R.B. 29/MAI/15 "Se alguma coisa mudar será para pior e para beneficiar alguém ou algum partido"


R.B.

"Se alguma coisa mudar será para pior e para beneficiar alguém ou algum partido"

 

São Paulo, 29 de maio de 2015 (SEXTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, acompanhando as perdas das principais bolsas mundiais e também influenciada negativamente pela divulgação do PIB brasileiro no primeiro trimestre, porem deve-se ressaltar que o patamar é interessante para investimentos de logo prazo, já que a bolsa anda na frente dos ciclos econômicos e (2) o DÓLAR pode voltar a subir, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e a piora do "humor" na bolsa brasileira.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,5%, acompanhando as perdas nas principais bolsas mundiais, com baixo volume de negócios (R$ 5,4bi), influenciada negativamente pelo recuo das commodities e prejudicada pelo aumento dos temores de que o governo brasileiro não conseguirá cumprir a meta de superávit de 1,1% do PIB em 2015 e (2) o DÓLAR subiu 0,3% à R$ 3,16, para fechar o dia no seu maior nível em 2 meses, acompanhando a escalada global da divisa norte-americana em meio a expectativas de que os juros nos EUA começarão a subir ainda neste ano e preocupações com os problemas envolvendo a dívida da Grécia.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, realizando lucros recentes, Japão –0,4% e China –6,5%, com a bolsa chinesa amargando a maior queda diária desde 19/JAN/15, diante do anúncio de que o governo local vendeu sua participação acionária em bancos, (2) da EUROPA, também realizando lucros recentes, Inglaterra –0,1%, França –0,9% e Alemanha –0,8%, com os investidores mais uma vez preocupados com os rumos da negociações entre a Grécia e seus credores e também desanimados pelo anúncio de que o PIB do Reino Unido avançou menos do que o esperado no primeiro trimestre de 2015 e (3) dos EUA, S&P –0,1%, DJ –0,2% e NASDAQ –0,2%, acompanhando as perdas das bolsas da Europa e também influenciadas pela divulgação de dados melhores do que o esperado do mercado de trabalho e das vendas de imóveis do país, o que por sua vez podem antecipar uma alta dos juros pelo FED ("BC" local).

 

Preocupado com a queda na atividade econômica, que será confirmada hoje durante a divulgação do PIB do primeiro trimestre, e com o forte crescimento do desemprego na construção, que aliás é o setor que mais emprega no país, o governo Dilma anunciou ontem novas medidas, como a redução do compulsório sobre a poupança, para incentivar o crédito imobiliário e rural, cujas expectativas são direcionar R$ 22,5bi para a habitação e R$ 2,5bi para o setor agropecuário.

 

Fazendo os investidores se perguntarem quando vamos começar a ver os resultados das medidas de ajuste fiscal implementadas pelo governo Dilma, em ABR/15 o país economizou R$ 10,1 bilhões para o pagamento de juros da dívida publica, o que foi o melhor resultado do ano, mas 39% inferior ao saldo do mesmo mês de 2014, ano em que as contas públicas registraram um déficit inédito.

 

Dando novos sinais negativos da economia brasileira, (1) em ABR/15 a inadimplência entre companhias brasileiras cresceu 12,1% na comparação com o mesmo período do ano passado, puxada pelo atual quadro recessivo da economia e pela alta dos juros e (2) amargando uma queda de –17% nas vendas de automóveis no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2014, a General Motors anunciou ontem que prepara um pacote de demissões, férias coletivas e lay offs que devem parar completamente a fábrica de São Caetano do Sul no mês de JUN/15.

 

Mostrando pela enésima vez como é um péssimo negócio o Brasil fechar acordos comerciais apenas com paisecos como a Argentina, os fabricantes brasileiras de autopeças, até pouco tempo dominantes no mercado argentino, vêm perdendo espaço nos últimos quatro anos para a concorrência asiática, que nos últimos 4 anos quase dobraram sua presença no país do Maradona.

 

Diante de uma combinação de queda do consumo no país e de câmbio mais favorável às exportações, nos 4 primeiros meses deste ano as empresas do segmento de madeira processada, ganhando espaço no mercado externo, ampliaram em cerca de 20% o volume embarcado na comparação com o mesmo período de 2014, com destaque positivo para as vendas aos EUA e a parte da Europa.

 

Com o objetivo de ampliar a participação em um negócio que movimenta no Brasil R$ 1,5bi por ano e que tem como principal foco o deslocamento de plataformas de petróleo e a atracação de navios nos portos, a multinacional de navios rebocadores Svitzer, que pertence ao grupo dinamarquês Maersk, comprou a empresa brasileira Transmar por um valor que não foi revelado.

 

Comandada por Miriam Belchior, uma discípula de Dilma, que assim como sua mentora é péssima na parte técnica e questionável na parte ideológica, a Caixa Econômica Federal, por conta de exigências do BC e da auditoria Ernst Young em relação à classificação de risco dos empréstimos do banco, anunciou ontem que terá que atrasar a divulgação do seu balanço do primeiro trimestre em mais de 15 dias.

 

-    A Vale caiu -2,2%, acompanhando o declínio do preço do minério de ferro no mercado à vista na China, cuja bolsa aliás recuou –6,5% no dia anterior.

-    A Petrobras subiu 1,0%, após a empresa anunciar que devolveu o bloco BM-S-21 para a União e diante de "rumores" de que empresa pode fazer oferta pública da BR Distribuidora no segundo semestre.


Política:
 
Concluindo a votação das medidas provisórias que compõem o ajuste fiscal de Joaquim Levy, ontem o Senado aprovou, em votação simbólica, a medida provisória 668, que eleva a taxação sobre produtos importados, com a qual o governo conta para arrecadar R$ 700mi neste ano e R$ 1,2bi em 2016.
 
Sem medo de comprar briga com Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, a presidenta Dilma já "avisou" que vetará a possibilidade da Câmara construir, por meio de parceria público-privada, um novo prédio, estimado em aproximadamente R$ 1bi, para abrigar lojas e escritórios que vem sendo apelidado de "parlacenter".
 
-    Certamente preocupando muito político de Brasília, o inquérito aberto pela Polícia Federal sobre evasão de divisas dos brasileiros envolvidos no esquema de corrupção da Fifa não ficará restrito aos alvos identificados pelas autoridades norte-americanas.

-    Mostrando mais uma vez sua falta de força politica, o senador tucano Aécio Neves disse a aliados que evitou impor sua posição à bancada da Câmara na discussão da reforma política para poupar capital para conduzir a sucessão no diretório nacional do PSDB.

-    Finalmente "caindo na real", o Planalto agora projeta que a queda íngreme do nível de emprego se estenderá por um bom tempo, aumentando a deterioração da imagem da presidenta Dilma e do ambiente político.

 

Se lixando para a situação deplorável das contas publicas brasileiras, (1) Ricardo Lewandowski aproveitou encontro com Dilma no Planalto para pedir apoio ao reajuste dos servidores do Judiciário, já que segundo o referido presidente do STF a suposta defasagem salarial pode gerar situações graves e paralisações, que afetarão a máquina pública e (2) deputados paulistas desengavetaram uma PEC que eleva de R$ 25,3 mil para R$ 30,5 mil o teto dos salários dos servidores da Assembleia.


Crítica:
 
Cerca de 15 anos atrás o então prestigiado professor José Eduardo Cardozo dizia que só seria possível uma reforma política séria com uma Assembleia constituída para este fim, obviamente hoje em dia o nosso criticado ministro da Justiça deve ter uma opinião diferente sobre o assunto, o que confirma que é quase impossível os políticos profissionais do nosso atual Congresso Nacional fazerem uma reforma política que melhore o que temos atualmente e que certamente "se alguma coisa mudar será para pior e para beneficiar alguém ou algum partido".
 
Deveríamos ter eleições todos os anos e mandatos de 3 anos, com apenas 1 possibilidade de reeleição, inclusive para os cargos legislativos, n o primeiro ano eleições para prefeito e vereador, no segundo ano governador e deputado estadual e no terceiro ano presidente, deputado federal e senador.

 

A limitação em 1 reeleição nos cargos legislativos acabaria com o político profissional, esta mudança deveria vir junto com a redução do salário e do número de parlamentares, já que isto estimularia a alternância no poder e elevaria a participação da sociedade e a qualidade dos candidatos.

 

O financiamento das campanhas e dos partidos deveria ser 100% privado, mas apenas de pessoas físicas e com identificação do CPF do doador no site do partido e no IR, pois com o financiamento público, como perversamente quer o PT, os mesmos partidos e políticos se perpetuarão no poder.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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