"Na miúda"
São Paulo, 22 de março de 2016 (TERÇA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve cair, realizando lucros após fechar o pregão anterior acima dos 51.000pts e também no maior patamar desde 21/JUL/15, seguindo as perdas das principais bolsas mundiais e influenciada negativamente pelas decisões cada vez mais equivocadas do governo Dilma, que antes de cair certamente prejudicará muito mais o futuro do país e (2) o DÓLAR pode voltar a subir, influenciado pelos mesmos motivos que devem derrubar a bolsa tupiniquim e também pelos sinais de que a autoridade monetária brasileira não quer a moeda norte-americana abaixo dos R$ 3,60.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,7%, revertendo uma abertura negativa, para fechar o dia no maior patamar desde 21/JUL/15 (aos 51.171pts), impulsionada principalmente pelas ações do setor financeiro, como Bradesco (1,7%) e Banco do Brasil (1,7%) e (2) o DÓLAR subiu 0,1% à R$ 3,60, devolvendo quase todos os ganhos da abertura, quando na máxima chegou a avançar 1,0%, porem sustentado pelo leilão de swap cambial reverso realizado pelo BC, que equivalente à compra da moeda norte-americana.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão permaneceu fechada por conta de feriado nacional e China 2,4%, com destaques de alta para as ações das corretoras, (2) da EUROPA, realizando lucros recentes, Inglaterra –0,1%, França –0,8% e Alemanha –0,1%, em um mercado pouco inspirado em consequência da atualidade econômica carente de dados relevantes e com destaques de queda para as ações das empresas ligadas a mineração e siderurgia, como Antofagasta (-3,6%) e ArcelorMittal (-4,0%) e (3) dos EUA, próximas da estabilidade e em um pregão com pouca volatilidade, S&P 0,1%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,2%, já que os investidores buscavam novos catalisadores e mostravam preocupações sobre os preços das ações após um rali de 5 semanas.
Já prevendo que a crise política, causada pela certeza de que Dilma não renunciará, ainda se estenderá por um período longo, o "mercado" novamente reduziu, desta vez de –3,54% para –3,60%, suas "apostas" para o desempenho do PIB brasileiro em 2016, e também diminuiu, desta vez de 7,46% para 7,43%, suas projeções para a inflação oficial do país neste ano.
Se preparando, "na miúda", para assumir a presidência do Brasil quando Dilma for derrubada no Congresso Nacional, Temer está montando um renomado time de conselheiros para elaborar seu programa econômico, com nomes que colaboraram tanto com o PSDB como com o PT, como Delfim Netto, Marcos Lisboa, Roberto Brant, José Serra e Armínio Fraga.
Cometendo uma burrada atrás da outra, o que é compreensível e esperado diante da sua falta de capacitação técnica e da enorme pressão política que sofre, o governo Dilma anunciou ontem, com o claro objetivo de comprar apoio entre os governadores e de agradar as alas mais radicais do PT, propostas econômicas que vão permitir, principalmente, o aumento do gasto público, como (1) a autorização permanente para o governo Federal não cumprir a meta de superávit primário e (2) a concessão de mais 20 anos para Estados e municípios pagarem suas dívidas com a União.
Com seu cargo ameaçado por Lula e pelas alas mais radicais do PT, Nelson Barbosa, ministro da Fazenda, alterou seu tom de voz, em geral tranquilo, para refutar a possibilidade de adoção por parte do governo Dilma de uma política econômica mais expansiva de gastos e de uso das reservas internacionais e para ressaltar que ainda não desistiu da CPMF e que a reforma da Previdência "está andando".
- A Petrobras caiu -0,7% e, após o fechamento do pregão a empresa, ainda sendo corroída pela corrupção, divulgou que fechou 2015 com prejuízo de R$ -34,8bi, resultado 61% pior do que o auferido em 2014.
Frustrando os planos ditatoriais do governo Dilma de acabar com a independência do judiciário, a ministra Nancy Andrighi, corregedora do Conselho Nacional de Justiça, negou ontem dois pedidos liminares contra Sergio Moro, o primeiro que queria seu afastamento da função de juiz e o segundo proibindo as divulgações de delações e escutas feitas pela Lava jato.
Com o bolso recheado de propina e a cabeça cheia de planos mirabolantes, o ex-presidente tenta, desde a semana passada e sem sucesso, marcar um encontro com o vice-presidente Michel Temer, que tem se mantido estrategicamente longe de Brasília e que mandou dizer que só se pronunciará oficialmente após o PMDB decidir se fica ou se sai do governo Dilma.
Quase que por unanimidade, a OAB está agora apoiando oficialmente a destituição de Dilma e a tendência, inclusive, é que a entidade apresente um pedido novo de impeachment, e não faça um complemento ao atual, o que evitaria um novo prazo para a defesa da presidenta.
Impondo mais uma derrota no Supremo Tribunal Federal ao governo Dilma, na madrugada de hoje o ministro Luiz Fux determinou o arquivamento de uma ação da Advocacia-Geral da União que pedia para o tribunal reverter a decisão de Gilmar Mendes que não só impediu Lula de assumir um cargo no governo Dilma, como determinou o envio das investigações envolvendo o petista para o juiz Sergio Moro no Paraná.
Complicando a vida do maior bandido da história do Brasil, policiais federais acharam no apartamento do ex-presidente Lula um arquivo com cerca de 130 recibos de materiais de construção comprados para a reforma do sítio em Atibaia e uma nota fiscal de uma porta de correr em que consta como cliente um engenheiro da empreiteira Odebrecht.
- Mostrando uma total falta de caráter, o deputado Jovair Arantes, do PTB, que é relator do pedido de impeachment contra Dilma, afirmou ontem que não entregará os cargos federais que ele e a bancada do PTB controlam.
- Fazendo cada dia mais inimigos, além de baterem bastante no juiz Sergio Moro, integrantes do governo Dilma também brigam com o Ministério Público e com a Polícia Federal.
- Afetando à longo prazo o desenvolvimento do Brasil, atualmente 43,1% dos professores de ensino infantil no país não tem formação superior.
Alfredo Sequeira Filho
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