R.B. 7/DEZ/15 "Uma lição que o Brasil deveria seguir"


R.B.

"Uma lição que o Brasil deveria seguir"

 

São Paulo, 7 de dezembro de 2015 (SEGUNDA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, para aprofundar as perdas acumuladas no ano (-9,3%), pressionada pelo recuo das commodities e ainda prejudicada pela piora do cenário político tupiniquim e (2) o DÓLAR pode subir, retomando sua trajetória de alta após 4 pregões seguidos de queda, para reduzir ampliar a alta acumulada no ano (40,6%) diante da esperada piora do "humor" na bolsa brasileira.

 

Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –2,2%, devolvendo quase todos os ganhos registrados no pregão anterior (3,3%), prejudicada pelo recuo das commodities e pelos "temores" de que o processo de impedimento da presidenta Dilma pode ser demorado e conturbado e (2) o DÓLAR caiu –0,3% à R$ 3,74, revertendo uma abertura positiva, para fechar em queda pelo quarto dia seguido e no menor valor desde 24/NOV/15, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.

 

Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão –2,2%, a maior baixa desde 29/SET/15, refletindo a decepção dos investidores com as novas medidas de estímulo monetário anunciadas pelo BC Europeu no dia anterior e China –1,7%, pressionada pela decisão de Pequim de autorizar 10 novos IPOs, o que levou os investidores a reduzir posições à espera das futuras listagens, (2) da EUROPA, Inglaterra –0,6%, França –0,3% e Alemanha –0,3%, com a nova baixa dos preços do petróleo pressionando as ações do setor, como Tullow Oil (-5,4%), Statoil (-4,6%), Total (-2,3%), Lundin Petroleum (-2,8%), já que na reunião da Opep, em Viena, cartel decidiu que o teto de produção de seus países membros permanecem inalterados e (3) dos EUA, revertendo uma abertura negativa, S&P 2,0%, DJ 2,1% e NASDAQ 2,1%, com os investidores digerindo o Payroll, que ficou melhor que o esperado, e com destaques de alta para as empresas de construção civil, serviços profissionais e técnicos, e cuidados de saúde.

 

Ressaltando que a evolução dos dados econômicos deixa claro que a recessão brasileira começa a atingir patamares de depressão, Henrique Meirelles, ex-presidente do BC, afirmou que, diante desse cenário de dificuldades crescentes, é preciso conscientizar e mobilizar a sociedade não só para enfrentar os problemas fiscais de curto prazo, como também efetuar as reformas fundamentais que conduzem ao aumento da produtividade e do crescimento.

 

Diante da queda da renda do trabalhador e da baixa rentabilidade da aplicação, que inclusive está perdendo da inflação, em NOV/15 a poupança registrou saída líquida de R$ -1,3bi, o que representa o pior resultado para o mês na série iniciada em 1995 e também o 11º mês seguido em que os resgates superam os depósitos na caderneta.

 

Fruto da alta taxa de juros, da desaceleração da economia, do aumento do desemprego e principalmente da baixa educação financeira da população brasileira, no final de OUT/15 o Brasil já tinha 59 milhões de consumidores impedidos de obter crédito e, segundo a Associação Nacional de Birôs de Créditos, a inadimplência deve continuar em alta e só ceder a partir de 2017.

 

Dando mais um sinal negativo da economia brasileira, segundo a  Anfavea em NOV/15 foram 176 mil veículos produzidos no país, o que representa uma retração de -14,2% na comparação com OUT/15 e uma queda de –33,5% na comparação com NOV/14.

 

Como os bancos brasileiros tem custos bastante elevados e ainda não conseguem oferecer a esses clientes serviços que sejam realmente úteis, cerca de 20% da população considerada bancarizada no país está com suas contas inativas há pelo menos 6 meses.

 

Por conta da desvalorização do real frente ao peso da Argentina, que agora tem um presidente sem tendências bolivarianas, o Brasil voltou a ser destino atrativo para os turistas argentinos, com isto nos 8 primeiros meses deste ano o número de hermanos que vieram ao país cresceu 13% na comparação com o mesmo período de 2014.


Política:
 
Preparando sua saída do governo Dilma, Michel Temer, vice-presidente, além de evitar dar declarações publicas ou particulares defendendo Dilma do processo de impeachment, afirmou, em conversas com amigos durante este final de semana, que a presidenta Dilma nunca confiou nele.

 

Escalado, segundo "rumores", para ser uma espécie de primeiro-ministro em um eventual governo de Michel Temer, o senador tucano José Serra afirmou que ninguém mais acredita que a presidenta Dilma tenha condições de tocar um programa de recuperação do país, que, segundo ele, para ser levado a sério, exigiria "união nacional".

 

Como acredita que tem a maioria para livrar a presidenta Dilma da degola, a base aliada do governo na Câmara Federal iniciou uma articulação para garantir quórum durante toda esta semana na Casa Legislativa, já que quer agilizar a tramitação do pedido de impeachment.

 

Alegando que quer mudar a política e não apenas derrubar a presidenta, Marina Silva afirmou durante este final de semana que seu partido, o Rede Sustentabilidade, não apoiará o pedido de impeachment acolhido por Eduardo Cunha, ressaltando entretanto que apoia a cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral, o que abriria caminho para uma nova eleição.

 

Com a aproximação do fim do prazo da instalação de comissões parlamentares de inquérito no Congresso Nacional, partidos de oposição articulam uma nova CPI para 2016 que mire Luis Cláudio, filho do ex-presidente Lula e investigado pela Polícia Federal por receber pagamentos de lobista.


Crítica:

 

Dando "uma lição que o Brasil deveria seguir", a Irlanda, que em 2009 entrou em crise por conta do estouro de uma bolha imobiliária e do abalo financeiro global, já deixou o fazem 2 anos o programa de resgate do FMI e da União Europeia e, após um ajuste fiscal que envolveu aumento de impostos e uma redução expressiva de despesas públicas, incluindo corte em salários de servidores, já é a economia que mais cresce na zona do euro, com expectativa de que o PIB tenha alta de 6% neste ano.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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