R.B.
"Um crescente desencanto com o futuro do Brasil"
São Paulo, 9 de março de 2015 (SEGUNDA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, ampliando a baixa acumulada no ano (-0,1%), ainda prejudicada pela piora do cenário político no Brasil e desta vez também acompanhando as perdas das principais bolsas mundiais e (2) o DÓLAR pode votar a subir, para fechar em alta pelo sexto pregão consecutivo e assim ampliar a alta já acumulada no ano (15,2%), também acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.
Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,8%, para fechar em território negativo pelo terceiro pregão consecutivo, prejudicada pela piora do cenário político e pela deterioração das perspectivas econômicas para o Brasil e (2) o DÓLAR subiu 1,5% à R$ 3,05, para fechar a semana com alta de 6,9% e no maior patamar desde AGO/04, pressionado por tensões políticas no país e por dados de emprego nos EUA melhores que o esperado.
Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 1,2% e China 0,2%, otimistas antes da divulgação do índice de desemprego dos EUA e após o anúncio de que o índice japonês que mede as condições de negócios do país encerrou JAN/15 em alta, (2) da EUROPA, sem uma tendência única, Inglaterra –0,7%, França 0,1% e Alemanha 0,4%, diante da divulgação de dados econômicos conflitantes, como o crescimento abaixo do esperado da produção industrial alemã e o déficit da balança comercial francesa e (3) dos EUA, com o S&P fechando se segunda semana seguida acumulando baixa, S&P –1,4%, DJ –1,5% e NASDAQ –1,1%, já que a divulgação de dados positivos de emprego no país elevaram as especulações sobre o aumento nas taxas de juros pelo Fed ("BC" local).
Revelando "um crescente desencanto com o futuro do Brasil", segundo uma pesquisa feita pela multinacional de recrutamento Hays em parceria com o Insper, no ano passado mais de 80% dos executivos brasileiros se diziam dispostos a deixar o país para trabalhar no exterior, contra 62,6% em 2013.
Apesar da falta de credibilidade e das constantes mudanças nas "regras do jogo", Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, afirmou que o governo Dilma pretende ampliar o programa de concessões em infra-estrutura e dar continuidade às obras do PAC, como parte de uma agenda de retomada de crescimento.
Representando a maior mudança da sua história, o Tesouro Direto, que é o sistema de venda de títulos públicos pela internet, passará a ter novos nomes a partir de amanhã, justamente no momento em que os juros destes investimentos atingem o maior patamar desde 2009, já que atualmente boa parte dos papéis prevê taxas acima de 13% ao ano.
Pressionado principalmente pelos preços controlados pelo governo, sobretudo energia e gasolina, o IPCA, que é o índice oficial de inflação e que serve de base para a decisão do BC de subir ou não a taxa de juros do país, ficou em 1,22% em FEV/15 e assim acumula alta de 7,7% nos últimos 12 meses, o que representa o maior patamar em 1 ano desde MAI/05.
Diante da queda das vendas dos imóveis, que alias deve se intensificar nos próximos meses, o Índice Nacional da Construção Civil, desacelerou de 0,21% em JAN/15 e de 0,44% em FEV/14 para 0,18% em FEV/15, acumulando agora 5,67% nos últimos 12 meses, patamar abaixo dos 5,94% registrados nos 12 meses encerrados em JAN/15.
Indicando que a paridade entre as duas moedas pode realmente ocorrer, na sexta-feira passada, diante do recuo do desemprego nos EUA, o euro continuou se desvalorizando frente ao dólar e, negociado a US$ 1,0856, atingiu a menor cotação desde 3/SET/03.
A rebelião do PMDB, que mandou de volta para a presidenta Dilma a revisão das medidas de desoneração da folha de pagamento, mostra que o ajuste fiscal do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está órfão de apoio político no Congresso, pois ficou sem pai nem mãe e passou a apanhar de todos os lados, inclusive de petistas.
Isolando politicamente cada vez mais a CUT, que segue fazendo o que Lula manda, os metalúrgicos representados por sindicatos filiados à CSP-Conlutas fizeram protestos na sexta-feira passada em fábricas do interior paulista contra as medidas do governo federal que tornam mais rígidas as regras para o pagamento do abono salarial, do seguro-desemprego, da pensão por morte e do auxílio-doença.
Estrategicamente utilizando os mesmos atores que apareceram em toda a campanha presidencial de Aécio Neves, o PSDB está exibindo propagandas na TV nas quais reforça a mensagem de que a presidenta Dilma se valeu do estelionato eleitoral para ser reconduzida ao Palácio do Planalto.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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