R.B.
"Refém do poder"
São Paulo, 1 de junho de 2015 (SEGUNDA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando iniciar um movimento de recuperação das perdas acumuladas no mês passado (-6,2%), acompanhando a forte alta registrada na bolsa chinesa (4,7%) e (2) o DÓLAR pode cair, realizando lucros após fechar o pregão anterior no maior patamar desde 31/MAR/15, influenciado pela esperada melhora do "humor" na Bovespa.
Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –2,2%, com bom volume de negócios (R$ 9,9bi), acompanhando as perdas das principais bolsas mundiais, influenciada negativamente pelo crescente pessimismo dos investidores com o futuro da economia brasileira e com destaques negativos para as ações dos bancos, como Itaú (-2,5%), Bradesco (-2,7%) e Banco do Brasil (-2,8%) e (2) o DÓLAR subiu 0,8% à R$ 3,19, para fechar o mês acumulando uma alta de 7,8%, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e a piora do "humor" na bolsa brasileira.
Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,1%, em alta pela 11ª sessão seguida, o que representa a maior série ininterrupta desde FEV/88, com destaque positivo para as exportadoras, diante da valorização do dólar frente a moeda local (o iene) e China –0,2%, diante de um sentimento de cautela antes do lançamento de ofertas públicas iniciais de algumas empresas chinesas, (2) da EUROPA, Inglaterra –0,8%, França –2,5% e Alemanha –2,3%, com os investidores fechando a semana e o mês ainda sem saber se a Grécia conseguirá chegar a um acordo com seus credores antes do vencimento de dívidas do país em JUN/15 e (3) dos EUA, S&P –0,6%, DJ –0,6% e NASDAQ –0,6%, acompanhando as perdas das bolsas europeias e prejudicadas pela divulgação de indicadores fracos da economia norte-americana, como o PIB do primeiro trimestre que foi revisado para uma contração de -0,7%.
Mostrando como é difícil as empresas brasileiras competirem globalmente, segundo um estudo divulgado neste final de semana, são necessários 4 trabalhadores para atingir a mesma produtividade de 1 trabalhador norte-americano e os principais motivos, pela ordem, são (1) o baixo nível educacional no Brasil, (2) a falta de qualificação da mão de obra, (3) os gargalos na infraestrutura e (4) os poucos investimentos em inovação e tecnologia no país.
Apresentando um resultado ruim, porem ligeiramente melhor que o esperado (-0,6%), nos 3 primeiros meses deste ano o PIB brasileiro recuou –0,2% frente aos últimos três meses de 2014, o que representa o pior resultado desde o segundo trimestre do ano passado e foi causado principalmente pela retração no setor de serviços (-0,7%).
Confirmando que os empresários estão pouco confiantes sobre o futuro da economia tupiniquim, os investimentos recuaram -1,3% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o quarto trimestre de 2014, o que representa o sétimo trimestre consecutivo de queda.
Com o governo Dilma aumentando gastos e cortando investimentos e com a economia em retração, o superávit do setor público para o pagamento de juros da dívida caiu 24% nos primeiros quatro meses do ano na comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo apenas 0,76% do PIB nos últimos 12 meses, patamar bastante distante da meta para este ano (1,1% do PIB) e o menor da série histórica iniciada em NOV/02.
Conforme já era de se esperar, diante da queda da renda e do aumento do desemprego, os atrasos acima de 90 dias, período a partir do qual o cliente é considerado inadimplente pelo sistema bancário, subiram de 17,5% em ABR/14 para 21,8% em MAR/15 nos financiamentos concedidos na faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida, que é destinado às famílias com renda mensal de até R$ 1.600.
Com o consumidor brasileiro "pagando mais para levar menos", segundo um levantamento da consultoria Kantar Worldpanel, na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período de 2014 as famílias reduziram em -8% o volume de compras de bens não duráveis, como alimentos, bebidas, produtos de higiene, beleza e limpeza, porem mesmo assim a compra mais modesta do início deste ano custou 1% a mais do que a de 1 ano atrás.
- Aprendendo a comprar na baixa, a participação dos investidores pessoa física na bolsa de valores brasileira subiu de 11,2% em DEZ/14, quando atingiu o menor patamar desde 1998, para 15,6% em MAI/15.
- A Petrobrás caiu –2,7%, porem durante o final de semana surgiram "rumores" de que, para reforçar seu caixa em cerca de US$ 8bi, a empresa pretende colocar à venda os campos de petróleo que possui no golfo do México e nos EUA.
- Com os tucanos cada vez mais desunidos, aliados de Alckmin dizem que a turbulência na eleição para a presidência do diretório paulistano do PSDB deve reforçar a necessidade de que o diretório estadual continue com um nome próximo do governador.
- O acordo que levou PDT e PR para a gestão do prefeito petista Haddad, de SP, foi selado com reunião no Instituto Lula e patrocinado pelo ex-presidente.
- Por divergências de quem comandaria os diretórios estaduais, principalmente o de SP, após meses de conversa, dirigentes de PTB e DEM decidiram suspender as negociações para uma fusão das siglas.
Como a matéria tem a oposição do PT e o apoio de mais de 80% da opinião publica, Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, afirmou ontem que vai colocar em votação até o fim de JUN/15 a Proposta de Emenda à Constituição que diminui de 18 para 16 anos a maioridade penal no país.
Além de processo contra Renan Calheiros, o peemedebista que é presidente do Senado e que trabalhou contra sua nomeação, o ministro Edson Fachin também vai "herdar" a relatoria do inquérito 2.474, que apura as origens do dinheiro do mensalão, que segundo investigação de 2011 da Polícia Federal foi o Banco do Brasil.
Ineficiente, caro e totalmente nas mãos do governo, o Supremo Tribunal Federal vai esticar o feriadão para esta semana toda, já que não haverá nenhuma sessão plenária e o presidente, ministro Ricardo Lewandowski, viajou para a Rússia, onde assina acordos de cooperação.
Intimamente ligado ao PT, o empresário do ramo de serviços gráficos e organização eventos Benedito Rodrigues, que manteve R$ 525 milhões em contratos com órgãos do governo federal de 2005 a 2014, foi preso na sexta-feira passada pela Polícia Federal de Brasília sob suspeita de crime de associação criminosa.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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