R.B.
"Vendendo um voto de confiança"
São Paulo, 12 de agosto de 2015 (QUARTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, na contramão das principais bolsas mundiais, com os investidores "aliviados" pela decisão da Moody's de manter o Brasil como grau de investimento e (2) o DÓLAR pode cair, seguindo a esperada melhora do "humor" na bolsa brasileira e também acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,6%, devolvendo os ganhos registrados no pregão anterior, com destaques de queda para as exportadoras, como Vale (-5,1%) e CSN (-3,7%), prejudicadas pela decisão do governo chinês de desvalorizar sua moeda (o yuan) e (2) o DÓLAR subiu 1,3% à R$ 3,50, acompanhando a piora do "humor" na bolsa brasileira e também a trajetória internacional da moeda norte-americana.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão –0,4% e China –0,8%, com destaques de queda para as ações de consumo e prejudicadas pelos novos sinais de desaceleração da economia chinesa, (2) da EUROPA, já refletindo o anúncio de desvalorização da moeda chinesa, que aliás foi a maior em 20 anos, Inglaterra –1,0%, França –1,9% e Alemanha –2,7%, pressionadas principalmente pelas perdas das exportadoras com vendas na China, como a montadora BMW (-4,3%) e a mineradora BHP (-3,0%) e (3) dos EUA, com a média móvel de 50 dias do DJ caindo abaixo de sua média móvel de 200 dias, S&P –0,9%, DJ –1,2% e NASDAQ –1,3%, também pressionadas pelas exportadoras com forte presença no mercado chinês, como Apple (-5,1%) e Caterpillar (-3,5%).
"Se lixando" para os reflexos negativos que sua decisão pode ter nas demais economias do mundo, nesta madrugada, pelo segundo dia consecutivo, o BC da China voltou a desvalorizar sua moeda (o yuan), dessa vez em -1,62%, barateando os produtos chineses e assim facilitando as exportações do país.
Provavelmente "vendendo um voto de confiança" para a economia brasileira, ontem, após o fechamento do pregão, a agência de classificação de risco Moody's anunciou que, apesar de reduzir sua "nota" para o Brasil, manteve o grau de investimento para o país e com perspectiva estável, o que indica que alguma nova mudança só virá em aproximadamente 6 meses.
Responsável e fiador da manutenção do grau de investimentos do Brasil pela Moody's, Joaquim Levy, ministro da Fazenda, afirmou que o relatório da referida agencia de classificação de risco dá indicação das prioridades que o país tem que ter em relação a manter a qualidade da dívida pública e encontrar um consenso político para aprovar as reformas fiscais.
Feliz com a manutenção do grau de investimentos do Brasil pela Moody's, Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, afirmou que o fluxo de recursos para o país não cairá e ressaltou que a equipe econômica de Dilma trabalha para recuperar a capacidade de produzir resultados primários mais elevados de forma sustentável.
Segundo o engenheiro Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, associação que representa 1.535 empresas filiadas, depois de perder 25 mil empregos no primeiro semestre e sem previsão de novas encomendas para o ano, as indústrias de máquinas devem fechar ainda mais vagas até 2015 acabar, quando esse número pode dobrar, e os principais motivos para esta desindustrialização "silenciosa" são (1) juros "pornográficos", (2) sistema tributário complexo, "com o viés de facilitar a importação" e (3) um patamar de câmbio inadequado.
Segundo uma pesquisa do Serasa Experian, por conta da queda da renda e do aumento do desemprego, e não por causa do aumento do consumo, em JUL/15 a demanda de pessoas físicas em busca de crédito no país registrou alta de 7,0% na comparação com JUL/14 e de 8,5% na comparação com JUN/15.
Alertando para mais um erro gerencial do governo Dilma, segundo a opinião de 6 especialistas do setor, além de gerar uma economia de tarifa muito pequena, o desligamento de 21 usinas térmicas, anunciado na semana passada pela presidenta, deixará os reservatórios do país em nível desnecessariamente baixo (de menos de 30%) e é apoiada na premissa de que a atividade econômica do país seguirá em queda.
Política:
Corrompendo, de forma descarada, os magistrados da mais alta corte do país, ontem Dilma bancou, obviamente com dinheiro publico, um jantar no Palácio da Alvorada que contou com a presença de 5 (Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin) dos 11 ministros do STF e no qual a presidenta defendeu a importância da harmonia entre os Poderes e ressaltou que todos precisam ajudar o país a superar o momento difícil diante da crise institucional.
Após ser elogiado por governistas por ter apresentado um pacote de propostas ao Planalto com sugestões para superar a crise econômica e retomar o crescimento do país, Renan Calheiros, presidente do Senado, fez questão de ressaltar que sua intenção não é ajudar o governo da presidenta Dilma e sim melhorar a situação do país.
Cercada pela crise política e econômica, a presidenta Dilma encampou ontem o pacote de reformas apresentado por líderes do Senado para retomar o crescimento, mas aliados do governo já criticaram vários itens e preveem dificuldades para sua aprovação no Congresso.
Com sacolas de dinheiro sujo e prometendo cargos para quem ajudar, o Ministros da presidenta Dilma se mobilizam para tentar adiar o julgamento das contas do governo federal pelo Tribunal de Contas da União, já que uma eventual rejeição das contas, cenário mais provável hoje, pode abrir espaço para que a oposição e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deflagrem um processo de impeachment contra a petista por crime de responsabilidade fiscal.
Com o objetivo de melar a aproximação de Dilma com Renan Calheiros, presidente do Senado, aliados de Eduardo Cunha, presidente da Câmara, decidiram que passarão a incentivar que os grupos que organizam as manifestações de domingo incluam o referido presidente do Senado como alvo dos protestos, dizendo que ele atua para salvar a presidente num "acordão" que inclui preservá-lo das investigações da Lava Jato.
- Tucanos que integram a CPI do BNDES vão consultar ex-presidentes do banco na era FHC para que ajudem a traçar um plano de ação para as investigações.
- Com potencial de reduzir a base aliada, o PRB da Câmara, que lidera bloco com 38 deputados, começou a discutir o rompimento com Dilma.
- No dia seguinte ao jantar oferecido por Dilma, os Senadores que participaram do evento ressaltaram a sensação de que a presidenta não enxerga a gravidade do momento.
Crítica:
Provavelmente legislando em causa própria e certamente ajudando a legalizar dinheiro sujo de criminosos, está marcada para amanhã a votação do projeto de lei que trata da repatriação de recursos de brasileiros depositados ilegalmente no exterior, que para serem regularizado terão que pagar uma alíquota de 35%.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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