R.B.
"Imagine que você minta muito"
São Paulo, 22 de maio de 2015 (SEXTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve cair, reagindo negativamente a decisão populista do governo Dilma de elevar o imposto sobre o lucro dos bancos ao invés de reduzir os gastos com a maquina publica e (2) o DÓLAR pode seguir em alta, para ampliar a valorização acumulada no mês (1,0%) e no ano (14,5%), influenciado pelo mesmo motivo que deve derrubar a bolsa e também ainda acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,4%, recuperando as perdas da abertura, quando na mínima chegou a recuar –0,6%, impulsionada pela recuperação das ações da Petrobrás (4,3%), beneficiada pela alta do petróleo (3,0%), e acompanhando a melhora do "humor" nas bolsas de NY e (2) o DÓLAR subiu 1,0% à R$ 3,04, seguindo a trajetória internacional da moda norte-americana e refletindo a cautela dos agentes diante das incertezas em torno do cenário político e da fragilidade da economia doméstica.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,1%, a nona alta em 10 pregões, desta vez sustentada pelo bom desempenho das ações de seguradoras e imobiliárias e China 1,9%, com a divulgação de dados ruins da economia local elevando as "apostas" de que o governo local anunciará novas medidas de estímulo, (2) da EUROPA, recuperando as perdas da abertura, causadas pela divulgação de dados negativos da economia alemã, Inglaterra 0,1%, França 0,3% e Alemanha 0,1%, beneficiadas pela abertura positiva das bolsas de NY e pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do BC Europeu, que indicou que a autoridade monetária da região está satisfeita com o pacote de medidas de estímulo à economia da zona do euro anunciada em JAN/15 e (3) dos EUA, com o S&P registrando o maior patamar da história pela quarta vez nos últimos 6 pregões, S&P 0,2%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,4%, com destaques de alta para Best Buy (3,9%), Dollar Tree (3,4%) e Hewlett-Packard (2,3%), que apresentaram resultados melhores do que o esperado.
Após o senador petista Lindbergh Farias defender publicamente a demissão de Joaquim Levy, a presidenta Dilma saiu em defesa do seu ministro da Fazenda, alvo de críticas por conta do ajuste fiscal, ressaltando que o contingenciamento orçamentário a ser anunciado na sexta-feira não vai paralisar o governo e garantindo que o Brasil vai crescer de forma sustentável.
Com o objetivo de reduzir a crise e de aumentar a disponibilidade de recursos para o setor, o conselho que administra o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deverá, na próxima semana, elevar de R$ 190 mil para R$ 300 mil o valor máximo dos imóveis que podem ser financiados com esses recursos.
Sem diminuir ministérios, reduzir o número de cargos comissionados ou até economizar no cartão corporativo, o governo Dilma, em um momento de queda da receita e de risco de ter seu pacote de ajuste desfigurado no Congresso, anuncia hoje um corte no Orçamento de cerca de R$ 69bi, o maior da era petista, para tentar vencer o ceticismo do mercado de que irá cumprir sua meta fiscal em 2015, o que causará uma retração de no mínimo –1,2% no PIB do país neste ano.
Ontem, durante uma "visita exótica" ao Complexo do Alemão, no RJ, Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, elogiou o Bolsa Família, porem, antes de ir para Brasília se reunir com Joaquim Levy, ressaltou que a disciplina fiscal é necessária para manter os programas sociais.
Dando novos sinais negativos da economia brasileira, em ABR/15 (1) a taxa de desemprego nas 6 maiores regiões metropolitanas do país foi de 6,4%, o que representa um forte aumento na comparação com ABR/14 (4,9%) e o maior desde MAI/11, (2) a arrecadação do governo com impostos e contribuições foi -4,6% menor que em ABR/14 e registrou o pior patamar para o mês desde ABR/10.
Um megaprojeto de processamento de soja na Bahia, uma ferrovia no Mato Grosso e no Pará, o porto do Açu no Rio de Janeiro, uma siderúrgica e uma fabrica da Foxconn sem local definido são apenas 5 exemplos de projetos bilionários com capital chinês anunciados com estardalhaço nos últimos 5 anos e que nunca saíram do papel.
Apesar de só conseguir fazer negócios com paisecos como a Venezuela, a Argentina e Cuba, ontem a presidenta Dilma afirmou, durante uma reunião com Tabaré Vázquez, o presidente do Uruguai, que agora a prioridade do Mercosul é fechar um acordo de livre comércio com a União Europeia.
- O Itaú caiu –1,2%, o Bradesco recuou –1,7% e o Banco do Brasil retrocedeu –1,6%, diante de "rumores", confirmados após o fechamento do pregão, de que um aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para bancos, que foi elevada de 15% para 20%.
- A Eletrobrás caiu –1,1% e, após o fechamento do pregão, a agência de classificação de risco Moody's reduziu sua "nota" para a empresa do chamado grau de investimento para grau especulativo, ressaltando que fez isto pois as métricas de crédito da estatal são ruins, mesmo após a melhora financeira registrada no primeiro trimestre.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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