R.B. 16/ABR/15 "Uma geração de potenciais terroristas"


R.B.

"Uma geração de potenciais terroristas"

 

São Paulo, 16 de abril de 2015 (QUINTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve cair, realizando lucros após fechar o pregão de ontem no maior patamar desde 26/NOV/14 (aos 54.918pts) e acumular uma valorização de 7,4% no mês e de 9,8% no ano, acompanhando o movimento descendente das principais bolsas mundiais e influenciada pela divulgação de novos sinais negativos da economia brasileira e (2) o DÓLAR pode subir, recuperando uma parte da perda acumulada no mês (-5,0%), seguindo a esperada piora do "humor" na bolsa brasileira e a trajetória internacional da moeda norte-americana.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,7%, acompanhando o desempenho positivo das bolsas dos EUA, mais uma vez impulsionada pela forte alta das ações da Petrobrás (7,9%) e desta vez também beneficiada pela recuperação das ações das siderúrgicas, como CSN (8,6%) e Usiminas (7,3%), e com ótimo volume de negócios (R$ 11,7bi) e (2) o DÓLAR caiu –0,7% à R$ 3,04, revertendo uma abertura positiva, causada pela divulgação de dados fracos da economia chinesa, para fechar em baixa pelo segundo pregão seguido, acompanhando a melhora do "humor" na bolsa brasileira.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão –0,2%, com as exportadoras prejudicadas pela valorização das moedas locais frente ao dólar e China –1,2%, prejudicada pela divulgação de novos sinais de que o ritmo de crescimento da economia do país está diminuindo, (2) da EUROPA, revertendo uma abertura negativa, Inglaterra 0,3%, França 0,7% e Alemanha 0,1%, impulsionadas por declarações de Mario Draghi, presidente do BC Europeu, favoráveis ao programa de relaxamento quantitativo da instituição e (3) dos EUA, com o DJ se aproximando do maior patamar da história, S&P 0,5%, DJ 0,4% e NASDAQ 0,7%, em uma reação positiva dos investidores a informes de resultados de empresas, à alta dos preços do petróleo e ao recuo do dólar diante das principais moedas.

 

Reduzindo as chances do FED aumentar, ao menos no curto prazo, os juros dos EUA, (1) a produção industrial norte-americana recuou -0,6% em MAR/15 ante FEV/15, patamar pior que o esperado (-0,4%) e (2) o Livro Bege citou que o fortalecimento do dólar pesou sobre o desempenho da indústria do país.

 

Se curvando aos fatos e revelando mais uma vez que a presidenta mentiu durante sua campanha pela reeleição, ontem o governo Dilma anunciou que a inflação neste ano deve ser de 8,2%, patamar quase o dobro do centro da meta do BC (4,5%), que dólar deve fechar em R$ 3,21 e que o PIB do país vai recuar -0,9% neste ano de 2015.

 

Sem explicar porque ainda mantêm o Brasil no grupo dos países com grau de investimento, ontem a agência de classificação de risco Fitch Ratings alertou que o país ainda precisa implementar "uma série de ajustes" para reequilibrar suas contas e reverter a queda na confiança dos investidores, ressaltando que as medidas anunciadas pela nova equipe econômica são positivas, mas ainda insuficientes.

 

Apesar de ainda estar negociando com o Congresso Nacional as medidas de corte de gastos públicos e aumento da arrecadação, ontem o governo Dilma anunciou que sua meta de superávit primário de 2016 até 2018 já está fixada em 2% do PIB (contra 1,2% do PIB para este ano), ressaltando que este esforço será suficiente para promover uma redução gradativa da dívida pública, sem inviabilizar despesas consideradas prioritárias pelo governo.

 

Com potencial de pressionar ainda mais a inflação, (1) o gás de botijão de 13 kg terá reajuste de 4,13% nas revendedoras a partir de hoje e (2) o governo vai autorizar, em até 90 dias, uma série de aumentos extras de pedágio nas estradas federais do país, que podem chegar a até 25%.

 

-    A Petrobrás subiu 7,9%, desta vez beneficiada por "rumores" de que, na tentativa de ganhar a confiança dos investidores após os escândalos da Operação Lava Jato, o governo vai promover uma ampla reestruturação no conselho da empresa, retirando dele praticamente todos os nomes com perfil político e colocando no lugar profissionais de mercado.


Política:
 
Cobrado por associações como AMB e Anamatra para que apresse seu voto na ação do fim do financiamento privado de campanhas, o que obviamente é um golpe do PT para se perpetuar no poder e para acabar com a oposição, o ministro Gilmar Mendes, do STF, respondeu que as entidades deveriam cobrar celeridade no julgamento do assassinato de Celso Daniel, que se arrasta há 15 anos.
 
Bancados pela CUT e pelo PT, que continuam trabalhando para o Brasil seguir sendo um dos países com a economia menos competitiva do mundo, os protestos contra o projeto de lei de terceirização, cuja votação na Câmara Federal foi adiada para a próxima semana, tiveram ampla cobertura da mídia e a participação de poucas pessoas.
 
-    Abalando ainda mais as estruturas petistas, ontem o "companheiro" João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, foi preso e acusado de ser um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras, porem o partido manifestou confiança na inocência dele.

-    Ontem, na maior cara de pau, Eduardo Braga, ministro de Minas e Energia, afirmou que "curva de produção" da Petrobras acabará sendo "atingida" se as questões envolvendo casos de corrupção na empresa não forem resolvidas rapidamente.

-    Entregando cargos até para o porteiro do diretório do PMDB do Acre, ontem a presidenta Dilma confirmou que o peemedebista Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara, será o novo ministro do Turismo.

-    Segundo "rumores", integrantes da força-tarefa da Lava Jato dizem que Sérgio Moro já reuniu evidências para decretar a prisão do petista José Dirceu, que comprovadamente se valeu de consultorias fictícias para pagamento de propinas.

-    Uma ala cada vez maior da oposição quer acelerar a discussão sobre o pedido para abertura de processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, defendendo que PSDB, DEM, PPS e SD protocolem requerimento já em MAI/15.


Crítica:
 
Criando "uma geração de potenciais terroristas", segundo um estudo divulgado ontem pela ONU, o agravamento de conflitos, a pobreza e a discriminação de gênero no Oriente Médio e no Norte da África deixam 21 milhões de crianças e jovens fora da escola, o que representa 1/4 da população em idade escolar na região.

 

Revelando mais uma vez como é difícil a economia brasileira competir com as principais economias do mundo, segundo um relatório anual feito pelo Deutsche Bank e pelo FMI, que compara o poder aquisitivo em 20 diferentes países, o Brasil está no primeiro lugar na lista de preço de iPhone, com um preço 34,5% superior ao da Rússia, segundo lugar mais caro para adquirir o aparelho.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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