R.B. 18/DEZ/15 "Uma encenação orquestrada pelo lado negro da força"


R.B.

"Uma encenação orquestrada pelo lado negro da força"

 

São Paulo, 18 de dezembro de 2015 (SEXTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve cair, acompanhando as perdas das maiores bolsas mundiais e principalmente com os investidores desanimados diante da redução das chances de impeachment da presidenta Dilma e (2) o DÓLAR pode subir, rumo aos R$ 4,00 e para facilmente fechar o dia acima dos R$ 3,90, influenciado pelos mesmos motivos que devem derrubar a bolsa brasileira.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA 0,5%, já abriu em alta, para na máxima avançar 2,7%, repercutindo o aumento da possibilidade de impeachment da presidenta Dilma, porem foi perdendo forças ao longo do pregão, diante da votação bastante disputada no plenário do Supremo Tribunal Federal sobre o rito do referido processo de impedimento e do recuo das bolsas de NY e (2) o DÓLAR caiu –0,8% à R$ 3,89, devolvendo uma parte da forte alta registrada no pregão anterior, em sintonia com o comportamento da moeda norte-americana no exterior.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, acompanhando o desempenho positivo das bolsas dos EUA no dia anterior, Japão 1,6% e China 1,8%, impulsionadas recompras por participantes que haviam vendido ações antes da decisão do FED ("BC" dos EUA), (2) da EUROPA, se ajustando ao aumento dos juros nos EUA, que no dia anterior ocorreu após o fechamento dos mercados europeus, Inglaterra 0,7%, França 1,1% e Alemanha 2,6%, diante do aumento da confiança na economia dos EUA e do enfraquecimento do euro, que beneficia as exportadoras da região, como Volkswagen (3,3%), Bayer (3,4%) e Renault (2,9%) e (3) dos EUA, interrompendo uma sequência de 3 sessões seguidas de alta, S&P –1,5%, DJ –1,4% e NASDAQ –1,3%, pressionadas pela queda dos preços do petróleo para novas mínimas em quase 7 anos e em um ajuste de posições antes do "quadruple witching" que ocorrerá nesta sexta-feira com o vencimento simultâneo dos contratos de futuros de índices de ações, opções de índices de ações, opções de ações e de futuros de ações.

 

Confirmando que está fora do governo Dilma, ontem, no fim da reunião do Conselho Monetário Nacional, Joaquim Levy, futuro ex-ministro da Fazenda, surpreendeu os integrantes do órgão ao se despedir e dizer que não estará presente ao próximo encontro, em JAN/16.

 

Dando um recado "direto e reto" para a presidenta Dilma, segundo Alexandre Tombini, presidente do BC tupiniquim, a economia brasileira pode se deteriorar ainda mais se o país não der segmento às políticas de ajuste das contas públicas e de redução da inflação.

 

Com a ajuda das vagas temporárias de fim de ano, que devem desaparecer quando 2016 chegar, a taxa de desemprego nas 6 principais regiões metropolitanas do país recuou de 7,9% em OUT/15 para 7,5% no mês passado (NOV/15), o que representa a primeira queda desde DEZ/14 na comparação com o mês anterior.

 

Agora que 99,9% das empresas "amigas do poder" estão envolvidas em escândalos de corrupção, o governo Dilma, ajudando a piorar ainda mais a economia brasileira, anunciou que a taxa de juros que serve de referências para os empréstimos do BNDES vai subir novamente a partir de 1º/JAN/16, dos atuais 7% para 7,5% ao ano, retornando ao patamar em que estava entre SET/06.

 

Desbancando o Brasil, que por décadas foi o maior mercado de luxo da América Latina, nos últimos 5 anos as vendas do setor no México aumentaram 25,9% e atingiram este ano US$ 3,7bi, superando pela primeira vez na história o valor auferido pelas marcas mais exclusivas do mundo no país este ano (R$ 3,2bi).

 

Gastando cada vez mais muito mais do que arrecada e com cada dia menos credibilidade, o governo federal e parte dos estaduais acumula dívidas de quase R$ -1bi com 20 multinacionais farmacêuticas que atuam no país, segundo a Interfarma, que é a entidade que representa o setor.

 

Afetando diretamente o Brasil, que enfrentará ainda mais dificuldades para exportar, após vigorar durante 4 longos anos, ontem o controle cambial argentino chegou ao fim com uma desvalorização de quase –50% da moeda do país, conforme tinha prometido na campanha o agora presidente Maurício Macri.


Política:
 
Em "uma encenação orquestrada pelo lado negro da força", ontem à noite, contrariando o inesperado voto do ministro Edson Fachin, redator do processo e que antes de ser membro do Supremo fez até campanha eleitoral para a presidenta Dilma, os "Darth Vaders" do Supremo Tribunal Federal decidiram invalidar a eleição da comissão pró-afastamento da petista que havia sido formada na Câmara dos Deputados e também dar mais poder ao Senado no processo, o que atende aos desejos do "Império petista".
 
Certamente já sabendo que à noite o Supremo Tribunal Federal daria vitória a ela na questão da tramitação do seu processo de afastamento no Congresso, a presidenta Dilma almoçou ontem no Palácio da Alvorada com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para traçar a sua estratégia de defesa.

 

Em um dia positivo para o governo Dilma e negativo para o futuro do país, ontem foram aprovados no Congresso o projeto de Orçamento de 2016, com a manutenção da CPMF como previsão de receita no orçamento, e a Lei de Diretrizes Orçamentária, com a meta de superávit primário de R$ 30,5bi para as contas do setor público, o equivalente a 0,5% do PIB.

 

Confessando mais um crime que, em qualquer país sério, já seria suficiente para derrubar um presidente, o lobista da empresa holandesa SBM Offshore no Brasil, Júlio Faerman, confirmou em sua delação premiada que realizou a doação de US$ 300 mil para a campanha da presidenta Dilma Rousseff em 2010 por meio de transferência em contas na Suíça.

 

Reconduzido, mesmo contrariando a vontade de Michel Temer (que é o presidente do partido), à liderança do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani, do RJ e aliado próximo da presidenta Dilma, afirmou que vai buscar "o máximo de unidade possível" na bancada peemedebista.

 

Capitaneado por Renan Calheiros, aliado de conveniência da presidenta Dilma e um dos maiores bandidos da história do Brasil, o PMDB do Senado articula um movimento para tirar o Michel Temer, que também não é flor que se cheire, da presidência do PMDB na convenção do partido em MAR/16.

 

Após Joaquim Levy, contrariando as ordens da chefona, se despedir ontem em reunião na Fazenda, a presidenta Dilma resolveu acelerar a escolha do seu sucessor e pode anunciar o novo ministro da Fazenda já nesta sexta ou, no máximo, no começo da próxima semana.


Crítica:
 
Provando que, assim como no setor publico, na iniciativa privada o Brasil também não é um país sério e justo, segundo uma pesquisa da consultoria de RH Mercer, mesmo com a forte piora nos resultados nos últimos anos, a remuneração média das diretorias de 35 grandes empresas tupiniquins de capital aberto aumentou cerca de 22%, enquanto houve quedas em lucro líquido (-2,94%), dividendos (-5,19%) e Ebitda (-3,6%).

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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