirmou que suas duas prioridades são (1) aprovar o novo marco legal da mineração, parado no Congresso desde 2012, e (2) dar "previsibilidade nas regras".

 

"Garantindo" que não vai mexer nos direitos dos trabalhadores da ativa, o deputado do PTB Ronaldo Nogueira, novo ministro do Trabalho, afirmou ontem que o governo Temer pretende modernizar as relações trabalhistas, que segundo ele terão como objetivo o pagamento das aposentadorias e a geração de emprego.

 

Confirmando que o governo Temer é favorável ao lucro empresarial, o peemedebista Moreira Franco, que assumiu o cargo de secretário executivo do recém lançado Programa de Parceria para Investimento, avisou que será o "livre mercado" que definirá a margem de retorno das concessões.

 

Finalmente podendo falar o que sente, (1) Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente-executivo do Bradesco, manifestou otimismo com o afastamento da presidenta Dilma e afirmou que tem a expectativa de que o governo Temer direcione o Brasil a um novo tempo de solidez e (2) Roberto Setúbal, presidente-executivo do Itaú Unibanco, afirmou que renova suas esperanças em um país mais justo e com maior crescimento econômico.

 

Mostrando como "o mercado foi castigado" durante o governo Dilma, no triste período em que a referida petista comandou o Brasil, o país viveu uma recessão que já é a mais prolongada da história, a bolsa tupiniquim acumulou uma queda de –23,8%, o real se desvalorizou –107,9%, as ações da Petrobrás despencaram – 59,6% e o valor da referia estatal caiu R$ –226,7bi.

 

"Apostando" que são de 60% as chances de sucesso do governo Temer, os analistas Celson Plácido e Ricardo Kim, da XP Investimentos, afirmaram ontem que , no melhor cenário, o Ibovespa, que atualmente está em 53 mil pontos, tem potencial para alcançar os 73 mil pontos.

 

-    A Petrobras caiu -4,5% e, após o fechamento do pregão, a empresa anunciou que, por conta da redução na produção de petróleo e nas vendas de combustíveis, acumulou um um prejuízo de R$ -1,2bi no primeiro trimestre deste ano.

-    A JBS disparou 21,0%, reagindo positivamente ao anúncio de reestruturação divulgado no dia anterior pela companhia.

-    A Gol disparou 11,0% e, após o fechamento do pregão, a empresa, que vem tendo dificuldades para combater seu endividamento, anunciou um lucro líquido de R$ 757,1mi neste primeiro trimestre, o primeiro ganho trimestral após 4 anos seguidos de prejuízos.


Política:
 
Mostrando que com Temer finalmente será possível ouvir um discurso presidencial sem se envergonhar da limitação cultural do orador, ontem, em sem primeiro pronunciamento oficial, o peemedebista (1) não improvisou, mesmo falando sem ler, (2) usou todas as concordâncias verbais de forma correta, (3) saudou de forma humilde os ministros empossados, (4) não prometeu milagres e (5) mostrou-se calmo, tranquilo, equilibrado e sem rancor.

 

Homem forte no novo governo Temer, Romero Jucá, novo ministro do Planejamento, afirmou que vai trabalhar para aprovar até o fim do mês uma nova meta de superávit fiscal do orçamento e que a primeira prioridade é formar uma base política que dê estabilidade e garantia que medidas propostas serão aprovadas.

 

Voltando ao centro do poder, o tucano Serra, ex-deputado, ex-prefeito, ex-governador, ex-ministro da Saúde e do Planejamento e agora senador licenciado, retorna ao governo federal após 14 anos com a tarefa de recuperar o prestígio do Itamaraty, que durante o governo do PT teve até membro do MST comandando.

 

Apresentando muita cautela, o governo Temer enviou um emissário até Waldir Maranhão, presidente interino da Câmara, para garantir uma convivência que não empaque a agenda econômica no Congresso Nacional, mesmo sabendo que seu partido, o PP, pode expulsá-lo e, assim, tirar-lhe o cargo.

 

Barrando mais uma palhaçada petista, a Justiça de MG determinou que o governador Fernando Pimentel, do PT, ,suspenda a nomeação de sua mulher, que é investigada pela Polícia Federal, para o cargo de secretária de Trabalho e Desenvolvimento Social.

 

-    O ministério de Temer, que se não preocupou em ter a diversidade de um elenco de Power Rangers, é formado mais por políticos experientes do que por técnicos e inicia seus trabalhos sob o lema ordem e progresso.

-    Mostrando a que veio, Alexandre de Moraes, novo ministro da Justiça, avisou que a atuação violenta de movimentos de esquerda deverá ser combatida.

-    Com a caneta na mão, o novo ministro do Planejamento, Romero Jucá, planeja um corte de 4.000 postos federais, entre funções de confiança e cargos comissionados.

-    O Itamaraty prepara uma nota cautelosa para rebater manifestações de Equador, Cuba e Venezuela insinuando golpe no Brasil.

-    Depois de lançar dez medidas para combater a corrupção, integrantes do Ministério Público discutem apresentar ao Legislativo proposta de reforma política para blindar o sistema de financiamento eleitoral.


Crítica:
 

Agora sem fórum privilegiado, pois deixaram de ser ministros, Lula, Mercadante, Jaques Wagner, José Eduardo Cardozo e Ricardo Berzoini, entre outros petistas envolvidos em inúmeros casos de corrupção e na delação premiada do "companheiro" Delcídio do Amaral, passaram às mãos do Juiz Sergio Moro.

 

-    Com a mortadela já começando a acabar, a agência TV1, que recebe R$ 1,1 milhão por mês para produzir o conteúdo digital do governo, demitiu 11 funcionários ontem.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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