R.B. 13/AGO/15 "É nefasto e nocivo o loteamento político de cargos públicos no Brasil"


R.B.

"É nefasto e nocivo o loteamento político de cargos públicos no Brasil"

 

São Paulo, 13 de agosto de 2015 (QUINTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando recuperar parte das perdas acumuladas no mês (-4,9%) e no ano (-3,2%), acompanhando a melhora do "humor" nas principais bolsas mundiais, porem deve-se ressaltar que a tendência ainda é de queda, principalmente diante das expectativas de piora da economia e de aumento da crise política no país e (2) o DÓLAR pode voltar a cair, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pela esperada recuperação da bolsa brasileira.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –1,4%, para fechar o dia no menor patamar desde 10/MAR/15 (aos 48.388pts), com bom volume de negócios (R$ 17,5bi) por conta do vencimento de opções sobre o índice e desta vez pressionada principalmente pelas ações dos bancos, como Bradesco (-3,2%), Itaú (-2,9%) e BB (-4,4%), diante da confirmação de que a senadora petista Gleisi Hoffmann pretende elevar mais do que o previsto (20%), de 15% para 23%, a alíquota da CSLL cobrada do setor e (2) o DÓLAR caiu –0,8% à R$ 3,47, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pela decisão da Moody's de manter o Brasil com grau de investimento.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, com o índice que mede o desempenho das bolsas da região se aproximando dos menores patamares dos últimos 7 meses, Japão –1,6% e China –1,1%, novamente com destaques de queda para as exportadoras, como a mineradora a BHP (-4,3%) e a trader de commodities Noble Group (-11,1%), diante dos temores de que a desvalorização da moeda chinesa (yuan) vai desacelerar a demanda da China por matérias-primas, (2) da EUROPA, com o índice que representa as bolas da região registrando a maior baixa diária desde OUT/15, Inglaterra –1,4%, França –3,4% e Alemanha –3,3%, mais uma vez pressionadas pelo noticiário vindo da China, que derrubou a cotação das ações das empresas expostas ao varejo chinês, como as montadoras BMW (-3,7%), Peugeot (-4,9%) e Fiat (-6,4%) e as empresas de artigos de luxo Burberry Group (-3,5%) e Louis Vuitton (-5,5%) e (3) dos EUA, recuperando no final do pregão as perdas registradas na abertura, S&P 0,1%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,2%, impulsionadas por ações do setor de tecnologia e energia, como Apple (1,4%) e Chevron (1,2%).

 

-    Ainda "se lixando" para os efeitos de sua medida na economia mundial, na madrugada de hoje, pelo terceiro dia seguido, o Banco Popular da China voltou a desvalorizar a taxa de câmbio de referência da moeda chinesa, desta vez em –1,1%.

 

Convocados por Joaquim Levy, ministro brasileiro da Fazenda, os principais banqueiros do Brasil se reuniram ontem em Brasília para (1) aparar as arestas de Dilma com o setor financeiro, com quem ela esteve às turras no primeiro mandato e na campanha eleitoral, (2) discutir a crise econômica e (3) avaliar o pacote de reforma apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, cujo principal objetivo aliás é desviar o foco para defender-se das acusações de participação no esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato da Polícia Federal.

 

Com potencial para ajudar a apequenar ainda mais o mercado financeiro tupiniquim, cujo percentual de participação nos mercados globais já é metade (1,9%) da participação do PIB brasileiro no mundo (3,9%), o parecer da senadora petista Gleisi Hoffmann, além de elevar de 15% para 23% a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido dos bancos, acolhe também a emenda do deputado petista Walter Pinheiro que propõe que o benefício fiscal do mecanismo de juros sobre capital próprio, usado para remunerar acionistas, seja eliminado de forma gradual até DEZ/17.

 

Novamente "falando demais por não ter nada a dizer", ontem Alexandre Tombini, presidente do BC tupiniquim, "garantiu" que não vai tomar medidas extremas para segurar artificialmente uma disparada do dólar, mesmo que a cotação da moeda norte-americana dispare, em uma eventual piora da crise política no país, ressaltando também que a alta recente da moeda norte-americana atualmente não chega a pressionar muito a inflação pois o repasse para os preços tende a ser limitado diante da forte retração da economia e do emprego.

 

Dando novos sinais negativos da economia brasileira, (1) apresentando o pior resultado dos últimos 12 anos, nos 6 primeiros meses deste ano as vendas do comércio varejista tupiniquim tiveram queda de -2,2% na comparação ao mesmo período do ano passado e (2) o Ministério do Trabalho estima que os setores da economia ligados à indústria automotiva já fecharam 38,7 mil postos de trabalho no primeiro semestre deste ano, o que corresponde a 11% do total de vagas encerradas no mercado formal no período.

 

-    A Alibabá caiu –5,1%, após a gigante chinesa de comércio on-line anunciar que seu resultado do segundo trimestre deste ano ficou abaixo do esperado por analistas e investidores, registrando uma alta de 28% na comparação com o mesmo período de 2014.


Política:
 
Mostrando-se cada dia mais distante da realidade, ontem a presidenta Dilma afirmou, em entrevista para o SBT, que (1) jamais cogitaria renunciar ao cargo, pois foi eleita democraticamente e tem o apoio da grande maioria da população, (2) não existem problemas no relacionamento do governo com a Câmara, (3) Renan Calheiros, presidente do Senado, ajuda seu governo ao propor medidas para sanar a crise, (4) já tem um "roteiro" de medidas que permitirão que o país consiga se recuperar e (5) a tendência é melhorar a partir do fim do ano ou em 2016.
 
Trabalhando para quem paga suas contas, ontem, na reunião com o vice-presidente Michel Temer e ministros do PMDB, o ex-presidente Lula defendeu que o governo acelere os acordos de leniência com as construtoras investigadas na Operação Lava Jato para evitar que elas quebrem e para permitir que elas sigam fazendo obras publicas.

 

Provavelmente convencido por milhões de dólares e certamente comprando briga com os taxistas, ontem o senador peemedebista Ricardo Ferraço apresentou um projeto de lei que regulamenta no Brasil o aplicativo de motoristas profissionais Uber e outros semelhantes na área de transporte, ressaltando que sua propagação é inevitável, a exemplo do resto do mundo.

 

Após uma reunião de mais de 2 horas os ministros Joaquim Levy, da Fazenda, Nelson Barbosa do Planejamento, e mais de 30 senadores, o pacote de reformas, que obviamente não vai avançar e só foi criado para desviar a atenção da população, foi ampliado e passou a contar com propostas polêmicas, como a redução de ministérios, pauta que incomoda a presidenta Dilma.

 

O senador peemedebista Jader Barbalho, que é oposição ao governo desde o primeiro mandato de Lula, comparou a reação do PT aos atos que pedem a saída de Dilma ao apelo de Collor, às vésperas do impeachment, para que a população saísse às ruas de verde e amarelo.

 

Julgando em causa própria e, de forma irresponsável, desdenhando da crise fiscal que passa o país, ontem os ministros do Supremo Tribunal Federal aprovaram o aumento de 16,38% dos próprios salários, de R$ 33mil para R$ 39mil, para o ano que vem em sessão administrativa, porem o projeto precisa ser encaminhado ao Executivo e aprovado pelo Congresso.


Crítica:

 

Em nome da liberdade de escolha, hoje o Supremo Tribunal Federal deve começar um julgamento histórico para definir se é crime ou não portar drogas para consumo próprio no Brasil e, segundo opiniões de 3 ministros, que falaram sob a condição de anonimato, a tendência no tribunal é pela descriminalização.

 

Mostrando, sem nenhum pudor, como "é nefasto e nocivo o loteamento político de cargos públicos no Brasil", que coloca pessoas despreparadas e corruptas para comandar empresas e órgãos públicos, ao ouvir queixas sobre a demora das nomeações para o segundo escalão, Mercadante, ministro da Casa Civil, argumentou que existem muitas indicações de pessoas com nome sujo.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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