R.B.
"Tem dificuldade em conviver com a democracia"
São Paulo, 2 de junho de 2015 (TERÇA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, contrariando a tendência das principais bolsas mundiais, ainda em um movimento de recuperação das perdas recentes, desta vez impulsionada pela esperada valorização das ações da Petrobrás, que ontem fechou uma captação externa com demanda 5 vezes maior que a oferta e (2) o DÓLAR pode voltar a cair, acompanhando a desvalorização da moeda norte-americana no exterior e também influenciado pela expectativa de aumento do fluxo positivo de recursos externos oriundo de exportações e captações.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,5%, tentando iniciar um movimento de recuperação das perdas acumuladas no mês passado (-6,2%), acompanhando a forte alta registrada na bolsa chinesa (4,7%) e a valorização das commodities e (2) o DÓLAR caiu –0,4% à R$ 3,17, realizando lucros após fechar o pregão anterior no maior patamar desde 31/MAR/15, influenciado pela melhora do "humor" na Bovespa e pela expectativa pela entrada de recursos no país por causa de uma emissão externa de bônus pela Petrobras, o que amenizou a cautela com o menor ritmo de vendas do BC.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,1%, em alta pela 12ª sessão seguida e China 4,7%, animada com o desempenho melhor que o esperado da indústria do país, (2) da EUROPA, com poucos negócios e sem uma tendência única, Inglaterra –0,4%, França 0,3% e Alemanha 0,2%, diante da cautela dos investidores com os desdobramentos das negociações da Grécia com seus credores e com destaques para as ações da farmacêutica Roche (1,3%), que apresentou atualizações positivas sobre drogas contra o câncer e (3) dos EUA, S&P 0,2%, DJ 0,2% e NASDAQ 0,2%, beneficiadas pela divulgação de dados de fabricação melhores do que o previsto, ofuscado os indicadores que mostraram os gastos dos consumidores estagnados.
Indicando que a crise no Brasil será "longa e dolorosa", Nelson Barboza, ministro do Planejamento, afirmou ontem que o esforço fiscal do governo, com aumento de impostos e cortes no orçamento, demorará pelo menos 2 anos e permitirá que a União, os Estados e os municípios economizem 1,1% do PIB para o pagamento dos juros da dívida, o chamado superávit primário.
Cada dia mais pessimista o "mercado", que espera que a Selic termine o ano em 14%, elevou, de 8,37% para 8,39% suas expectativas para a inflação medida pelo IPCA em 2015 e reduziu, de –1,24% para –1,27%, suas "apostas" para o desempenho do PIB brasileiro em 2015.
Dando mais um sinal negativo da economia brasileira, que neste caso também é causado pelos preços abusivos praticados no país, nos 5 primeiros meses deste ano as vendas do setor de distribuição de autos e veículos comerciais leves apresentaram um retração de –20,2% na comparação com o mesmo período de 2014, com destaque negativo para o mês de MAI/15, quando a queda foi de –26,2% na comparação com MAI/14.
Influenciado pela retração da economia, pelo aumento do desemprego e pela queda da renda, o IPC de São Paulo encerrou MAI/15 apresentando uma inflação de 0,62%, patamar bem inferior ao auferido em ABR/15 (1,10%) e ligeiramente abaixo do esperado pelo "mercado" (0,65%).
Muito mais por conta da forte queda nas importações (-26,6% na comparação com o mesmo período de 2014), que é causada pela retração da economia brasileira, do que pelo bom desempenho das exportações (-15,2% na comparação com o mesmo período de 2014), em MAI/15 a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 2,8bi, o que representa o melhor resultado mensal dos últimos 3 anos.
Beneficiadas pela alta do dólar e mais uma vez revelando a vocação do país, em MAI/15 as exportações brasileiras de soja atingiram volume recorde de 9,34 milhões de toneladas, superando a melhor marca mensal anterior registrada em abril de 2014, de 8,25 milhões de toneladas.
- A Qualicorp subiu 13,2%, recuperando parte das perdas de sexta-feira, quando havia caído quase -20%, após a empresa negar que foi alvo da Operação Acrônimo da Polícia Federal.
- A Petrobrás subiu 0,3% e, após o fechamento do pregão, a empresa anunciou que fez uma captação de US$ 2,5bi no exterior, com vencimento de 100 anos e juros de 8,45% ao ano, cuja demanda superou em 5 vezes o volume emitido.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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