R.B. 6/OUT/15 "Refém do Mercosul"


R.B.

"Refém do Mercosul"

 

São Paulo, 6 de outubro de 2015 (TERÇA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta para fechar em território positivo pelo sexto pregão consecutivo, ainda acompanhando a trajetória ascendente das principais bolsas mundiais, porem deve-se ressaltar que o patamar é muito interessante para vendas, principalmente para quem acredita que os problemas políticos e econômicos enfrentados pelo Brasil continuarão aumentando e (2) o DÓLAR pode seguir em queda, para fechar em território negativo pelo terceiro pregão consecutivo e assim atingir um bom patamar para compras, novamente seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pela momentânea melhora do"humor" na bolsa brasileira.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,2%, acompanhando a melhora do "humor" nas principais bolsas mundiais, com baixo volume de negócios (R$ 5,7bi) e também beneficiada pela valorização das commodities e (2) o DÓLAR caiu –1,3% à R$ 3,90, atingindo o menor nível em 2 semanas, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana, diante da redução dos "temores" de alta dos juros nos EUA, e influenciada pela valorização da bolsa brasileira.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, China permaneceu fechada por conta de feriado nacional e Japão 1,6%, diante da redução das "apostas" de alta dos juros nos EUA, (2) da EUROPA, Inglaterra 2,8%, França 3,5% e Alemanha 2,7%, com destaques de alta para as produtoras de commodities, como a Glencore Plc (21,0%), e para as produtoras de energia e (3) dos EUA, S&P 1,8%, DJ 1,8% e NASDAQ 1,6%, com os dados piores do que o esperado do mercado de trabalho e do comercio norte-americano reduzindo as "apostas" de que a taxa de juros do país vai subir este ano.

 

Enquanto o Brasil, "refém do Mercosul", segue negociando, se relacionando e apoiando países como Cuba, Argentina e Bolívia, ontem foi anunciado um gigantesco acordo comercial, que elimina taxas de importações e pelo menos 50% das barreiras não tarifárias, entre EUA, Japão e outros 10 países que, segundo um estudo da FGV, tem potencial de encolher as exportações brasileiras em até -2,7%, já que os produtos vendidos entre os países envolvidos no tratado ficarão comparativamente bem mais baratos.

 

Mostrando um pessimismo crescente, o "mercado", diante da disparada do dólar e da constante deterioração do cenário político, elevou de 9,46% para 9,53% suas "apostas" par ao IPCA deste ano e piorou, desta vez de –2,80% para –2,85%, suas projeções para o desempenho do PIB brasileiro também neste ano.

 

Escalado para defender o indefensável, ontem Joaquim Levy, ministro da Fazenda, afirmou que a volta da CPMF vai servir como uma ponte para o Brasil conseguir recuperar o equilíbrio fiscal e, consequentemente, voltar a atrair investimentos, ressaltando também que este imposto será provisório.

 

Dando mais uma prova do gradativo "estouro da bolha imobiliária tupiniquim", apenas nos 7 primeiros meses deste ano as vendas do comercio varejista de materiais para construção já registraram uma queda acumulada -6,7% em todo o país e, segundo previsões Abramat (associação do setor), o setor deve encolher no mínimo –10,0% em 2015.

 

Preparando para reativar a "bolsa banqueiro", comprando bancos em dificuldades como fez em 2009 com o Votorantim e com o Panamericano, ontem a presidenta Dilma publicou uma medida provisória que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa a voltarem a fazer aquisições de instituições financeiras.

 

-    A Petrobrás subiu 0,6% e ontem, após o fechamento do pregão, a empresa anunciou que decidiu cortar US$ –11bi em sua projeção de investimentos até o final de 2016, ressaltando também que manteve sua projeção de arrecadar US$ 15,1bi com a venda de ativos até o fim do ano que vem.


Política:
 
Mesmo covardemente pressionados por Dilma e por sua corja, ontem, após uma reunião no gabinete da Presidência do Tribunal de Contas da União, os ministros da referida Corte decidiram que o pedido de suspeição do colega Augusto Nardes, relator das contas do governo em 2014, será analisado pelo plenário amanhã, um pouco antes do julgamento sobre as finanças do governo, que para desespero da presidenta foi mantido.

 

Ressaltando, com toda a razão, que Dilma acabou por inflamar o "espírito de corpo" dos demais integrantes da Corte, integrantes de diferentes alas do PMDB avaliaram que o Planalto deu "um tiro no pé" ao lançar uma ofensiva contra o ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes, relator das contas do governo em 2014.

 

Acreditando que já comprou o PMDB com os 7 ministérios que entregou ao partido, o Planalto, visando assegurar a manutenção de vetos presidenciais a medidas que elevam os gastos públicos, age para enfraquecer dissidentes na base aliada e viabilizar a votação marcada para hoje no Congresso.

 

Atacando para defender o governo Dilma, ontem a Procuradoria Geral da República pediu a abertura de um inquérito contra o presidente do DEM, o senador José Agripino Maia, para investigar os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

 

Horas depois de ser contemplado com 7 ministérios na reforma promovida pela presidenta Dilma, o PMDB ameaçou votar contra governo caso fosse a plenário o requerimento de urgência para o projeto sobre o regime de partilha de produção na exploração do pré-sal.


Crítica:

 

Desrespeitando a lei e a democracia, que no Brasil só existe para quem trabalha e paga impostos, um grupo de cerca de 80 indígenas, quilombolas e representantes de outras comunidades ocupou o plenário 2 da Câmara dos Deputados desde o fim da tarde de ontem em protesto contra assassinatos de lideranças, ações de fazendeiros e pela demarcação de terras indígenas e quilombolas.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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