R.B.
"Realidade paralela"
São Paulo, 9 de fevereiro de 2015 (SEGUNDA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve voltar a cair, seguindo o movimento descendente das demais bolsas mundiais e ainda prejudicada pelas decisões equivocadas do governo Dilma e (2) o DÓLAR pode voltar a subir, para fechar o dia novamente no no maior nível em 10 anos, acompanhando a esperada piora do "humor" na Bovespa e ainda influenciado pelas expectativas de elevação dos juros nos EUA.
Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,9%, prejudicada pela demissão do diretor de Política Econômica do BC, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais e influenciada negativamente pelo forte recuo das ações da Petrobrás (-6,9%), diante da ideia esdrúxula de Dilma de colocar Aldemir Bendine na presidência da empresa e (2) o DÓLAR subiu 1,1% à R$ 2,77, seguindo a piora do "humor" na Bovespa e acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana após o relatório de emprego dos EUA mostrar números fortes de geração de vagas.
Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão 0,8%, recuperando parte das perdas da semana, com destaques de alta para as exportadoras, como Kyocera (2,2%) e Olympus (2,7%), diante do leve avanço do dólar ante a moeda local (o iene) e China –1,9%, apresentando perdas em 7 das últimas 8 sessões, período esse em que acumulou desvalorização de -9,1%, desta vez prejudicada pelas expectativas com o lançamento de uma nova série de ofertas públicas iniciais, (2) da EUROPA, Inglaterra –0,2%, França –0,3% e Alemanha –0,5%, influenciadas por temores de que as negociações da dívida grega serão mais difíceis do que pareciam no começo da semana e pelas expectativas por notícias de Moscou, onde a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, François Hollande, e o líder russo, Vladimir Putin, tentavam negociar um cessar-fogo para o conflito do leste da Ucrânia, cuja violência escalou nas últimas semanas e (3) dos EUA, após uma sessão cheia de altos e baixos, S&P –0,3%, DJ –0,3% e NASDAQ –0,4%, seguindo os mesmos motivos que derrubaram as bolsas europeias e também influenciadas pelo aumento das "apostas" de elevação dos juros nos EUA, diante da divulgação de dados positivos do mercado de trabalho do país.
Apesar das inúmeras e seguidas lambanças que a presidenta Dilma comente, Tombini, presidente do BC, afirmou, durante a reunião dos ministros de finanças e chefes de BCs das 20 maiores economias do mundo, que o governo brasileiro quer "convencer" o G20 de que está no caminho certo para aumentar a confiança no país e retomar o crescimento da economia a partir de 2016.
Indicando que a a nova equipe econômica de Dilma enfrentará mais uma dificuldade para reduzir o endividamento do país, a taxa de juros da dívida pública alcançou 19% ao ano no fim de 2014, o que representa o maior percentual registrado pelo BC desde 1999, ano em que o governo FHC promoveu um choque de juros diante da maxidesvalorização do real.
Confirmando como é debilitado o quadro da economia brasileira, o IPCA de JAN/15, pressionado pela elevação dos preços administrados, ficou em 1,24%, o que representa o maior valor para o mês desde JAN/03, e assim acumula uma alta de 7,14% nos últimos 12 meses.
Além de carecer da notoriedade, da capacidade técnica e da força que esperava o "mercado" para presidir a principal estatal brasileira, Aldemir Bendine, ex-presidente do BB, é claramente mais um assecla da presidenta Dilma, sem nenhuma autonomia para fazer o que deve ser feito na empresa e, como ocorre com a grande maioria dos petistas, é acusado e investigado por inúmeras irregularidades como (1) a aprovação da concessão de um empréstimo de R$ 2,7mi, driblando várias regras do BB e com taxa de juros de 4% ao ano, à socialite Val Marchiori, (2) a autuação da Receita Federal por não comprovar a origem de aproximadamente R$ 280 mil de seu patrimônio informados em sua declaração do Imposto de Renda e (3) a compra de um apartamento no interior paulista em dinheiro vivo.
Representando um enorme desafio para o Brasil, em JAN/15 o desempenho comercial da China caiu de forma relevante, com a exportações -3,3% inferiores às registradas no mesmo período do ano anterior e importação registrando contração de –19,0% na mesma base de comparação, resultados muito piores do que esperavam os analistas.
Engordando o lucro dos bancos, que aliás são isentos de "culpa" por isto, e provando mais uma vez a enorme falta de educação financeira dos brasileiros, no ano passado as dívidas no rotativo do cartão de crédito, que cobram juros de mais de 250% ao ano, cresceram 17% na comparação com 2013, alcançaram o valor inédito de R$ 29,8bi e já representaram cerca de 1/3 do valor total movimentado com esta modalidade de pagamento.
Após encerrar 2014 com as vendas em ritmo lento, em 2015 o mercado imobiliário, já prejudicado pela elevação da taxa de juros, terá de enfrentar o aumento do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis, que passará de 2% para 3% do valor do imóvel a partir de ABR/15 em SP.
- Ainda de forma discreta, o ex-presidente Lula já avisou aos principais aliados e articuladores que pretende concorrer à Presidência em 2018 e que cumprirá uma agenda de viagens pelo Brasil depois do Carnaval.
Mostrando para o governo federal que tudo pode ficar pior, Dilma deve enfrentar novo revés nesta semana, já que o peemedebista Eduardo Cunha, novo presidente da Câmara, submeterá ao colégio de líderes a inclusão na pauta de votações de terça-feira no plenário da chamada PEC da Bengala, que eleva de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória de magistrados, o que faria a presidenta perder a chance de indicar 4 novos ministros para o Supremo Tribunal Federal.
Revelando uma crescente alienação politica da população, a fatia dos brasileiros que dizem não ter um partido de preferência saltou de 61% em DEZ/14 para 71% em FEV/15, o que representa o maior patamar desde o início da série histórica do Datafolha para essa pergunta, em AGO/99.
Com seu governo "sambando na frigideira quente" de várias crises, as pessoas se mobilizando cada dia mais para irem às ruas pedir seu impeachment e sua popularidade despencando, a presidenta Dilma deve estar ansiosa pelos dias de amnésia barulhenta ou retiro do Carnaval.
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