R.B.
"Destaques de infidelidade"
São Paulo, 30 de março de 2015 (SEGUNDA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, sustentando o patamar dos 50.000pts e ampliando a "tímida" valorização acumulada no ano (0,2%), diante da melhora do "humor" nas principais bolsas mundiais e da valorização das commodities e (2) o DÓLAR pode cair, devolvendo uma pequena parte da forte alta acumulada no ano (21,8%), acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e a esperada melhora do "humor" na Bovespa.
Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –1,0%, prejudicada pela crescente piora do "humor político" no Brasil e desta vez também pressionada pelo recuo das ações da Vale (-2,7%), diante do recuo do preço do minério de ferro e (2) o DÓLAR subiu 0,6% à R$ 3,22, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e prejudicada pela divulgação de novos sinais negativos da economia brasileira.
Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão –0,9%, realizando lucros após o anúncio de que os gastos das famílias no país recuaram -2,9% em FEV/15 em termos reais, contra o mesmo período de 2014 e China 0,2%, em compasso de espera antes do discurso de Janet Yellen, (2) da EUROPA, sem uma tendência única, Inglaterra –0,6%, França 0,5% e Alemanha 0,2%, mesmo após Mario Draghi, presidente do BC Europeu, ter assegurando que o programa de compra de títulos vai conseguir atingir sua meta para este mês e (3) dos EUA, recuperando as perdas da abertura, S&P 0,2%, DJ 0,2% e NASDAQ 0,1%, após Janet Yellen, a presidente do Fed, descartar aumento nas taxas de juros nas próximas reuniões até que a inflação esteja na meta e com o setor de trabalho alinhado.
Dentro daquilo que já se esperava, porem bem aquém daquilo que a presidenta Dilma prometeu durante sua campanha eleitoral, na sexta-feira o BC brasileiro anuncio que em 2014 a economia do país registrou um crescimento de apenas 0,1%, o que representa o resultado mais fraco desde a retração de -0,2% registrada em 2009, em meio à crise global.
Limitados pelo fraco desempenho da construção civil e pela produção doméstica de máquinas e equipamentos utilizados na produção de bens e serviços, os investimentos tiveram, em 2014, uma retração de –4,4% na comparação com 2013, o que representa o pior resultado desde 1999.
Mostrando que, diferentemente do que diz a presidenta Dilma, a economia dos EUA está se recuperando mais rapidamente do que a economia brasileira, o PIB norte-americano registrou um crescimento foi de 2,2% entre OUT/14 e DEZ/14 em relação ao mesmo período de 2013.
Confirmando mais uma vez que atualmente investimento em imóvel é um péssimo negócio, além da tendência de queda dos preços, que deve durar no mínimo mais uns 2 anos, a taxa média dos alugueis está em 5,24% ao ano, contra um rendimento médio de 11,5% das LCAs, de 10,0% das LFTs e de 9,5% dos CDBs.
Estimuladas pela disparada do dólar, que tornam mais baratas as aquisições em reais, as consultas de investidores estrangeiros interessados em comprar empresas no Brasil seguem em alta a despeito da estimativa de contração na economia brasileira neste ano, já que a impressão externa é que a turbulência no país será passageira.
Trazendo mais instabilidade para os mercados globais, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou na sexta-feira passada sua "nota" de risco de investimentos da Grécia citando que a falta de acesso aos mercados e as incertezas sobre o desembolso da ajuda dos credores oficiais estão pressionando o financiamento governamental.
Apesar do governo Dilma "garantir" que é quase zero a chance de racionamento, o consumidor brasileiro terá de enfrentar mais um mês de tarifas altas no setor de energia elétrica, já que a conta de luz do mês de ABR/15, segundo divulgado na sexta-feira passada pela Agência Nacional de Energia Elétrica, será acrescida de R$ 5,50 a cada 100 kilowatt-hora consumidos.
Prejudicando a competitividade da indústria tupiniquim no mundo, segundo uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio, o Brasil alcançou o primeiro lugar em um ranking de países com a energia mais cara para o setor industrial, com um preço médio de R$ 534,28 por megawatt-hora (MWh), contra R$ 504,1 na Índia, R$ 493,6 na Itália, R$ 366,6 na Colômbia, R$ 355,5 em Cingapura, R$ 51 na Argentina, R$ 115 no Canadá, R$ 122 nos EUA e R$ 133 na Rússia.
Ajudando a aumentar a concorrência no setor, mesmo com uma redução de quase 25% no volume de investimentos previstos para este ano, na comparação com 2014, a distribuidora de combustíveis Ale pretende investir R$ 125mi e assim agregar à sua rede 300 novos postos em 2015.
Para evitar que tenha que se endividar ainda mais para financiar o seu plano de exploração do pré-sal, a Petrobrás anunciou que, assim que publicar seu balanço com os valores da corrupção, pretende cobrar indenizações das empreiteiras envolvidas no esquema de desvios da Lava Jato.
- A Gerdau caiu -9,1%, após a empresa anunciar que vai propor em assembleia de acionistas a saída no grau 1 de governança corporativa da Bolsa.
Como atualmente a presidenta do Brasil tem um recorde de rejeição e um enorme desafeto com o comando da Câmara, Dilma já perdeu, na prática, o controle sobre o Congresso Nacional, já que em 2015, em média, 3 em cada 10 membros de siglas aliadas votaram contra os interesses do Planalto, com "destaques de infidelidade" para PP, PTB e PMDB.
O preferido de Renan Calheiros para a vaga aberta há 8 meses no Supremo Tribunal Federal é Marcos Coelho, atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e o drama da presidenta Dilma é que o referido presidente do Senado ameaça boicotar qualquer nome que seja enviado para análise da Casa com a chancela do ministro José Eduardo Cardozo.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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