R.B.
"Tentando tapar o sol com uma peneira"
São Paulo, 20 de julho de 2015 (SEGUNDA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, ainda afetada negativamente pelo aumento da tensão política do Brasil e também prejudicada pelo recuo dos preços das commodities no exterior e (2) o DÓLAR pode seguir em alta, com "boas chances" de fechar o dia acima dos R$ 3,20, mais uma vez influenciado pelos mesmos motivos que devem derrubar a bolsa brasileira e ainda seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana.
Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –1,4%, deixando de lado o cenário internacional, com baixo volume de negócios (R$ 4,7bi) e reagindo negativamente ao aumento da tensão política no Brasil e à forte queda das ações da Petrobrás (-4,4%) e (2) o DÓLAR subiu 1,2% à R$ 3,19, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e também pressionado pelos mesmos motivos que derrubaram a bolsa brasileira.
Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,3%, encerrando em alta sua melhor semana desde OUT/14, desta vez com as exportadoras, como a Sony (1,1%), beneficiadas pela forte alta do dólar frente a moeda local (o iene) e China 3,5%, em meio a preocupações menores em relação a um possível aperto na liquidez, (2) da EUROPA, realizando lucros recentes, Inglaterra –0,3%, França –0,1% e Alemanha –0,4%, com os investidores analisando os resultados dos acordos na Grécia e os resultados corporativos ruins, como o da Volvo (-6,3%) e (3) dos EUA, sem uma tendência única, S&P –0,1% e DJ –0,2%, pressionadas pelas ações das empresas do setor de energia, porem NASDAQ 0,9%, em nível recorde pelo segundo dia consecutivo, desta vez impulsionada pelas ações do Google, que disparou 16,1% após divulgar resultados bem acima do esperado.
Com o objetivo de resgatar o mercado de ações do país, que tem atraído cada dia mais investidores, os maiores bancos estatais chineses emprestaram total combinado de US$ 209bi à agência nacional de financiamento de margens nas últimas semanas, o que gera dúvidas sobre a sustentabilidade da recente recuperação nas ações caso o apoio do governo seja retirado.
Adiantando um debate que só deveria acontecer em décadas, François Hollande, presidente da França, propôs ontem a criação de um governo único da zona do euro, que seria eleito pelos eleitores dos 19 Estados-membro, e pediu que os cidadãos renovem sua fé no projeto europeu, atualmente enfraquecido pela crise grega.
"Tentando tapar o sol com uma peneira", Joaquim Levy, ministro da Fazenda, afirmou na sexta-feira que o rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com o governo federal não atrapalha o ajuste fiscal, que por sua vez precisa ser votado com urgência no Congresso Nacional.
Preocupado com a intenção de cada vez mais membros do governo Dilma de reduzir a meta de superávit primário, atualmente em 1,1% do PIB, Joaquim Levy, ministro da Fazenda, ressaltou durante o final de semana que reduzir a meta fiscal é uma "ilusão" e pode até levar a um aprofundamento do arrocho.
Buscando e estimular o consumo, porem sem se preocupar em aumentar ainda mais a inadimplência diante de um cenário de juros e desemprego em alta crescente, o governo Dilma elevou de 30% para 35% o limite de comprometimento de renda para o crédito consignado.
Dando um importante e preocupante sinal negativo da economia brasileira, segundo dados oficiais do Ministério do Trabalho, em JUN/15 o Brasil fechou 111.199 vagas formais de emprego, o que superou as expectativas negativas do "mercado" (-97.000) e representa o pior resultado para o mês deste o início desta série histórica, que ocorreu em 1992.
Apresentando mais motivos para Moody's rebaixar sua "nota" para o Brasil, segundo o BC brasileiro o Índice de Atividade do mês de MAI/15, que é uma espécie de estimativa para o PIB oficial, ficou em 0,03%, patamar que, apesar de positivo, ficou bem abaixo da mediana das projeções, que estavam em 0,10%.
Existem 3 coisas a aproximam o ex-presidente Lula, o senador Collor e deputado Federal Eduardo Cunha, (1) não existe o certo e o errado para eles, existe o que lhes convém, (2) eles amam o poder acima de tudo, da família, dos amigos e dos companheiros e (3) todos eles reclamam da Justiça como se fossem perseguidos por ela.
Segundo os peemedebistas que querem manter boas relações com o Palácio o Planalto, obviamente para continuar "mamando nas tetas do governo", a decisão tomada por Eduardo Cunha, presidente da Câmara, de ir para a oposição pode fazer ele perder o protagonismo que conquistou dentro do PMDB desde que foi eleito à presidência da Casa Legislativa.
Atualmente alvo de uma investigação criminal do Ministério Público Federal por tráfico de influência, o ex-presidente Lula teria atuado em favor da construtora Odebrecht junto ao primeiro-ministro de Portugal Pedro Passos Coelho, para que o governo português desse atenção a interesses da empreiteira no país.
Finalmente saindo da toca, Marina Silva, terceira candidata mais votada na última eleição presidencial, defendeu em artigo que políticos que forem formalmente denunciados pela Procuradoria-Geral da República se afastem dos cargos, ressaltando que o perigo é que eles usem seus poderes para interferir nas investigações.
- Sem perder tempo, Eduardo Cunha, presidente da Câmara e agora desafeto publico da presidenta Dilma, já avisou que vai pautar para o primeiro dia de votações após o recesso, em 4/AGO/15, o projeto que dobra a correção do FGTS.
- Dilma determinou que seus auxiliares passem a dar "atenção permanente" ao Tribunal de Contas da União para evitar novas derrotas e até reverter o clima no plenário da corte sobre o julgamento de suas contas do ano passado.
- Aliados do tucano Aécio Neves querem aproveitar as acusações de corrupção contra Eduardo Cunha, presidente da Câmara, para minar a aproximação de outros tucanos com o PMDB.
"Rasgando dinheiro publico" para tentar aumentar a popularidade da presidenta Dilma, o Planalto abriu licitação para a montagem da estrutura do desfile de 7 de setembro, em Brasília, cujo custo estimado para as arquibancadas, tribunas de autoridades e grades de segurança é de R$ 2,1mi.
Obviamente para aumentar a arrecadação da indústria das multas, a prefeitura de SP determinou que a redução dos limites de velocidade nas marginais, que a pista expressa cairá de 90 km/h para 70 km/h, na central de 70 km/h para 60 km/h e na pista local de 70 km/h para 50 km/h.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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