R.B. 17/ABR/15 "Um cenário de fim de mundo"


R.B.

"Um cenário de fim de mundo"

 

São Paulo, 17 de abril de 2015 (SEXTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, reduzindo mais uma parte da alta acumulada o mês (6,9%) e no ano (9,3%), acompanhando as perdas das principais bolsas mundiais e influenciada pelos sinais negativos da economia brasileira e (2) o DÓLAR pode subir, retornando à sua trajetória de alta após recuar por 3 pregões seguidos e depois de fechar a sessão anterior no menor patamar desde 5/MAR/15.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,5%, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais e realizando lucros recentes, principalmente nas ações da Petrobrás (-3,0%), porem com bom volume de negócios (R$ 7,1bi) e (2) o DÓLAR caiu –1,0% à R$ 3,02, influenciado pelas "apostas" de que a taxa básica de juros brasileira vai subir 0,5% na próxima reunião do Copom e em linha com o movimento do exterior, onde a divisa norte-americana perde espaço para as demais moedas, diante da divulgação de indicadores negativos da economia dos EUA.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,1%, sustentada pelo bom desempenho de empresas ligadas ao petróleo e do setor imobiliário, que neutralizaram um movimento geral de realização de lucro e China 2,8%, impulsionada pela "aposta" de que as grandes empresas do país têm maior potencial de valorização graças a políticas de relaxamento monetário, reformas ousadas e ampla liquidez, (2) da EUROPA, devolvendo os ganhos do pregão anterior, Inglaterra –0,5%, França –0,6% e Alemanha –1,9%, com destaques de queda para as ações dos bancos, como Sanpaolo (-2,3%), UniCredit (-3,1%), Deutsche Bank (-3,7%) e Crédit Agricole (-3,0%), pressionados por renovadas tensões a respeito da Grécia, à medida que a crise de liquidez do país se intensifica, com a aproximação do prazo para pagamento de uma parcela da dívida com o FMI e os "rumores" de que o país pode atrasar o pagamento e (3) dos EUA, interrompendo uma sequencia de 2 pregões consecutivos de alta, S&P –0,1%, DJ –0,1% e NASDAQ –0,1%, prejudicadas pela divulgação dados mistos da economia do país e pela piora das expectativas para a temporada de divulgação de balanços de empresas.

 

Ontem, logo após se reunir com Joaquim Levy, o ministro brasileiro da Fazenda, Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, afirmou que as economias emergentes não estão indo tão bem quanto a instituição previa, citando o Brasil, que segundo suas projeções terá em 2015 o pior desempenho do PIB na América Latina, como exemplo mais negativo no grupo.

 

Segundo o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que é sócio da Quest investimentos e que já foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações durante o governo FHC, os  analistas ligados a grandes fundos de investimento internacionais continuam com "um cenário de fim de mundo" para o Brasil, no qual os mais pessimistas trabalham com a hipótese de que vamos virar uma Venezuela nos próximos anos e os menos extremados olham para a Argentina como o capítulo final do governo Dilma.

 

Dando novos sinais negativos da economia brasileira, (1) registrando a 12ª queda consecutiva, em FEV/15 o faturamento do setor de serviços foi -7,8% menor do que em FEV/14, (2) em MAR/15 a indústria de SP demitiu 17 mil trabalhadores, o que representa o pior resultado para o mês desde 2006 e (3) segundo estimativas da FecomercioSP, depois da Páscoa, que registrou vendas decepcionantes, o comércio espera um Dia das Mães bastante ruim.

 

Apesar dos protestos dos vagabundos da CUT, que obviamente são ignorantes em termos econômicos e só estão interessados em manter suas regalias, segundo os principais especialistas, o projeto de lei que autoriza a terceirização de funcionários em qualquer atividade de uma empresa, que está em discussão no Congresso, deverá aumentar a segurança jurídica no país e, com menor risco, elevar a geração de empregos.

 

-    Mostrando que a inflação tupiniquim segue em alta, após avançar 0,68% na primeira quadrissemana do mês, o IPC de São Paulo subiu 0,88% na segunda quadrissemana de ABR/15.

 

-    A Vale caiu –2,0%, acompanhando o movimento de suas pares na Europa e prejudicada pela decisão da Moody's de rebaixar suas expectativas para o preço do minério de ferro.

-    A Gerdau recuou -4,2%, após ter sua "nota" rebaixada pelo Bank of America Merrill Lynch.

-    A Petrobrás caiu –3,0% e, após o fechamento do pregão a empresa confirmou que vai divulgar seu balanço auditado com os resultados contábeis referentes ao terceiro trimestre do ano passado no próximo dia 22/ABR/15.


Política:
 
A decisão do Tribunal de Contas da União de considerar irregulares as manobras fiscais feitas pelo governo para arrumar suas contas no ano passado criou novos riscos para a presidenta Dilma e animou os defensores da abertura de um processo de impeachment contra ela.
 
Finalmente tomando um posicionamento que agrada seus eleitores, ontem o senador Aécio Neves, que também é presidente nacional do PSDB, afirmou ser pessoalmente favorável ao projeto que libera as empresas a terceirizar qualquer etapa de suas atividades, inclusive a principal, hoje proibida pela Justiça trabalhista.

 

Apesar das "brincadeiras" de que estaria sondando os traficantes Fernandinho Beira-Mar e Marcola para o cargo, o PT, que está enfrentando dificuldades para escolher um substituto para João Vaccari, ex-tesoureiro do partido que está preso, já considera indicar um tesoureiro com mandato temporário até JUN/15, já que até lá pretende se manter só com recursos do fundo partidário e doações de filiados.

 

Desesperada para fazer amigos, a presidenta Dilma, em uma tentativa de se aproximar da Câmara, convidou o presidente da Casa, que é o peemedebista Eduardo Cunha, para um jantar a sós no Palácio do Alvorada, isto após agracia-lo com uma medalha de condecoração militar.

 

No mesmo dia em que demitiu o aliado de Renan Calheiros do Ministério do Turismo para abrigar o também peemedebista Henrique Eduardo Alves, Dilma já buscou compensar, pelo menos em parte, o presidente do Senado e confirmou na diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres seu indicado, Jorge Bastos.


Crítica:
 
Fazendo uma jogada muito arriscada e que pode acabar com sua carreira política, Lula, que está cada dia mais recluso, "mandou avisar" que vai retomar uma agenda de viagens pelo país com o objetivo de melhorar a imagem do PT com vistas às eleições municipais de 2016 e de defender o governo impopular da presidenta Dilma.

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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