R.B.
"Complicar ainda mais sua situação"
São Paulo, 4 de março de 2015 (QUARTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve voltar a subir, acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas mundiais, beneficiada pela redução das tensões na Europa e pela valorização das commodities e (2) o DÓLAR pode cair, realizando lucros após fechar o pregão anterior no maior patamar desde 14/SET/04 e assim acumular uma alta de 9,7% no ano, porem deve-se ressaltar que a tendência da moeda norte-americana segue sendo de alta.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu %, recuperando parte da baixa registrada no pregão anterior (-1,1%), com baixo volume de negócios (R$ 5,3bi) e destaque de alta para as ações da Petrobrás (2,1%), que foi beneficiada pelo anúncio de que pretende obter R$ 39bi com a venda de ativos no Brasil e no exterior e (2) o DÓLAR subiu 1,1% à R$ 2,93, influenciado pela redução do fluxo de recursos externos e pela diminuição dos leilões de venda do BC.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão –0,1% e China –2,2%, prejudicadas pela piora das perspectivas para a economia chinesa e também pela autorização emitida por reguladores para que 24 empresas lancem ofertas públicas iniciais de ações na bolsa de Xangai, (2) da EUROPA, devolvendo os ganhos da abertura, Inglaterra –0,7%, França –1,0% e Alemanha –1,1%, já que os investidores cautelosos antes da reunião do BC europeu e reagindo negativamente ao anúncio do índice de preços ao produtor da região, que recuou -0,9% em JAN/15 ante DEZ/14 e (3) dos EUA, realizando lucros 1 dia após baterem recordes históricos, S&P –0,4%, DJ –0,5% e NASDAQ –0,6%, pressionadas pela divulgação de números fracos de vendas de automóveis e por "rumores" de que Obama negocia um acordo nuclear com o Irã.
Ao classificar como "infeliz" a declaração de Joaquim Levy, que afirmou que foi "muito grosseira" a desoneração de R$ 25bi por ano da folha de pagamento promovida por seu antecessor, a presidenta Dilma mais uma vez revela sua enorme soberba, seguindo incapaz de admitir que a política adotada em seu primeiro mandato foi totalmente inadequada aos desafios que o país enfrentou e ainda enfrenta.
Apesar de ameaça aumentar os impostos do "andar de cima", o governo Dilma, para tentar conter a inflação e controlar os gastos do setor elétrico em 2015, decidiu fazer um pente fino no cadastro do programa Tarifa Social e vai excluir 5 milhões de famílias (o que representa 38% do total) até o final deste ano.
Dando sequencia a um movimento que provavelmente causará um forte aumento no índice de desemprego do Brasil, a paralisação das obras de construção das Ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste, anunciada pelo governo para conter gastos públicos, vai causar quase nove mil demissões nas próximas semanas, afetando principalmente os estados da Bahia, Goiás e SP.
Diante das perspectivas negativas para a economia brasileira, do aumento dos juros, da queda da renda, da subida da inflação e da disparada da inadimplência, a Fenabrave, que é a entidade que representa as revendas de veículos, reduziu ainda mais, desta vez de –0,5% para –10,0%, suas previsões para as vendas de automóveis no Brasil em 2015.
Fazendo um importante alerta, ontem a agencia de classificação de risco Moody's afirmou que os bancos brasileiros, principalmente os públicos, podem ser submetidos a um efeito cascata por exposição a Petrobrás e aos seus fornecedores, que por sua vez são alvo de investigações da Operação Lava Jato.
- Coberto de razão, Roberto Azevêdo, que é diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, afirmou ontem que este é um momento oportuno para avançar em temas importantes para a organização e para o Brasil, como os subsídios à agricultura.
Apesar de ser cauteloso ao falar de impeachment, Alckmin, governador de SP, afirmou ontem que, se o regime político do Brasil fosse parlamentarista, e não presidencialista, a presidenta Dilma já teria caído, pois ela perdeu a confiança da população e dos políticos.
Dando mais um sinal de insatisfação com o Palácio do Planalto, o senador peemedebista Rena Calheiros, presidente do Congresso, anunciou ontem o adiamento da sessão que deputados e senadores poderiam analisar vetos da presidenta Dilma e o Orçamento de 2015 e também não informou quando ocorrerá uma nova sessão para tratar destes assuntos.
Como ficou sem cadeira na cúpula da Câmara, o PT conseguiu, com a ajuda do PMDB, a indicação para controlar a terceira comissão mais importante da Casa, a de Fiscalização Financeira e Controle, porem o deputado Vicente Cândido, que deve ser o indicado pelos petistas, é alvo, desde 2012, de um inquérito no Supremo Tribunal Federal por lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.
Aliados de Renan Calheiros, presidente do Senado, já avisaram ao Palácio do Planalto que o próximo passo pode ser a derrubada do indicado de Dilma para a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, já que o referido presidente da Casa quer ser ouvido sobre o nome antes de ele ser enviado para sabatina da Comissão de Constituição e Justiça.
- Legislando para se manterem no poder, ontem, em uma rápida votação, os senadores aprovaram regras mais rígidas para a criação e fusão de partidos.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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