R.B.
"Uma boa oportunidade para ganhar muito dinheiro"
São Paulo, 10 de setembro de 2015 (QUINTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve cair, com "boas chances" de fechar o dia no menor patamar do ano, acompanhando as perdas das maiores bolsas mundiais e principalmente influenciada pelo rebaixamento da "nota" do Brasil pela S&P, porem deve-se ressaltar que para investidores de longo prazo o patamar pode ficar interessante para compras e (2) o DÓLAR pode subir, para fechar o dia acima dos R$ 4,00, ampliando a forte valorização já acumulada no ano (43,1%), seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pelo mesmo motivo que deve derrubar a bolsa brasileira.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,2%, revertendo os ganhos da abertura, quando na máxima avançou 2,3%, para acompanhar a piora do "humor" nas bolsas de NY e o recuo das commodities, com destaques de queda para as ações da Petrobrás (-2,9%) e da Gerdau (-1,2%) e (2) o DÓLAR caiu –0,5% à R$ 3,80, para fechar em território negativo pela segunda sessão consecutiva, o que não acontecia há 1 mês, acompanhando a valorização das moedas dos países exportadores de commodities, que foram "aliviadas" pelo anúncio de medidas de estímulo à economia anunciadas pela China.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas mundiais no dia anterior, Japão 7,7%, registrando o maior ganho percentual diário desde JAN/94, com destaques de alta para as exportadoras, como Fuji Heavy Industries (9,7%) e Toyota (6,3%) e China 2,3%, depois de Pequim prometer novos incentivos fiscais, ressaltando que o objetivo é restaurar a confiança dos investidores, (2) da EUROPA, Inglaterra 1,3%, França 1,4% e Alemanha 0,3%, seguindo o "humor positivo" das bolsas asiáticas e impulsionadas pelas ações de empresas exportadoras do setor automotivo, como Valeo (3,4%), Renault (2,7%), BMW (1,8%) e Volkswagen (1,7%), que são altamente expostas à China e (3) dos EUA, devolvendo os ganhos da abertura, S&P –1,4%, DJ –1,4% e NASDAQ –1,1%, diante da avaliação secundária de que a redução das tensões na China e a divulgação de dados positivos da economia norte-americana, como o forte aumento da vagas de emprego em JUL/15, podem levar o FED ("BC" local) a elevar a taxa básica de juros do país já na reunião deste mês.
Fazendo o que deveria ter feito faz tempo, ontem a agencia de classificação de risco S&P rebaixou sua "nota" para o Brasil para um patamar abaixo do grau de investimento, citando o péssimo desempenho da economia tupiniquim, o saldo negativo das contas publicas e a "falta de habilidade e vontade" do governo Dilma ao submeter um orçamento deficitário ao Congresso, porem também ressaltando no final do seu relatório que, em caso de mudança de governo, a confiança pode voltar a a situação deve melhorar rapidamente.
Em MAI/08, apenas 1 mês após a S&P a dar ao Brasil grau de investimento, o Ibovespa superou os 72.000pts, batendo o maior patamar da história, hoje, após o país perder o selo de bom pagador, a bolsa tupiniquim está próxima dos 46.000pts e deve cair, dado aos investidores "uma boa oportunidade para ganhar muito dinheiro" investindo no longo prazo, portanto se você (1) for conservador e acredita que o Brasil não vai dar calote na dívida, compre Títulos Públicos e reserve uma parte da grana para LCA e LCI, (2) acredita que o Brasil vai dar calote na dívida, venda tudo que tem e transfira todo seu dinheiro para o exterior e (3) acredita que a Dilma vai cair, tem sangue frio e pode arriscar, compre ações de empresas brasileiras.
Segundo o economista Carlos Langoni, ex-presidente do BC brasileiro, o rebaixamento da "nota" de classificação de risco do Brasil não é surpresa para o "mercado", mas vai prejudicar a saída da economia do país do quadro recessivo, pois afugenta novos investimentos, principalmente externos, e agrava a situação política.
Indicando quem é a principal responsável pelo rebaixamento da "nota" do Brasil pela S&P, ficou claro no relatório da referida agencia de classificação de risco que a gota d'água para a decisão foi a presidenta Dilma, mostrando que não tem a menor noção do que fazer para tirar o país da crise, enviar ao Congresso Nacional uma proposta de orçamento deficitário.
Reagindo de forma enérgica à sinalização de Joaquim Levy, ministro da Fazenda, de que o governo pretende elevar alíquotas do Imposto de Renda para atenuar o rombo nas contas públicas, (1) Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria, classificou a medida como "absurda", (2) Vitor França, assessor econômico da FecomercioSP, ressaltou que a ideia mostra "ausência de sensibilidade política" e representa o "prolongamento da recessão", (3) Paulo Skaf, presidente da Fiesp, alertou que o empresariado não vai "admitir esse ônus" e (4) para a Firjan a ideia de aumentar impostos mostra que a equipe econômica está adotando a forma "mais cômoda" de promover o ajuste.
Apresentando novos sinais negativos da economia brasileira, (1) em JUL/15 a produção industrial de SP, que tem o maior parque fabril do país, foi -12% menor do que em JUL/14 e (2) o Brasil criou 623,1 mil postos de trabalho em 2014, o que representa o pior resultado em geração de vagas formais no país desde 1999.
Por falta de confiança no futuro, segundo uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria para identificar como a crise econômica afeta a vida da população, 57% dos brasileiros alteraram seu hábitos de consumo ou planejamento financeiro e outros 27% devem altera-los, adotando praticas como pesquisar mais antes de comprar, adiar a aquisição de bens mais caros, mudar os locais onde faz compra e reduzir as despesas da casa.
Dando a cara para bater, ontem, logo após o anúncio do rebaixamento da "nota" do Brasil pela S&P, Joaquim Levy, ministro da Fazenda, afirmou que o governo deve fazer cortes de gastos em programas sociais para atingir o equilíbrio fiscal, ressaltando que isso vai exigir sacrifícios da população e que a presidenta Dilma não tem medo de pôr em risco sua popularidade. Ressaltando que a S&P não tem moral e não conhece o Brasil, o senador petista Delcídio do Amaral, líder do governo no Senado, afirmou que o rebaixamento do país não significa um "fim do mundo" e pode impulsionar o governo federal a implementar mais rapidamente as medidas de retomada econômica. Segundo Eunício Oliveira, líder do PMDB no Congresso, o governo encaminhou a proposta de lei orçamentária de 2016 com previsão de déficit de R$ 30,5bi o governo Dilma consolidou o cenário para o rebaixamento da "nota" brasileira. Na avaliação final de congressistas do PT e do PMDB, a retirada do grau de investimento do Brasil pela S&P fará a presidenta Dilma perder o apoio das duas pontas mais refratárias ao impeachment, que são o empresariado e as classes C e D. Piorando ainda mais o clima político, o anúncio de que as emendas a que cada parlamentar terá direito serão contingenciadas em R$ 555 mil irritou os deputados, que já tinham sido autorizados a avisar aos municípios que seriam contemplados. Crítica: Como se proibisse o e-mail para garantir o emprego dos carteiros, ontem, de forma totalmente equivocada, a Câmara Municipal de SP, pressionada por milhares de taxistas, proibiu a utilização do aplicativo Uber na maior cidade do Brasil. Se o cara ganha mais do que gasta e te pede uma grana emprestada você dá na boa certo? Agora se o cara gasta mais do que ganha e te pede a mesma grana você fica cabreiro correto? Foi exatamente isto que rolou para a S&P rebaixar sua nota do Brasil! PAZ, amor e bons negócios; Alfredo Sequeira Filho O "R.B." representa uma opinião, não uma indicação, é proibida sua reprodução, sem a devida autorização, e qualquer crítica, dúvida ou sugestão, favor contatar: alfredo@relatoriobrasil.com Conheça e indique nosso Blog: www.relatoriobrasil.com Curta nossa página no Facebook: www.facebook.com/relatoriobrasil