R.B. 24/JUL/15 "O medo de perder o emprego subiu a rampa do Palácio do Planalto"


R.B.

"O medo de perder o emprego subiu a rampa do Palácio do Planalto"

 

São Paulo, 24 de julho de 2015 (SEXTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, acompanhando a valorização das principais bolsas mundiais e em um movimento de "caça de barganhas" após 5 pregões consecutivos de queda, porem deve-se ressaltar que as péssimas condições e perspectivas para a economia brasileira desestimulam compras mais consistentes e (2) o DÓLAR pode cair, também em um "ajuste técnico" após fechar o pregão anterior no maior patamar em mais de 4 meses.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –2,2%, com bom volume de negócios (R$ 7,3bi), para fechar o dia abaixo dos 50.000pts (aos 49.806pts) e assim voltar a acumular perdas em 2015 (-0,4%), o que não ocorria desde meados de MAR/15, prejudicada (a) pela confirmação da redução drástica da meta fiscal de 2015, (b) perda de força do ministro Joaquim Levy e (c) pela redução da "nota" do Brasil pela agencia de classificação de risco Austin e (2) o DÓLAR subiu 2,0% à R$ 3,29, para fechar o dia no maior patamar desde 19/MAR/15, influenciado pelos mesmos motivos que derrubaram a Bolsa brasileira.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,4%, retomando sua trajetória de alta após a realização de lucros do pregão anterior, desta vez impulsionada pelas ações do setor varejista, diante do anúncio de aumento no fluxo de turistas para o país e China 2,4%, beneficiada por recursos apoiados por Pequim e por compras de grandes acionistas, (2) da EUROPA, após um pregão volátil, Inglaterra –0,2%, França –0,1% e Alemanha –0,1%, prejudicadas pelo recuo das commodities e também influenciadas pelo noticiário corporativo ruim, como o da empresa Aberdeen Asset Management, que caiu -7,61% depois de reportar um recuo de -7% nos ativos sob sua gestão no segundo trimestre de 2015, à medida que os investidores reduziram a sua exposição a papéis na Ásia e em mercados emergentes e (3) dos EUA, em queda pela 3ª sessão consecutiva, S&P –0,6%, DJ –0,7% e NASDAQ –0,5%, em um movimento de crescimento da aversão ao risco, que fez os investidores venderam ações, principalmente dos setores de energia e das mineradoras, e buscarem a segurança dos títulos do Tesouro do país.

 

Tentando afastar a crise do seu país, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, conteve uma nova rebelião em seu partido, o Syriza, e aprovou na madrugada de quinta-feira um segundo pacote de reformas exigidas para o início das conversas sobre o acordo de resgate financeiro de até 86bi de euros.

 

Fazendo o que já deveria ter feito, ontem agência de classificação de risco Austin Rating anunciou que rebaixou sua "nota" para o Brasil o primeiro nível abaixo do grau de investimento, ressaltando, com toda a razão, (1) a acentuada e contínua piora dos resultados das contas públicas, (2) o baixo nível de superávit primário, (3) o avanço do endividamento público, (4) o fraco desempenho da economia, (5) o baixo nível de confiança de consumidores e empresários, (6) a falta de capacidade gerencial do governo, (7) a redução dos níveis de investimentos, (8) a queda do emprego.

 

Provavelmente seguindo a Austin Rating, ontem a Fitch anunciou que irá reavaliar cenário do Brasil após novas metas fiscais e Moody's segue analisado os dados da economia tupiniquim para, se quiser manter alguma credibilidade, também rebaixar a sua "nota" para o país.

 

Justificando a redução da meta diante do cenário de forte retração das receitas e tentando mostrar otimismo, ontem Joaquim Levy, ministro da Fazenda, afirmou que ainda é possível evitar o esperado rebaixamento da nota de risco do Brasil, já que segundo ele a beleza da economia brasileira é a sua capacidade de reagir rapidamente.

 

Dando sequencia ao já tradicional "fogo amigo", a condução da política econômica do ministro Joaquim Levy, ministro da Fazenda, foi alvo de duras críticas durante reunião entre o presidente do PT, Rui Falcão, e ministros e ex-ministros do partido, que avaliam que (1) "do jeito que está" é "impossível" recuperar a popularidade da presidenta Dilma e (2) que a atual política econômica está acabando com o governo, prejudicado os programas sociais, principal bandeira do governo petista.

 

Apresentando novos sinais negativos da economia brasileira, (1) com mais procura por emprego e demissões crescentes, a taxa de desemprego nas 6 principais regiões metropolitanas do país subiu pelo sexto mês seguido, desta vez de 4,8% em JUN/14 para 6,9% em JUN/15, o que representa o maior patamar desde JUL/10, (2) o número de ações judiciais por falta de pagamento do condomínio na capital paulista cresceu 31,4% no primeiro semestre ante o mesmo período de 2014 e (3) segundo uma pesquisa da Pew Research Center, 87% dos brasileiros dizem que a economia anda mal.

 

-    Diante da deterioração do mercado de trabalho, o governo Dilma elevou em 57%, de R$ -72,8bi para R$ -88,9bi, sua projeção para o déficit da Previdência este ano, o que corresponde a 1,5% do PIB e representa o maior patamar em 8 anos.


Política:
 
Mostrando que "o medo de perder o emprego subiu a rampa do Palácio do Planalto", a presidenta Dilma expressou apoio à iniciativa do ex-presidente Lula de buscar aproximação com FHC, indicando inclusive que está disposta a participar de uma conversa com o ex-presidente tucano.

 

Com sua popularidade no "volume morto" e diante da convocação de uma nova manifestação popular contra seu governo programada para o dia 16/AGO/15, a presidenta Dilma, podendo complicar ainda mais sua situação, vai tentar mudar a estratégia de comunicação, investindo, obviamente com dinheiro publico, em propagandas na internet e aparecendo em programas de TV.

 

Ignorando solenemente e tranquilamente a Constituição, algo que é bastante comum entre os "nobres" parlamentares, o Congresso Nacional decretou recesso nas 2 últimas semanas de JUL/15, porem a legislação só permite a paralisação das atividades no meio do ano após a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, mas mesmo assim os presidentes da Câmara e do Senado suspenderam os trabalhos sem colocar a lei em votação.

 

Os investigadores da Lava Jato se preparam para denunciar em AGO/15 a primeira leva de políticos acusados no esquema de corrupção da Petrobras e os 2 primeiros alvos são, (1) o do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e (2) o do senador Fernando Collor de Mello.

 

A CPI dos Crimes Cibernéticos, proposta pelo PT, vai se tornar um tiro no pé do governo e do partido, já que Eduardo Cunha nomeará a tucana Mariana Carvalho para a cúpula da comissão e o foco das investigações será a chamada guerrilha petista na internet, inclusive quebrando o sigilo bancário do autor da personagem Dilma Bolada e vasculhando ações contra Aécio Neves na campanha de 2014.

 

-    Ontem, 1 dia após bater palmas para a presidenta Dilma em Piracicaba, Alckmin, o governador tucano de SP, foi vaiado ao furar a fila de autógrafos durante o lançamento do livro do surfista Gabriel Medina.


Crítica:

 

Critico ferrenho do atual governo brasileiro, o prestigiado jornal britânico "Financial Times" afirma, em editorial, que incompetência, arrogância e corrupção destruíram a "poção mágica do Brasil", e que a situação no país foi agravada pelo escândalo de corrupção na Petrobras e pela baixa aprovação e pela falta de confiança na capacidade da presidenta Dilma.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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