R.B.
"Mais uma facada nas costas dos trabalhadores"
São Paulo, 3 de julho de 2015 (SEXTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, para ampliar a valorização acumulada no ano (6,2%), porem com baixo volume de negócios diante do feriado nos EUA, por conta do Dia da Independência, e da cautela dos investidores antes do referendo na Grécia e (2) o DÓLAR pode subir, recuperando uma parte das perdas acumuladas no pregão anterior e acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,7%, novamente na contramão das bolsas de Wall Street, desta vez com destaques de alta para a Petrobrás (1,0%), que começou a divulgar seu plano de desinvestimentos, e para os bancos Itaú (1,3%) e Bradesco (1,8%) e (2) o DÓLAR caiu –1,5% à R$ 3,09 devolvendo toda a alta registrada na sessão anterior, diante da divulgação de dados piores do que o esperado da economia dos EUA, o que reduz os temores de alta da taxa de juros na maior economia do mundo, e das declarações de Tombini, presidente do BC, indicando que a taxa brasileira de juros deve seguir em alta para levar a inflação ao centro da meta em 2016.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão 1,0%, em alta pelo terceiro pregão seguido, desta vez sustentada pelas compras de investidores estrangeiros e China –3,1%, mesmo diante da divulgação de novas medidas de estímulos para impulsionar o mercado de ações, (2) da EUROPA, devolvendo os ganhos da abertura, Inglaterra –0,3%, França –1,0% e Alemanha –0,7%, seguindo as perdas das bolsas de NY e com os investidores observando cautelosamente a situação da Grécia e (3) dos EUA, com os principais índices acumulando a segunda semana consecutiva de quedas, S&P –0,1%, DJ –0,2% e NASDAQ –0,1%, prejudicadas pela divulgação de dados ligeiramente piores do que o esperado do mercado de trabalho e das encomendas à indústria e com destaques de queda para as ações dos bancos, como JPMorgan Chase (-0,8%) e Goldman Sachs (-0,5%).
Segundo James Galbraith, Professor da Universidade do Texas em Austin, as potências europeias querem derrubar o governo da Grécia, comandada pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, que não aceita implantar mais medidas de austeridade, e substituí-lo por um comando mais complacente.
Com os gregos temendo uma forte piora nas condições de vida do país, que já se encontra em uma situação deplorável, segundo as últimas pesquisas sobre o plebiscito de domingo 44,8% da população do pais diz que vai votar pelo "sim", aceitando a proposta dos credores internacionais, 43,4% afirma que optará pelo "não" e ainda existem 11,8% de indecisos.
Dando novos sinais negativos da economia tupiniquim, (1) em MAI/15 a produção industrial brasileira caiu –8,8% na comparação com MAI/14, (2) registrando a primeira retração da história, em MAI/15 as vendas de smartphones caíram –16,0% na comparação com MAI/14 e (3) em JUN/15 as vendas de veículos novos despencaram -19,4% ante mesmo mês de 2014.
Cientes da crise que afeta todo o Brasil, os 10,5 mil trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo avaliam em plebiscito se, em troca de estabilidade no emprego, aceitam a proposta de redução de -20% da jornada de trabalho com diminuição de -10% de salário por um prazo de 1 ano.
Coberto de razão, ontem o Japão iniciou uma disputa comercial contra o Brasil na Organização Mundial de Comércio contra impostos e encargos que favorecerem ilegalmente produtos brasileiros em relação à competição externa, afetando as vendas de carros, semicondutores, smartphones, software e outros produtos de automação e alta tecnologia.
- A Petrobrás subiu 1,0% e ontem, próximo do fechamento do pregão, empresa anunciou que em AGO/15 vai aumentar em 11% o preço do gás encanado que é vendido às distribuidoras estaduais.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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