R.B.
"Enorme debandada de milionários brasileiros do país"
São Paulo, 25 de maio de 2015 (SEGUNDA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais e também influenciada negativamente pelos "temores" de que Joaquim Levy deixe o governo Dilma e (2) o DÓLAR pode voltar a subir, acompanhando a esperada piora do "humor" na Bovespa e também influenciado pela redução dos leilões de venda do BC brasileiro e pelo aumento da inflação nos EUA.
Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –1,3%, acompanhando as perdas das bolsas de NY, com bom volume de negócios (R$ 7,8bi) e pressionada principalmente pelo recuo das ações dos bancos, como Itaú (-2,1%), Bradesco (-2,1%) e Banco do Brasil (-5,2%), diante da decisão do governo Dilma de elevar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido dessas companhias de 15% para 20% e (2) o DÓLAR subiu 1,0% à R$ 3,07, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana, após Janet Yellen, a presidente do Fed ("BC" dos EUA), afirmar que a autoridade monetária da maior economia do mundo caminha para elevar os juros básicos ainda neste ano.
Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,3% e China 2,8%, acompanhando os ganhos das bolsas de NY no dia anterior e ainda impulsionadas pelas expectativas de novas medidas de estímulo econômico pelo governo chinês, (2) da EUROPA, sem uma tendência única, Inglaterra 0,3%, França –0,1% e Alemanha –0,4%, com os investidores analisando dados conflitantes de empresas e os "rumores" de que o BC Europeu vai aumentar compra de títulos em MAI/15 e em JUN/15 e (3) dos EUA, realizando lucros recentes, S&P –0,2%, DJ –0,3% e NASDAQ –0,1%, também influenciadas pela divulgação de dados de inflação ligeiramente acima do esperado e pelo consequente aumento das "apostas" de que a taxa de juros do país deve subir este ano, o que foi reforçado pelo discurso de Janet Yellen, a presidente do Fed ("BC" local).
Causando novos temores na Europa, o governo grego voltou a ameaçar com a possibilidade de um calote ao FMI, dizendo que, sem um acordo de resgate, não consegue manter em dia suas contas com o funcionalismo e aposentados e ao mesmo tempo pagar 1,6bi de euros ao Fundo que vence em JUN/15.
Aumentando consideravelmente as chances de Joaquim Levy deixar o governo Dilma, o que obviamente seria uma catástrofe para a economia brasileira, o referido ministro da Fazenda (1) não participou da cerimônia de anúncio dos cortes de despesa do governo e (2) foi hostilizado durante o Congresso do PT de SP.
Coberto de razão, Rubens Ricupero, diplomata de carreira, que foi assessor dos ex-presidentes Tancredo Neves e José Sarney e ministro da Fazenda do ex-presidente Itamar Franco, alertou que a crise no Brasil ainda nem começou e defendeu a necessidade da retomada de uma agenda de crescimento de longo prazo que inclua até a vinda de mais imigrantes para o país.
Com o "objetivo oculto" de disponibilizar mais recursos para o governo emprestar para sua empresas "queridinhas", como já foi a OGX e como é hoje a JBS, o Conselho Curador do FGTS deve aprovar amanhã a liberação de R$ 10bi para reforçar o caixa do BNDES no financiamento de obras de infraestrutura, permitindo que o trabalhador destine até 30% do seu saldo no FGTS para empréstimos do referido banco de fomento.
Contendo propostas como a redução da jornada de trabalho e de salários nas empresas afetadas pela crise econômica, o governo Dilma, tentando reagir após os dados do mercado de trabalho mostrarem o pior resultado para ABR/15 em 23 anos, está finalizando um programa para segurar o nível de emprego na indústria.
Pagando incentivo para os bancos e corretoras, com uma linguagem mais simples, baseada na falta de educação financeira do brasileiro, e rendendo bem mais que a poupança, o Tesouro Direto tem batido recordes de venda e atraído cada vez mais novos investidores em um período de juros elevados.
Rendendo cada dia menos em um cenário de juros e inflação elevados, a caderneta de poupança segue perdendo investimentos em ritmo acelerado, já que na primeira quinzena de MAI/15 os saques superaram os depósitos em R$ 2,9bi, o que é o segundo maior valor para esse período do mês registrado neste ano.
Como fruto da "enorme debandada de milionários brasileiros do país", que ao que tudo indica é definitiva, para os EUA e para a Europa, a crise imobiliária, que até então passava longe dos bairros mais caros de SP, já é sentida até no Jardim Europa, que tem o metro quadrado mais caro do Brasil e onde já proliferam como nunca antes visto placas de vende-se e aluga-se em uma vizinhança de quatrocentões, banqueiros e industriais.
Ajudando a pressionar ainda mais a inflação, por conta da seca em SP a hidrovia Tietê-Paraná está parada há no mínimo 1 ano, obrigando que seja realizado por caminhões, o que obviamente é bem mais caro, o transporte comercial e cargas de soja, açúcar e milho, entre outros, até o porto de Santos.
- A Petrobras caiu -2,7%, acompanhando o recuo nas cotações do petróleo no mercado internacional.
- A Vale avançou 1,3%, na esteira da recuperação dos preços do minério de ferro no mercado à vista da China, principal destino das exportações da companhia brasileira.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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