R.B. 15/JUN/15 "Nas mãos e também nos bolsos de seus caciques"


R.B.

"Nas mãos e também nos bolsos de seus caciques"

 

São Paulo, 15 de junho de 2015 (SEGUNDA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, apesar do bom volume de negócios devido ao vencimento de opões, acompanhando as perdas das principais bolsas mundiais e a divulgação de novos dados negativos da economia brasileira e (2) o DÓLAR pode voltar a subir, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e a esperada piora do "humor" na bolsa brasileira.

 

Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,6%, acompanhando as perdas das principais bolsas mundiais, diante do aumento das dificuldades nas negociações entre a Grécia e seus credores e da percepção de que os EUA estão próximos de elevar sua taxa de juros e (2) o DÓLAR 0,3% à R$ 3,11, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana, para deduzir a baixa acumulada na semana (-1,1%) e no mês (-2,2%).

 

Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,1%, elevando para 16,9% os ganhos acumulados no ano, porem com os investidores mostrando cautela antes da reunião de política do BC local e China 0,9%, impulsionada por dados melhores do que o esperado da produção industrial do país, (2) da EUROPA, realizando lucros após 3 pregões seguidos de queda, Inglaterra –0,9%, França –1,4% e Alemanha –1,2%, em uma sessão ainda influenciada pelo anúncio de paralisação das negociações entre a Grécia e credores internacionais, o que derrubou especialmente as ações dos bancos e (3) dos EUA, S&P –0,7%, DJ –0,8% e NASDAQ –0,6%, já que a divulgação de dados econômicos melhores do que o esperado, como o índice de sentimento do consumidor do país que subiu para 94,6pts na leitura preliminar de JUN/15, elevou as "apostas" de que a taxa básica de juros do país pode subir antes do esperado.

 

Muito criticado por sinalizar que o ciclo de alta de juros vai continuar mesmo com a forte retração econômica, a equipe do BC brasileiro acredita "piamente" que a média de crescimento da economia tupiniquim nos próximos 4 anos "será maior" com sua estratégia de levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%, até o fim de 2016.

 

Dando 3 novos sinais negativos da economia brasileira, (1) em ABR/15 o número de pessoas que atuam em subempregos, que são aqueles com menos de 40 horas semanais, cresceu 30% na comparação com ABR/14, o que representa a maior variação desde FEV/07, (2) novamente revisando para baixo suas previsões, o sindicato do mercado imobiliário de SP agora prevê para este ano de 2015 uma queda de –25%, ante –10% anteriormente, nos lançamentos de novos imóveis na comparação a 2014 e (3) segundo um relatório da Inter B. Consultoria, os gastos no Brasil com obras e aquisição de novos equipamentos no setor de infraestrutura devem sofrer, neste ano, uma queda de -19% em relação ao que foi feito em 2014 e com isso a participação do setor no PIB cairá para 1,8%, o que representa o menor patamar desde 2011.

 

Como o Fies, que é a mais popular alternativa de crédito à educação superior, sofreu um grande corte orçamentário por parte do governo Dilma, as faculdades buscam alternativas no setor privado para garantir que os estudantes consigam pagar suas mensalidades, porem as taxas de juros chegam a 2,19% ao mês, contra 3,4% anuais no programa federal.

 

Apresentando a enésima prova de incompetência gerencial do governo Dilma, a Valec, estatal federal criada para, além de empregar companheiros sem mandado, cuidar de ferrovias, aprovou uma norma que vai priorizar o pagamento de trilhos em detrimento de outros compromissos, incluindo até as obras para preparar as vias para instalar o material, o que obviamente já causa uma forte redução no ritmo das obras e um aumento no estoque de trilhos, que aliás são importados da China.

 

-    A Petrobras caiu –0,2%, após (1) a empresa anunciar que em MAI/15 sua produção total de petróleo e gás natural no Brasil e no exterior cresceu 6,2% ante MAI/14, (2) o banco UBS divulgar relatório no qual afirma que a empresa pode ter que vender mais do que os US$ 14bi em ativos previstos no plano de desinvestimento para 2015 e 2016 e (3) a Agencia Nacional de Petróleo anunciar que um novo megacampo de petróleo foi descoberto no pré-sal, na Bacia de Santos, próxima ao campo de Lula.


Política:
 
Totalmente "nas mãos e também nos bolsos de seus caciques", o Congresso Nacional do PT, apesar das ameaças das alas mais radicais do partido e mesmo diante daquela que pode ser a maior crise dos seus 35 anos de história, decidiu, após 3 dias de discussões, mexer pouco na sua estrutura partidária, atenuar as críticas ao governo da presidenta Dilma e à sua política econômica e manter a aliança com o PMDB.
 
Atropelando Aécio e Serra e mostrando mais uma vez como o partido é desunido, desorganizado e sem liderança, a eleição da nova cúpula do PSDB de SP, que ocorreu ontem, marcou o início da ofensiva explicita e oficial do tucanato paulista pela candidatura do governador Geraldo Alckmin à Presidência, em 2018.

 

Duramente criticado durante o Congresso Nacional do PT, o deputado peemedebista Eduardo Cunha, que também é presidente da Câmara, já avisou a aliados que vai reforçar "cada vez mais" suas críticas ao PT e que vai trabalhar arduamente para um rompimento entre as siglas.

 

Chamado para explicar a doação de R$ 3mi feita pela empreiteira Camargo Corrêa, investigada no esquema de corrupção na Petrobras, para o Instituto Lula, Paulo Okamotto, mostrando que defende até a morte seu mestre, afirmou que as palestras do ex-presidente, com custo médio de cerca de R$ 300 mil, não são para qualquer um.

 

Depois do curto-circuito da convocação de Paulo Okamotto, amigo e assessor de Lula, pela CPI da Petrobras, o governo começará esta semana fazendo nova ofensiva para retirar assinaturas do requerimento da CPI do BNDES, protocolada no Senado, mas cuja instalação ainda depende da leitura pelo presidente da Casa, o peemedebista Renan Calheiros.

 

-    Caciques do PT acusam o peemedebista Moreira Franco de alimentar o mal-estar entre o vice presidente Michel Temer e o ministro Aloizio Mercadante para voltar ao governo forçando um acordo que o beneficie.

-    Marta Suplicy, que vai se filiar ao PSB, tem se queixado a aliados sobre a ameaça de deserção de partidos que deveriam apoiar sua candidatura à Prefeitura de SP no ano que vem, como o PDT, que assumiu uma secretaria do prefeito petista Fernando Haddad.


Crítica:
 
É inaceitável, principalmente em um país com enormes carências como o Brasil, que órgãos públicos paguem propaganda em qualquer meio de comunicação, e isto tem se intensificado de forma exponencial no governo Dilma, que certamente já é o maior cliente do Facebook no Brasil.


PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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