R.B.
"Mentir com classe"
São Paulo, 14 de maio de 2015 (QUINTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando uma recuperação após 2 pregões seguidos de queda, acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas mundiais e também beneficiada pela valorização das commodities e (2) o DÓLAR pode cair, se ajustando ao movimento internacional da moeda norte-americana e também influenciado pela esperada melhora do "humor" na Bovespa.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,7%, revertendo uma abertura levemente positiva, na qual chegou a avançar 0,2%, para fechar em território negativo pelo segundo dia consecutivo, novamente pressionada pelas ações dos bancos, das mineradoras e das siderúrgicas e (2) o DÓLAR subiu 0,5% à R$ 3,04, com muita volatilidade, já que na mínima recuou –1,4% e na máxima avançou 0,6%, e na contramão da tendência externa, diante da avaliação de que os fundamentos não autorizam otimismo de curto prazo sobre a economia tupiniquim e dos dados negativos do fluxo cambial da primeira semana de MAI/15.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão 0,7%, impulsionada por bons resultados em balanços financeiros de algumas das principais empresas listadas no país, como NGK Insulators (6,2%) e Daikin Industries (4,9%) e China –0,6%, prejudicada pela divulgação de dados mais fracos que o esperado da produção industrial, das vendas no varejo e dos investimentos em ativos fixos do país, (2) da EUROPA, recuperando as perdas da abertura, Inglaterra 0,2%, França 0,2% e Alemanha 0,3%, beneficiadas pela publicação de uma série de indicadores econômicos da zona do euro e de membros do bloco que, de uma maneira geral, foram encarados de forma positiva e (3) dos EUA, próximas da estabilidade, S&P –0,1%, DJ –0,1% e NASDAQ 0,1%, divididas entre noticias negativas, como a divulgação de um indicador fraco de vendas no varejo e a forte queda das ações da DuPont (-6,8%), e notícias positivas, como a compra da Williams Partners, cujas ações dispararam 22,7%, pela Williams Cos., cujas ações subiram 6,2%, por US$ 33bi.
Pago e contratado para "mentir com classe", ontem Joaquim Levy, ministro brasileiro da Fazenda, afirmou, desta vez para uma plateia de investidores em Londres, que a desaceleração econômica no Brasil é "temporária", que a disciplina fiscal continua sendo um pilar central da política econômica do país e que sua prioridade tem sido garantir um novo ciclo de crescimento.
Apesar de serem economistas de escolas de pensamentos opostos, Samuel Pessôa, de linha mais ortodoxa, e Luiz Gonzaga Belluzzo, mais heterodoxo, concordam, durante um debate feito ontem, que a presidenta Dilma cometeu erros durante o seu primeiro mandato, com o primeiro criticando as políticas de intervenção na economia, que segundo ele fizeram a produtividade despencar, e o segundo ressaltando que o erro foi não ter adotado medidas para desvalorizar a taxa de câmbio, que segundo ele ajudariam no aumento da produtividade da indústria e no crescimento econômico.
- Dificultando a recuperação da economia, a sensação de bem-estar da população brasileira medida pelo "índice de infelicidade", que soma das taxas de desemprego e inflação, atingiu no primeiro trimestre de 2015 seu pior patamar em mais de 9 anos.
- Principalmente por conta da forte desaceleração da economia brasileira, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério de Minas e Energia, o risco de faltar energia elétrica no país este ano caiu de 6,1% em MAR/15 para 3,7% neste mês de MAI/15.
- Com a região "tirando o pé da lama", o PIB da zona do euro cresceu 0,4% entre JNA/15 e MAR/15, na comparação com os 3 meses anteriores, o que representa o melhor resultado em quase 2 anos.
Voltando à realidade, após um fluxo positivo surpreendente positivo de US$ 13,1bi em ABR/15, as saídas de recursos superaram as entradas em US$ 2,6bi na primeira semana de MAI/15, o que foi causado principalmente pela queda na confiança na economia brasileira, já que a conta financeira foi a que pesou mais negativamente, e representa o pior resultado em uma semana desde o período de 23 a 27/FEV/15.
Mesmo com a maioria das grandes construtoras do país atualmente "no banco dos réus" e apesar do enorme pessimismo com o futuro da economia brasileira, a presidenta Dilma, em busca de um plano que gere impacto positivo, quer aumentar de 4 para até 11 os trechos de rodovias federais leiloados no novo programa de concessões ao setor privado, que deve ser anunciado no começo de JUN/15.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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