R.B. 16/MAI/16 "Ver para crer"

 

R.B.

"Ver para crer"

São Paulo, 16 de maio de 2016 (SEGUNDA-FEIRA).


Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, ampliando a valorização acumulada no ano (19,5%), influenciada pelos sinais positivos do governo Dilma e também acompanhando o movimento ascendente das commodities e (2) o DÓLAR pode voltar a subir, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pelos leilões de compra do BC.

Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -2,7%, acompanhando o aumento da aversão global ao risco, que derrubou as commodities e as bolsas de NY, diante das especulações que o FED (''BC'' dos EUA) poderá subir os juros mais rápido que o esperado, e também com os investidores aguardam medidas concretas da equipe econômica de Temer e (2) o DÓLAR subiu 1,1% à R$ 3,51, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana, mesmo com a ausência do BC na ponta compradora.

Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão -1,4% e China -0,3%, prejudicadas por preocupações com a oferta de crédito e por resultados corporativos fracos, (2) da EUROPA, Inglaterra 0,6%, França 0,6% e Alemanha 0,8%, diante do aumento dos temores de que o Reino Unido aprove em referendo popular a saída da união Europeia e (3) dos EUA, revertendo uma abertura positiva, S&P -0,8%, DJ -1,0% e NASDAQ -0,4%, como os investidores cautelosos em apostar em ativos de risco, já que dados bons sobre vendas no varejo do país podem levar ao aumento dos juros.

Esperando ''ver para crer'', a agência de classificação de risco S&P alertou que o presidente Temer enfrenta desafios similares aos de Dilma em seu governo, como restaurar a credibilidade, mudar a trajetória de crescimento e reverter a deterioração fiscal.

Mostrando segurança, alertando que está fazendo um levantamento para saber qual a verdadeira situação das contas públicas do país e ressaltando que tudo ficará mais fácil com a retomada da confiança, Meirelles, novo ministro da Fazenda, já ''avisou'' que vai cortar despesas e privilégios daqueles que não precisam, em referências às desonerações tributárias a empresas, também conhecidas como ''bolsa empresário'', e que é fundamental uma reforma da previdência.

Dando novos sinais negativos da economia brasileira, (1) nos 3 primeiros meses deste ano o IBC-Br, que é o indicador de atividade do BC, recuou -1,44% em relação aos 3 meses anteriores, (2) em MAR/16 as vendas de calçados no país caíram -14% na comparação com MAR/15 e (3) o governo Temer já descobriu que o déficit primário das contas públicas é superior a R$ 120bi, valor bem acima dos R$ 96,7bi admitidos pela equipe da petista.

Cientes do rombo fiscal do país e da queda de arrecadação, muitos executivos avaliam como grande a chance de aumento da tributação e já começam a fazer as contas de quanto aumentará a carga tributária no novo governo Temer, com prováveis revisões no IPI, no IOF e no PIS/Cofins.

Otimista com o novo governo, o economista Cláudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, afirmou que o Programa de Parcerias de Investimento criado por Temer possui vários positivos, como não preestabelecer uma taxa de retorno, ressaltando que uma das determinações mais estapafúrdias do governo Dilma foi o conceito de regular essa taxa.

Como fruto do agravamento da crise econômica, com desemprego crescente e inflação corroendo o poder de compra do consumidor, as entidades e consultorias adiaram de 2017 para 2018 as previsões sobre o início da queda da taxa de inadimplência.

A forte retração no número de clientes de planos de saúde, que só neste ano já passa de 1,3 milhão, pode ser acelerada se for autorizado o índice de reajuste anual solicitado pelo setor, entre 17% a 20% para os planos individuais e familiares.


Política:

Ontem, durante uma entrevista exclusive para a TV Globo, o presidente Temer fez uma defesa das escolhas de seu ministério, criticadas por repetir o padrão de loteamento entre partidos usual no país, destacando que (1) já cortou 10 ministérios, (2) tem noção que não é um político popular, (3) não pensa em ser candidato a reeleição em 2018 e (4) tem a mesma legitimidade constitucional de Dilma, pois foi eleito juntamente com ele e (5) vai manter os programas sociais.

Escolhendo começar a semana com um grande abacaxi para descascar, Temer convidou as maiores centrais sindicais do país para um encontro no Palácio do Planalto nesta segunda-feira e o assunto à ser discutido é a reforma da previdência com a idade mínima para a aposentadoria.

Mostrando como será desafiadora a transição de governo, Gilberto Occhi, novo presidente da Caixa, já está debruçado sobre os assuntos do banco estatal mas não foi recebido pela petista Miriam Belchior, ex-presidente da instituição.

Sem Lula, que está mais preocupado em se livrar da cadeia do que ajudar seu partido e/ou seus ''companheiros'', hoje a cúpula do PT se reúne em Brasília pela primeira vez após o afastamento de Dilma para tratar do futuro do partido como oposição após 13 anos e cinco meses à frente do Palácio do Planalto.

O centrão, grupo político que definiu o impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, já fala em retaliações ao governo Michel Temer caso ele indique para a liderança do governo na Casa um nome do DEM ou do PSDB.

Com a esquerda perdendo poder no governo Temer, os setores mais à direita do país, também rotulados como conservadores, tentam crescer, porem este movimento esbarra na falta de respaldo acadêmico e em uma militância pouco consistente.


Crítica:

Tomando uma importante decisão de investimentos, após obter a autorização da Anvisa para produzir testes de diagnóstico de zika, dengue e chikungunya, a empresa alemã Euroimmun vai construir uma fábrica em SP que será um centro de distribuição para a América Latina.

Coberto de razão, o economista Otaviano Canuto, que é diretor executivo do FMI para o Brasil e outros dez países, afirmou que há "margens enormes" para reduzir a sonegação fiscal no país e ampliar os impostos sobre heranças, imóveis e a renda dos brasileiros mais ricos.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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