R.B.
"Na moral, e no cacau"
São Paulo, 8 de dezembro de 2015 (TERÇA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando recuperar perdas recentes para ampliar os ganhos acumulados no mês (0,2%) e reduzir a baixa registrada no ano (-9,6%), diante da valorização das commodities e do aumento das chances de derrota da presidenta Dilma no processo de impeachment e (2) o DÓLAR pode cair, ampliando a baixa acumulada no mês (-2,9%) e reduzindo a forte alta registrada no ano (41,6%), acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e a esperada melhora do "humor" na bolsa brasileira.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -0,3%, revertendo uma abertura positiva, na qual chegou a avançar 1,8%, pressionada principalmente pela forte baixa das ações da Petrobrás (-4,4%), que seguiu o forte recuo do preço do petróleo, e também pela indefinição do jogo político em cima da comissão que vai analisar o pedido de impeachment da presidenta Dilma e (2) o DÓLAR 0,5% à R$ 3,76, revertendo uma abertura negativa, na qual atingiu R$ 3,73, acompanhando a piora do ''humor'' na bolsa brasileira e a trajetória internacional da moeda norte-americana.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, acompanhando o movimento ascendente das bolsas de NY na sexta-feira, Japão 1,0%, apagando parte da perda da sessão anterior (-2,2%), com destaque da alta para as ações da varejista Fast Retailing, maior componente do índice local (Nikkei), que subiram 1,7% e China 0,3%, em uma postura cautelosa dos investidores antes de uma bateria de indicadores da economia do país a serem divulgados nesta semana, incluindo números da balança comercial, de inflação, de produção industrial e de vendas no varejo, (2) da EUROPA, Inglaterra 0,2%, França 0,9% e Alemanha 1,2%, com o otimismo dos participantes em relação ao desempenho econômico dos EUA e o discurso do presidente do BC Europeu, Mario Draghi, que afirmou que não existem limites para a atuação da autoridade monetária e (3) dos EUA, S&P –0,7%, DJ –0,7% e NASDAQ –0,8%, com as quedas nos preços de commodities, em especial petróleo (-5,8%) e minério de ferro (-4,8%), afetando as ações das empresas dos respectivos setores.
Animando os mercados asiáticos, segundo dados divulgados hoje pelo governo japonês, o país asiático, que tem a terceira maior economia do planeta, deixou a recessão técnica., já que estatísticas revisadas do terceiro trimestre mostraram crescimento de 1% do PIB do referido país em uma base anualizada.
Segurando "na moral, e no cacau", a "nota" do Brasil como grau de investimento por 2 das 3 principais agencias globais de classificação de risco, Joaquim Levy, ministro brasileiro da Fazenda, afirmou ontem, diretamente de Washington, que não acredita que a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma no Congresso eleve o risco de um novo rebaixamento do país, ressaltando que o governo tupiniquim possui reservas suficientes e um sistema financeiro "capaz de absorver choques".
Cada dia mais pessimista, principalmente após a divulgação de que a economia do país recuou –1,7% no terceiro trimestre de 2015 e de que a produção industrial continua em retração, o "mercado" piorou ainda mais, desta vez de –3,19% para –3,50%, suas "apostas" para o desempenho do PIB brasileiro em 2015, e elevou, agora de 10,38% para 10,44%, suas projeções para o IPCA deste ano.
Dando novos sinais negativos da economia brasileira, (1) a Gol anunciou uma redução de até -6% nas decolagens do mercado doméstico no primeiro semestre de 2016 e (2) segundo a Associação Nacional de Birôs de Créditos, com a recessão mais prolongada, a piora do desemprego e a contínua deterioração dos indicadores da economia, a inadimplência no país deve continuar em alta e só ceder a partir de 2017.
Indicando que, mesmo com a retração econômica, a inflação seguirá pressionada no ano que vem, em 2016 a redução na capacidade das usinas hidrelétricas, pelos critérios já definidos pelo governo, deve elevar mais ainda as tarifas de energia, já que a quantidade de eletricidade que cada unidade pode fornecer, a chamada garantia física, deve cair até -10%. Diante do sentimento de que será as ruas, e não o Congresso, que definirá o futuro político do país, grupos pró-impeachment estão patrocinando nas redes sociais posts que aparecem de 9 a 11 vezes na timeline de uma pessoa, convocando para a manifestação do dia 13/DEZ/15. Remando na direção contraria da presidenta Dilma, que quer acelerar o processo de impeachment antes que se descubra novos casos de corrupção e antes que a economia piore ainda mais, Eduardo Cunha, presidente da Câmara, trabalha para protelar o quanto puder a sessão do plenário da Câmara que vai eleger os integrantes da comissão especial que analisará o referido pedido de cassação de mandado. Apesar de sofrer constantes tentativas de destituição do seu posto de liderança do partido, o deputado peemedebista Leonardo Picciani, que é publicamente contra o impeachment, anunciou na noite de ontem os 8 integrantes indicados por ele para a comissão que vai analisar o pedido de cassação da presidenta Dilma. - Segundo o ex-ministro peemedebista Eliseu Padilha, grande aliado de Michel Temer e que na sexta-feira passada pediu demissão por carta registrada, o vice-presidente do Brasil está fazendo uma "aferição" do sentimento do PMDB sobre o impeachment. - As manobras protelatórias da oposição para evitar que o Planalto vencesse a primeira batalha do impeachment na Câmara e assegurasse maioria na comissão especial mostraram que o governo exibiu algum grau de resistência ao longo da segunda-feira. - Criando mais uma aberração, que obviamente será paga com dinheiro publico, o prefeito de SP, Fernando Haddad, enviará à Câmara municipal esta semana um projeto de lei que estabelece eleições diretas para a escolha dos subprefeitos da capital. PAZ, amor e bons negócios; Alfredo Sequeira Filho O "R.B." representa uma opinião, não uma indicação, é proibida sua reprodução, sem a devida autorização, e qualquer crítica, dúvida ou sugestão, favor contatar: alfredo@relatoriobrasil.com Conheça e indique nosso Blog: www.relatoriobrasil.com Curta nossa página no Facebook: www.facebook.com/relatoriobrasil