R.B.
"Com unhas e dentes"
São Paulo, 7 de julho de 2015 (TERÇA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando uma recuperação após as quedas recentes, acompanhando a leve melhora das cotações das commodities e a sinalização de que o governo grego estaria disposto a voltar a sentar-se à mesa com os credores internacionais e (2) o DÓLAR pode seguir em alta, rumo aos R$ 3,20, ainda acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana, que deve se intensificar diante dos sinais de melhora da economia dos EUA.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,7%, para fechar o dia no menor patamar desde 31/MAR/15 (aos 52.149pts), acompanhando o mau humor externo em função da Grécia e com destaques de queda para Petrobras (-2,1%) e Vale (-1,7%), prejudicadas respectivamente pelos recuos do petróleo e do minério e (2) o DÓLAR subiu 0,4% à R$ 3,15, em linha com a tendência externa e favorecida ainda por tensões relacionadas ao quadro político interno.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão –2,1%, com destaques de queda para as ações das empresas do setor financeiro, como Sumitomo Mitsui (-3,2%) e Daiwa (-2,2%) e China 2,4%, impulsionada por medidas de estímulo ao mercado acionário anunciadas pelo governo local no final de semana, (2) da EUROPA, Inglaterra –0,8%, França –2,0% e Alemanha –1,5%, pressionadas pela já esperada vitória do "não" no plebiscito da Grécia, o que derrubou principalmente as ações dos bancos, como Intesa Sanpaolo (-6,0%), Monte dei Paschi di Siena (-11,5%), Santander (-2,8%), BCP (-7,0%) e (3) dos EUA, recuperando uma parte das perdas da abertura, S&P –0,4%, DJ –0,3% e NASDAQ –0,3%, acompanhando o recuo das bolsas europeias e prejudicadas pelo recuo nos preços do petróleo (-7,7%), que derrubou as ações de empresas do setor de energia, como National Oilwell Varco (-5,1%) e Transocean (-4,3%).
- Diante do risco real do país ter de deixar a zona do euro, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, quer se aproximar do Brics, o bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Após ir aos EUA fingir que é amiga de Obama, no final desta semana a presidenta Dilma se reunirá com os chefes de Estado do Brics, em Ufá, na Rússia, para lançar oficialmente o Novo Banco de Desenvolvimento, composto por recursos de cada país e com um capital que pode chegar a US$ 100bi.
Concorrendo com aplicações mais rentáveis e menos arriscadas, como LCA e LCI, que também tem isenção de IR, as taxas médias cobradas dos investidores nos fundos DI oferecidos no varejo bancário caíram de 1,39% em 2010 para 1,04% em 2014, patamares ainda bem elevados na comparação com a média mundial.
Cada dia mais pessimista com o futuro do Brasil, o "mercado" elevou, desta vez de 9,00% para 9,04%, suas "apostas" para a inflação medida pelo IPCA em 2015, patamar cada vez mais distante do topo da meta (6,5%), e reduziu, desta vez de –1,49% para –1,50%, suas expectativas para o desempenho do PIB tupiniquim neste ano.
Enfiando "mais uma faca nas costas do trabalhador brasileiro", diante de um cenário de desaceleração da economia e demissões, o governo Dilma, ao invés de reduzir gastos públicos, anunciou, em conluio com os sindicatos e com as maiores industrias do país, um programa que prevê a redução de até 30% da jornada de trabalho, obviamente com redução proporcional de salários dos trabalhadores.
Como fruto da queda da renda da população, do aumento da taxa básica de juros e da oferta de produtos mais atraentes, como títulos públicos, LCA e LCI, em JUN/15, pelo 6º mês seguido, o saldo das poupanças brasileiras ficou negativo, desta vez em R$ -6,3bi, elevando o déficit acumulado no primeiro semestre deste ano para R$ -38,5bi.
Dando novos sinais negativos da economia brasileira, como fruto do "estouro da bolha de consumo" criada por Lula e inflada por Dilma, em JUN/15 o número de postos de trabalho na indústria automotiva caiu pelo vigésimo mês seguido, acumulando no primeiro semestre deste ano uma baixa de -9,6% na comparação com o mesmo período de 2014, acompanhando a produção de veículos no Brasil, que recuou –18,5% na mesma base de comparação.
Com as exportações recuando –14,9% e as importações despencando –31,4%, ambas na comparação com o mesmo período de 2014, na primeira semana de JUL/15 a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 636mi, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
- A Petrobrás caiu –2,1% prejudicada pelo (1) recuo de –7,7% do petróleo e (2) anúncio de que R$ 350mi adicionais por trimestre à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis a título de participações governamentais referentes à produção no Parque das Baleias, na parcela capixaba da Bacia de Campos.
Após discordar da avaliação de Dilma e do PT de que a atitude da oposição, ao falar em impeachment, seja golpista, Carlos Ayres Britto, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou ontem que a situação da presidenta do Brasil "não está boa" em nenhuma das instâncias em que ela é investigada, tanto no Tribunal de Contas da União, que acredita que a petista cometeu irregularidades na prestação de contas do governo em 2014, como no TSE, que indica que houve crime na campanha que a reelegeu.
Atualmente a maior preocupação do Planalto e do PT é que a CPI da Petrobras aproveite a fragilidade do governo para convocar os ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e Edinho Silva, da Secom, que foram citados na delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC.
Crítica:
Como "burrice e incompetência não são crimes", provavelmente a presidenta do Brasil é inocente, entretanto todo líder de verdade só permanece no poder enquanto traz benefícios e é apoiado pela maioria, o que é o oposto do que ocorre atualmente com Dilma, cujo governo tem apenas 9% de aprovação e que, confirmando mais uma vez que é a pior presidente da história do Brasil, afirmou ontem que defenderá seu mandato "com unhas e dentes", ao invés de renunciar.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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