R.B. 12/MAR/15 "Por uma questão de sorte"


R.B.

"Por uma questão de sorte"

 

São Paulo, 12 de março de 2015 (QUINTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, tentando recuperar o patamar dos 49.000pts e assim reduzir a baixa acumulada no mês (-5,2%) e no ano (-2,2%), ainda "comemorando" a aprovação da correção da tabela de IR e desta vez também esperando a provável melhora do "humor" nas principais bolsas mundiais (2) o DÓLAR pode cair, em um "ajuste técnico" para reduzir a alta acumulada no mês (9,4%) e no ano, (17,7%), acompanhando este mesmo movimento no mercado internacional e também a esperada valorização da Bovespa.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,3%, recuperando uma pequena parte dos 5 pregões anteriores de perdas, "animada" pela momentânea trégua obtida pelo governo no Congresso, que conseguiu aprovar a Medida Provisória que escalona o reajuste da tabela do IR e (2) o DÓLAR subiu 0,5% à R$ 3,12, revertendo uma abertura negativa, quando na mínima recuou –%, alinhando-se ao movimento externo, que por sua vez decorre da expectativa de aumento dos juros pelo Fed num horizonte de curto prazo.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão 0,3%, na contramão do desempenho das demais bolsas da região e das bolsas de NY no dia anterior e sustentada por compras de ações dos setores farmacêutico e de maquinário, diante da "rumores" de que o BC local atuou na ponta compradora e China –0,5%, em meio a divulgação de novos sinais de desaceleração do ritmo de crescimento e de aumento da inflação da economia chinesa, (2) da EUROPA, Inglaterra –0,2%, França 2,4% e Alemanha 2,7%, recuperando parte das acentuadas perdas sofridas na sessão anterior, impulsionadas pelos ganhos das ações de companhias exportadoras, como BMW (4,9%), Volkswagen (4,7%) e e Renault (4,0%), diante da acentuada queda do euro frente ao dólar para o menor patamar desde ABR/03 e (3) dos EUA, em queda pelo segundo pregão consecutivo, S&P –0,2%, DJ –0,2% e NASDAQ –0,2%, diante do aumentos das preocupações (1) sobre o momento em que o Fed ("BC" local) vai começar a elevar a taxa de juros do país e (2) de que a valorização do dólar continue pesando nos resultados de multinacionais norte-americanas.

 

Especializada, e muito bem paga, para dizer de forma bonita o que todo mundo já sabe faz tempo, a agência de classificação de risco Moody's disse ontem que a possibilidade de racionamento de água em SP e em outros Estados do Sudeste afetará as indústrias de bebidas e a construção civil, impactando no PIB brasileiro.

 

Fazendo mais uma "maracutaia" com as contas publicas, o governo Dilma anunciou a adoção de uma nova metodologia de cálculo do PIB, cuja principal mudança é a redução do peso da indústria e da agropecuária em detrimento ao setor de serviços, que fez com que o resultado médio do crescimento da economia tupiniquim de 2000 até 2011 subir "magicamente" de 3,5% para 3,7%.

 

Com o objetivo de reduzir a rotatividade nas empresas, que aumenta o gasto publico com seguro-desemprego, o governo Dilma está elaborando projeto de lei que aumentará a tributação das empresas cuja taxa de rotatividade do trabalho é maior que a média do setor.

 

Os mercados emergentes, que até não muito tempo atrás vistos como ingrediente necessário nas carteiras de investimento, recentemente se tornaram mais tóxicos, por conta de problemas políticos e de tropeços econômicos, como (1) na Rússia, que continua provocando os EUA, (2) no Brasil, que tem escândalos de corrupção são crescentes e (3) na Turquia, onde o presidente do país ataca publicamente o seu presidente do BC.

 

-    Impulsionada pela alta de Selic e pela falta de educação financeira do brasileiro, a taxa de juros do cartão de crédito rotativo atingiu em FEV/15 o patamar de 276% ao ano, o que representa o maior nível desde JUL/99.

 

Turbinadas e capitaneadas principalmente por um aumento de 18,7% para 28,2% na fatia das operações de LCA e LCI, que tem isenção de impostos e garantia do FGC, em 2014 as aplicações de pessoas físicas brasileiras em produtos financeiros cresceu 14,8% em 2014 na comparação com o ano anterior, atingindo R$ 667,7bi, e na mesma base de comparação o número total de investidores cresceu 8,4%, atingindo 8,8 milhões.

 

-    A Braskem caiu –19,8%, após ter seu nome citado como envolvida no esquema de propina da Lava Jato.

-    a Vale recuou -1,5%, pressionada pelos dados mais fracos da economia chinesa, onde a produção industrial do País frustrou a previsão de alta de 7,6% e cresceu 6,8% nos dois primeiros meses deste ano, ante igual período do ano passado.


Política:
 
Mostrando sua "força política", o peemedebista Renan Calheiros, presidente do Senado que supostamente deveria estar "chateado" com a inclusão do seu nome na lista de investigados da operação Lava Jato, foi o responsável pela relativa "vitória" do governo Dilma na aprovação da Medida Provisória que escalona o reajuste da tabela do IR, negociando diretamente com Joaquim Levy, o ministro da Fazenda, as bases do acordo.

 

Enquanto a presidenta Dilma, que não gosta de fazer política, passeava no Acre, onde foi aplaudida por uma plateia comprada, o governo Dilma, que precisa fazer política, anunciou a ampliação do grupo de ministros responsáveis pela negociação com os "nobres" deputados e senadores do Congresso Nacional, incluindo os ministros de partidos da base Kassab (PSD, Cidades), Aldo Rebelo (PC do B, Ciência e Tecnologia) e Eliseu Padilha (PMDB, Aviação Civil).

 

Como só pensa no curto prazo, a presidenta Dilma, preocupada com as repercussões negativas e com o tom da campanha de rádio, TV e internet para redução do consumo de energia elétrica, vetou a veiculação da primeira versão dos anúncios, o que obviamente vai gerar mais gastos públicos.

 

Tomando a linha de frente do ataque à presidenta, o Solidariedade, partido do deputado Paulinho da Força, vai lançar hoje uma campanha pelo impeachment da presidenta Dilma, o que segundo "rumores" pode ter em breve o apoio do presidente da Câmara, o peemedebista Eduardo Cunha, que tem mostrado um crescente descontentamento com o Palácio do Planalto.

 

Apesar de ser poupada de indiciamento, segundo uma análise minuciosa dos depoimentos da operação Lava Jato, a presidenta Dilma foi citada nominalmente onze vezes nos 190 termos de depoimentos prestados pelos dois principais delatores da Operação Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.


Crítica:

 

Foi anunciado ontem que centenas de milhares de dólares oriundos da corrupção revelada pela operação Lava Jato já encontrados pela Polícia Federal no exterior em contas de corruptos confessos serão devolvidos para a Petrobras, e o interessante neste caso é que, "por uma questão de sorte", se a devolução deste dinheiro for feita com a moeda norte-americana no patamar atual (a R$ 3,12), a estatal deve receber, em reais, mais de 50% do dinheiro que saiu, já que provavelmente a transferência inicial deste dinheiro para o exterior ocorreu com o cambio médio de no máximo a R$ 2,00.

 

Se ainda existir alguém honesto e inteligente (tem que ter as duas características) que ainda defenda a Dilma, é importante ressaltar para esta pessoa que (1) a passeata de 15/MAR/15 não é do PSDB, é sim de qualquer um que esteja cansado de tanta mentira é sacanagem, (2) a política pode ser diferente de um jogo de torcidas de futebol, no qual você defende, de forma lúdica e inofensiva, seu time a qualquer preço e tempo, (3) estamos falando de um governo comprovadamente corrupto e incompetente e principalmente (4) temos que sair às ruas para pressionar, pois nossa presidenta, limitada intelectualmente e cercada de puxa sacos e interesseiros, precisa ver e compreender a dimensão da crise e da insatisfação, já que é claro e nítido que a Dilma, arrogante e prepotente, "vive e se comporta como o Rei da fábula O Rei Está Nu".


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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