R.B. 27/JUL/15 "Retirando cada dia mais direitos dos trabalhadores"


R.B.

"Retirando cada dia mais direitos dos trabalhadores"

 

São Paulo, 27 de julho de 2015 (SEGUNDA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve cair, ampliando as perdas acumuladas no ano (-7,2%), mesmo após fechar o pregão anterior no menor patamar desde 16/MAR/15 (aos 49.245pts), influenciada pela forte queda da bolsa chinesa (-8,5%) e seguindo o recuo das commodities e (2) o DÓLAR pode seguir em alta, mesmo após fechar o pregão anterior no maior patamar em desde 31/MAR/03, acompanhando a esperada piora do "humor" na Bovespa e ainda influenciado pelo aumento das "apostas" de que o Brasil vai perder o grau de investimento.

 

Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –1,1%, para fechar em território negativo pelo sexto pregão consecutivo, com bom volume de negócios (R$ 6,8bi), seguindo as perdas das bolsas de NY e ainda pressionada pela redução, oficializada na última quarta-feira, da meta fiscal do governo para este e para os próximos 2 anos e (2) o DÓLAR 1,8% à R$ 3,35, em alta pelo 3º dia seguido, com os investidores cada dia mais preocupados com a possibilidade de o Brasil, em função das dificuldades na área fiscal, perder o grau de investimento concedido pelas agências de classificação.

 

Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão -0,7%, acumulando perdas pela terceira semana consecutiva, desta vez com destaque negativo para as ações da Chugai Pharmaceutical (-1,3%), apesar de ter divulgado forte resultado operacional no primeiro semestre e China –1,3%, prejudicada pela divulgação do índice de gerentes de compras do setor industrial do país, que recuou de 49,4pts em JUN/15 para 48,2pts na prévia de JUL/15, atingindo assim o menor nível em 15 meses, (2) da EUROPA, em queda pelo quarto dia consecutivo, Inglaterra –1,1%, França –0,6% e Alemanha –1,4%, novamente com destaques negativos para as ações das mineradoras, como Antofagasta (-6,3%) e BHP Billiton (-3,8%), e desta vez também pressionadas pela divulgação de dados fracos da indústria da zona do euro e (3) dos EUA, S&P –1,1%, DJ –0,9% e NASDAQ –1,1%, prejudicadas pela baixa dos preços das commodities, que aumenta os temores de uma desaceleração econômica global mais ampla, especificamente na China, e com destaques de queda para as ações do setor de biotecnologia, em reação ao péssimo informe de resultados da Biogen (-19,2%) no segundo trimestre.

 

Segundo o economista Otaviano Canuto, diretor-executivo do FMI por indicação do Brasil, a decisão do governo Dilma de reduzir a meta do superávit primário (1) foi "sensata e pragmática", diante da forte desaceleração econômica do país, que por sua vez vem afetando negativamente a arrecadação e (2) não é motivo para o país perder o grau de investimento.

 

A dívida publica brasileira fechou 2014 em 58,9% do PIB e, na contramão do estimado pelo governo, economistas do mercado, cujos salários são pagos pela iniciativa privada, "apostam" que, diante do fraco desempenho da atividade econômica e do engessamento dos gastos públicos, ela deve chegar a um patamar próximo a 70% do PIB até o final de 2018.

 

Sem se preocupar com o aumento da inadimplência, que obviamente afetará os resultados das referidas estatais, por determinação do governo o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal ampliaram as linhas de crédito imobiliário para trabalhadores que tenham cotas no FGTS e queiram comprar a casa própria.

 

Diante dos estímulos do governo ao consumo irresponsável e da enorme falta de educação financeira dos brasileiros, o spread bancário, que é a diferença entre os juros que os bancos pagam para captar dinheiro e o que cobram para emprestá-lo, atingiu em MAI/15 29,9% nas linhas de crédito livre, que excluem financiamento de imóveis e rural, o que representa o maior patamar desde JAN/09 (30,5%).

 

Dando mais um sinal negativo da economia brasileira, em JUL/15 a confiança do consumidor tupiniquim, prejudicada pelo aumento da inflação e do desemprego e pela retração da economia e da renda, recuou -2,3% na comparação com JUN/15 e atingiu 82pts, o que representa o menor nível da série histórica iniciada em 2005.

 

-    Para pagar as contas de um governo ineficiente e caro, que sustenta os luxos e os caprichos de sua presidenta e de seus 39 ministérios, o Fundo Soberano do país vendeu, à preço de liquidação, o equivalente a R$ 134mi em ações do Banco do Brasil.

-    Organizados para acompanhar índices de ações e títulos, os ETFs tiveram uma disparada de popularidade nos últimos anos e, pela primeira vez na história, já ultrapassaram o patrimônio dos fundos de hedge no mundo.

 

-    A Petrobrás caiu –1,3% e, após o fechamento do pregão o conselho de administração da empresa descartou, neste momento, reajustes na gasolina e/ou no diesel.


Política:
 
Sem medo de panelaço, a presidenta Dilma, às custas de dinheiro publico, decidiu gravar para o programa do PT que será exibido em rede nacional no próximo dia 6/AGO/15, que também terá a participação do ex-presidente Lula e cujo mote será a defesa do PT e do governo, com o argumento de que a situação está ruim, mas ainda é melhor que antes dos 13 anos de administrações petistas no governo federal.
 
Comprovando mais uma vez que no Brasil as raposas tomam conta do galinheiro, o peemedebista Vital do Rêgo, que atualmente é ministro do Tribunal de Contas da União e que está analisando as "pedaladas" do governo Dilma, foi acusado por Rennan Trajano Farias, ex-tesoureiro da Prefeitura de Campina Grande, de receber propina de uma empreiteira que não executou os serviços.
 
"Retirando cada dia mais direitos dos trabalhadores", o que é no mínimo peculiar em um governo do PT, um grupo de cerca de 15 entidades de varejo e serviços discute com o governo Dilma a criação de uma jornada móvel, na qual os horários de trabalho atenderiam à flutuação de clientes, permitindo inclusive que aposentados e estudantes possam trabalhar apenas 2 vezes por semana e segundo a demanda do estabelecimento.

 

A presença de 13 senadores e 22 deputados na lista de investigados pela Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato e as buscas da Polícia Federal nas casas de 4 desses congressistas, entre eles o ex-presidente Fernando Collor, não foram suficientes para tirar da letargia os conselhos de ética da Câmara e do Senado, que são responsáveis por fiscalizar o decoro parlamentar e recomendar penas disciplinares e que até agora não fizeram nenhuma reunião nesta legislatura.


Crítica:
 
Como se as datilógrafas protestassem contra o computador, ou como se os fabricantes de carruagem reclamassem da indústria automobilística, o taxistas enfurecidos querem que o governo faça algo para impedir o uso do aplicativo Uber, já que consideram a concorrência desleal.

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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