R.B.
"Perdendo credibilidade"
São Paulo, 25 de março de 2015 (QUARTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, acompanhando as perdas das principais bolsas mundiais e prejudicada pelo aumento da tensão política em Brasília e (2) o DÓLAR pode subir, retornando sua trajetória de alta após 3 pregões seguidos de queda, para ampliar a forte alta já acumulada no ano (18%), seguindo esperada piora do "humor" na bolsa brasileira e diante do anuncio do BC de fim dos leilões diários de venda de moeda norte-americana.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,8%, devolvendo os ganhos da abertura, quando na máxima avançou 0,6%, com baixo volume de negócios (R$ 5,3bi) e com o "mercado" avaliando que a manutenção da "nota" do Brasil pela S&P ocorreu muito mais em função da credibilidade de Joaquim Levy, ministro brasileiro da Fazenda, e (2) o DÓLAR caiu –0,6% à R$ 3,12, em baixa pelo terceiro dia seguido, com os investidores demonstrando alívio com a decisão da agência de classificação de risco S&P de manter o selo de bom pagador para o Brasil, o que em tese dá mais tempo para o governo Dilma aprovar os ajustes fiscais necessários para colocar a economia de volta à trajetória de crescimento.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, realizando lucros recentes, Japão –0,2% e China –0,1%, após o anuncio de que a atividade nas fábricas chinesas caiu inesperadamente ao nível mais baixo em 11 meses, (2) da EUROPA, revertendo as perdas da abertura, Inglaterra 0,1%, França 0,7% e Alemanha 0,9%, com destaques de alta para as ações dos bancos, como Santander (1,5%), Sanpaolo (1,8%) e Société Générale (2,8%), diante da divulgação de sinais de recuperação na zona do euro e (3) dos EUA, S&P –0,6%, DJ –0,6% e NASDAQ –0,3%, com os indicadores de inflação, de vendas de casas novas e do setor manufatureiro subindo, o que pode levar o FED ("BC" local) a elevar as taxas de juros.
"Perdendo credibilidade" cada vez que suas previsões falham, ontem Tombini, presidente do BC, afirmou que (1) é factível o Brasil ter inflação no centro da meta (4,5%) já em 2016, (2) o BC não segurou aumento dos juros antes da reeleição de Dilma, pois tem autonomia para trabalhar e (3) é fundamental o Congresso Nacional aprovar um ajuste fiscal "focado e rápido", para que os resultados dessas medidas sejam sentidos mais rapidamente, com menor custo para a sociedade.
Agindo de maneira correta, já que era negativo para o país seguir "queimando" reservas, porem com potencial de gerar alguma pressão compradora no curto prazo, ontem o BC brasileiro anunciou oficialmente o fim das intervenções diárias no mercado de câmbio, que vinham contribuindo desde 2013 para evitar uma valorização maior do dólar frente ao real.
Aumentando o "Imperialismo Tupiniquim", o 3G Capital, fundo de investimento dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, está negociando a compra da Kraft Foods, em um negócio avaliado em US$ 40bi que pode ser fechado ainda nesta semana.
Contribuindo com o aumento do desemprego no Brasil, as vendas de imóveis residenciais fracas no ano passado e as perspectivas negativas para 2-15 impactaram nos planos das construtoras, cujo foco para este ano será zerar a quantidade de imóveis "encalhados" e avaliar novos projetos com extrema cautela.
- Certamente ajudando a pressionais ainda mais a inflação, o pãozinho deverá ficar 12% mais caro no mês que vem, influenciado pelas recentes altas do dólar e da energia elétrica.
Contrapondo a tese de que os preços poderiam cair para uma faixa entre US$ 20 e US$ 30, segundo declarações de um delegado sênior da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, uma demanda global por petróleo mais forte que a esperada deverá ajudar a sustentar os preços em cerca de US$ 55 a US$ 60 por barril nos próximos 2 meses, apesar de alguns sinais de aumento da oferta nos EUA.
"Turbinada" por uma receita extraordinária de R$ 4,6bi, em FEV/15 a arrecadação do governo federal foi de R$ 89,9bi, o que representa um crescimento real de 0,49% frente ao mesmo mês do ano passado, porem ao desconsiderar essa operação o resultado da arrecadação seria -4,7% inferior a FEV/14.
Por conta da política externa cada vez mais ideológica e menos pragmática do governo Dilma, que prefere defender republiquetas da America Latina, como Venezuela e Argentina, a fazer negócios com os EUA e com a Europa, em 2014 as exportações brasileiras, que aliás já acumulam 3 anos de queda, perderam espaço em 4 de seus 5 principais mercados (EUA, Europa, China, Argentina e Japão) em relação 2013.
Com o objetivo de manter a "boquinha da companheirada", Eliseu Padilha, ministro da Aviação Civil, afirmou ontem que os aeroportos Santos Dumont (RJ), Congonhas (SP) e Manaus (AM) não vão entrar no programa de concessões de aeroportos, o que segundo ele garantem à Infraero receita mínima para sua subsistência.
Aplaudido de pé, ontem o peemedebista Renan Calheiros, presidente do Senado, voltou a defender a redução do número de ministérios para metade do atual e afirmou a líderes empresariais da indústria que Dilma vai "comer o pão que ela própria amassou" antes de ver o seu pacote de corte de gastos aprovado no Congresso.
Já que o PT segue defendendo os menores infratores, contrariando a vontade da grande maioria da população e contratando vagabundos para protestar nas galerias do Congresso, terminou em tumulto a audiência pública realizada ontem na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados que discutia a Proposta de Emenda Constitucional que prevê a redução da maioridade penal.
Continuando a fazer "farra com dinheiro publico" e mostrando mais uma vez sua enorme falta de caráter, exatos 31 ex-parlamentares, que já estão sem mandato há 51 dias, ainda não devolveram à Câmara a posse dos apartamentos funcionais com cerca de 200 m², 4 quartos e vaga de garagem que utilizaram nos últimos anos.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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