R.B. 31/AGO/15 "Cada dia mais parecido com Mantega"


R.B.

"Cada dia mais parecido com Mantega"

 

São Paulo, 31 de agosto de 2015 (SEGUNDA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve voltar a cair, influenciada pela decisão do governo chinês de retirar estímulos ao mercado acionário e prejudicada principalmente pelas perspectivas de piora dos cenários político e econômico brasileiro e (2) o DÓLAR pode seguir em alta, rumo aos R$ 3,60, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pelos mesmos motivos que devem derrubar a bolsa brasileira.

 

Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA –1,2%, interrompendo uma sequência de 3 sessões consecutivas de ganhos, acompanhando a instabilidade das perdas das bolsas de NY e principalmente prejudicada pela divulgação de novos números ruins da economia brasileira e (2) o DÓLAR 0,6% à R$ 3,58, acompanhando a piora do "humor" na bolsa brasileira e influenciado externamente por declarações do vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, sobre o futuro da política monetária norte-americana e não descartando a possibilidade de alta de juros do referido país no próximo mês.

 

Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 3,0% e China 4,8%, beneficiadas pela revisão para cima no PIB dos EUA e acompanhando a reação positiva das bolsas de NY no dia anterior, (2) da EUROPA, sem uma tendência única, Inglaterra 0,9%, França 0,4% e Alemanha –0,2%, divididas entre o bom desempenho das ações das petrolíferas, como Shell (2,5%), BP (2,6%) e Total (2,5%), e a cautela antes da reunião do Fed e (3) dos EUA, também sem uma tendência única, S&P 0,1%, DJ –0,1% e NASDAQ 0,3%, com os investidores evitando tomar posições diante da indecisão sobre como interpretar os comentários de dirigentes do Fed ("BC" local) feitos durante o simpósio anual de política monetária em Jackson Hole.

 

Em mais um passo de sua política econômica errática, o que é típico e inevitável em um país comunista que quer se adaptar à um mundo capitalista, o governo chinês decidiu abandonar os incentivos ao mercado de ações por meio de compras em grande escala e agora pretende investigar e punir os especuladores suspeitos de "desestabilizar o mercado".

 

Mostrando que está "cada dia mais parecido com Mantega", neste final de semana, durante um Congresso da BM&FBovespa realizado em Campos do Jordão, Joaquim Levy, ministro da Fazenda, (1) se mostrou extremamente otimista com o futuro da economia brasileira, (2) rechaçou os "apostadores" do dia do rebaixamento da "nota" do Brasil e (3) elogiou a chamada "Agenda Brasil", que é o conjunto de reformas propostas por Renan Calheiros.

 

Dando novos sinais negativos da economia brasileira, (1) no segundo trimestre deste o PIB recuou -1,9% na comparação com o primeiro trimestre deste ano e -2,6% ante o segundo trimestre do ano passado, (2) segundo o BC o setor público consolidado teve um déficit primário de R$ -10,0bi em JUL/15, patamar bem pior do que o esperado pelo "mercado" (R$ -8,0bi) e (3) segundo projeções do "mercado" neste ano o setor de serviços encolherá –1,5%, o que representa a primeira retração desde 1990.

 

Como fruto de uma política econômica equivocada, que estimula o crédito e o consumo supérfluo e sem planejamento, atualmente o Brasil tem 6,99 milhões de pessoas inadimplentes com 61 anos ou mais (o que representa 1/3 da população desta faixa etária), impedidos de obter crédito, por não conseguirem pagar dívidas bancárias (financiamento de carros, imóveis e outros) ou contas de luz, água, telefonia e do varejo (lojas e redes).

 

Segundo a opinião de cerca de 30 entidades do setor produtivo, tributaristas, consultores e empresários, a  perspectiva de mudança na cobrança de tributos, como o novo PIS/Cofins ou a tentativa de ressuscitar a CPMF, provocam a pior insegurança jurídica já vivida no Brasil e trava os investimentos e planos de negócios.

 

Por conta da violência urbana, da crise financeira, dos escândalos políticos e das perspectivas negativas para o futuro do país, neste ano o número de brasileiros interessados em investir US$ 500mil nos EUA como forma de obter autorização para morar no referido país cresceu 50% na comparação com o mesmo período de 2014.


Política:
 
Conhecido como de Lei de Responsabilidade de Estatais, tramita na Câmara um projeto de lei que pretende converter, no prazo de 10 anos, as ações preferenciais (sem voto) das estatais em ordinárias (com voto), que costumam ter preços maiores por garantir mais direito aos acionistas minoritários, e também prevê uma série de regras para restringir nomeações políticas.
 
Partindo aos poucos para a oposição, o PMDB, que tem o vice-presidente e que em tese é o principal partido aliado da presidenta Dilma no Congresso, começa nesta semana a exibir na televisão 8 filmes publicitários em que as principais lideranças do partido dirão que o país precisa de mudanças e que é maior e mais importante do que qualquer governo.

 

Segundo o ministro Gilmar Mendes, que é vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral e integrante do Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deveria se ater mais à instituição e não "atuar como advogado" da presidenta Dilma.

 

Assinando mais um atentado de incompetência, ontem, depois de decidir desistir de recriar a CPMF, o governo Dilma decidiu encaminhar sua proposta de Orçamento da União de 2016 com uma previsão de déficit primário ao Congresso.

 

Finalmente alinhando seu discurso ao discurso dos seus eleitores, o tucano Alckmin, governador de SP, comparou o Partido dos Trabalhadores a uma "praga" durante  um evento em Cuiabá que marcou a filiação do governador de Mato Grosso, Pedro Taques, ao PSDB.

 

É inacreditável que ainda existam cartórios no Brasil, porem é mais inacreditável ainda que o Congresso Nacional tupiniquim esteja prestes a aprovar uma emenda constitucional para beneficiar pessoalmente 4.965 "donos" de cartório que não fizeram sequer concurso público, concedendo a eles o direito vitalício de continuar ganhando muito dinheiro às custas dos demais 204 milhões de brasileiros.


Crítica:
 
Dando um belo exemplo da ineficiência de uma empresa publica, a Infraero, que já chegou a dar lucro anual de R$ 1bi, hoje acumula prejuízos constantes principalmente diante da dificuldade em promover demissões, já que, por conta de acordos trabalhistas selados na época das primeiras concessões, atualmente existe um excedente de milhares de funcionários que geram custo mensal de R$ 50 milhões na sua folha de pagamento.

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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